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SOBRE A DINÂMICA DA TRANSFERÊNCIA (1912)

Por:   •  18/10/2020  •  Resenha  •  695 Palavras (3 Páginas)  •  529 Visualizações

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SOBRE A DINÂMICA DA TRANSFERÊNCIA (1912)

No texto, o tema da transferência é mostrado como algo difícil de ser esgotado e Freud apresenta algumas considerações com o objetivo de esclarecer como a transferência se desencadeia durante o tratamento psicanalítico e como ela assume seu papel no tratamento.

As condições que o sujeito estipula para o amor, a satisfação das pulsões e suas metas almejadas ocorrem através da junção de predisposições inatas e influencias na infância. Como resultado, surge um clichê ou vários, que é repetido regularmente ao longo da vida e reeditado conforme as condições externas e a natureza dos objetos amorosos acessíveis o permitirem.

Apenas uma parte das moções que determinam a vida amorosa passa pelo pleno desenvolvimento psíquico, esta parte está voltada para a realidade e acessível à consciência. Outra parte dessas moções foi detida em seu desenvolvimento, expandida apenas na fantasia ou permaneceu completamente no inconsciente. Quando a necessidade de amor não é satisfeita pela realidade, o sujeito se aproximara de cada nova pessoa com representações de expectativas libidinosas.

Sendo assim, é compreensível que o investimento de uma pessoa insatisfeita, carregado de expectativas seja direcionado para a figura do psicanalista. Esse investimento irá se guiar por modelos, dará sequência a um dos clichês presentes na respectiva pessoa e o analista será inserido em uma das “sequencias psíquicas” que o paciente formou até o momento. A transferência pode ocorrer a partir da imago do pai (expressão de Jung), mas não somente dele poderá também se dar a partir da imago do irmão ou da mãe.

Há dois pontos ainda obscuros que são de interesse para a Psicanálise. Primeiro, por que a transferência é muito intensa na análise em casos de pessoas neuróticas do que em pessoas que não são analisadas; segundo, a transferência em análise ser a mais forte resistência contra o tratamento.

Freud esclarece o primeiro ponto afirmando que a intensidade do tratamento “não devem ser colocadas na conta da Psicanálise, mas sim atribuídas à própria neurose”. O segundo problema por hora permanece intacto. A questão em que na Psicanálise a transferência aparece como obstáculo precisa ser analisada mais atentamente. A introversão da libido (Jung) é um pré-requisito regular e imprescindível de toda psiconeurose nesse processo, o tratamento segue nessa direção, resgatar a libido, torná-la acessível à consciência e finalmente colocá-la a serviço da realidade.

O questionamento do motivo da transferência ser uma resistência permanece ao longo do texto e a resposta é descrita como óbvia, pois a confissão da moção de desejo é dificultada quando deve ser abandonada diante da pessoa a qual a moção é direcionada. A transferência para o analista poderia aliviar o peso da confissão, mas porque ela dificulta?

Para compreender a utilização da transferência para fins de resistência, não se pode pensar em uma transferência pura, ela pode ser dividida em dois tipos: transferência negativa e positiva, uma sendo a transferência de sentimentos carinhosos e outras de sentimentos hostis. A transferência positiva subdivide-se em sentimentos simpáticos ou carinhosos, capazes de chegar à consciência e nas que seguem pela via inconsciente e remontam regularmente

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