Trajetória Histórica Do Serviço Social
Artigos Científicos: Trajetória Histórica Do Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 191209 • 10/10/2013 • 1.173 Palavras (5 Páginas) • 475 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
O presente texto tem como objetivo dissertar acerca da trajetória sócio-histórica do Serviço Social, discorrendo sobre as principais correntes filosóficas e sociológicas que influenciaram e contribuíram para o seu desenvolvimento na sua trajetória de profissionalização e de reconceituação da profissão.
2. DESENVOLVIMENTO
Marcado profundamente em sua origem pelo capitalismo, o Serviço Social foi engendrado e desenvolvido. Neste contexto, sua identidade apresenta-se atribuída por uma série de determinações e valores, expressando um conjunto de práticas repressoras e controladoras, participando assim, do processo expansionista para a definitiva consolidação do sistema capitalista. A modernização capitalista desse período trouxe uma nova organização societária embasada na exploração, na manutenção das desigualdades e na imposição de regras de existência.
Neste contexto, o Serviço Social no Brasil buscou afirmar-se historicamente como uma prática de cunho humanitária, através da legitimação do Estado e da proteção da Igreja. É, pois na relação com a Igreja Católica que o Serviço Social brasileiro vai fundamentar a formulação de seus primeiros objetivos político-sociais orientando-se por posicionamentos de cunho humanista conservador. Em 1932 o Centro de Estudos e Assistência Social é fundado pela Igreja Católica, cujo objetivo centrava-se no estudo e difusão da doutrina social da igreja, bem como de ação social. Nesta época um tradicionalismo profissional pôde ser identificado na prática profissional, onde ação profissional consistia em forma de intervir na vida dos trabalhadores, ainda que sua base fosse à atividade assistencial, seus efeitos eram essencialmente políticos.
O conservadorismo católico que caracterizou os anos iniciais do Serviço Social brasileiro começa, especialmente a partir dos anos 40, a ser tecnificado ao entrar em contato com o Serviço Social norte-americano e suas propostas de trabalho permeadas pelo caráter conservador. Uma vez que, no início da década de 1940 os profissionais formados nas primeiras escolas de Serviço Social no Brasil participaram de cursos promovidos pela concessão de bolsas de estudos nos Estados Unidos e, quando regressaram, implantaram o que foi caracterizado como processo metodológico de serviço de casos, o primeiro método sistematizado para o atendimento individualizado; serviço social de grupo, trabalho educativo realizado em grupo que objetivava tratar as dificuldades individuais em grupo; e serviço social de comunidade que consiste na mobilização dos membros de uma determinada área geográfica para acelerar o desenvolvimento local. Este processo tornou-se para a categoria no método básico ou método tradicional da profissão.
Em 1942, foi criada a primeira grande instituição brasileira de assistência social que contribuiu para a institucionalização do Serviço Social, a LBA, Legião Brasileira de Assistência:
“Essa instituição foi criada para atender as famílias dos pracinhas envolvidos na Segunda Guerra e era coordenada pela primeira-dama, Sra. Darcy Vargas, [...] Posteriormente, a LBA vai se configurando como instituição articuladora da assistência social no Brasil, com uma forte rede de instituições privadas conveniadas sem perder essa marca assistencialista, fortemente seletiva de primeiro-damismo, o que só começará a se alterar muito tempo depois com a Constituição de 1988”. (Bering e Broschetti, 2007, p. 137).
O Serviço Social em sua trajetória sócio-histórica, faz uso de teorias sociológicas para orientar e fundamentar sua prática e visão de mundo. Uma vez que é sabido que este, teve seus primeiros passos orientados pela Igreja Católica e que teve em sua base os conceitos morais, através do Tomismo, doutrina atribuída a São Tomás de Aquino, o qual forneceu uma contribuição importante para o pensamento cristão; do Neotomismo, que é a retomada do pensamento tomista em fins do século XIX de modo reavivado e reinterpretado; e do Humanismo, movimento cultural que teve início no século XV, cuja base consiste na ênfase da valorização da pessoa humana.
Além dessas teorias, não podemos deixar de ressaltar a importância do Positivismo e do Funcionalismo para a fundamentação do Serviço Social na sua trajetória de profissionalização. O Positivismo teve seu início em decorrência das novas ideias do Iluminismo, seu principal precursor foi August Comte. Segundo Ribeiro Junior, 2008, “Comte defendia que as sociedades naturalmente devem ter classificação social, ou seja, racionalmente necessita de diferentes classes sociais”. Esse pensamento de Comte caracterizava-se em oposição ao período histórico que se encontrava, no qual as ideias do liberalismo estavam disseminadas por todas as sociedades. Nesse contexto as práticas sociais desenvolvidas pelos assistentes sociais tinham efeitos econômicos, políticos e ideológicos. O Funcionalismo por sua vez, é a teoria sociológica derivada do Positivismo, que busca explicar as instituições sociais e os indivíduos dentro da sociedade. A partir da visão dessas duas correntes, nota-se que a influência de ambas sobre o Serviço Social está na busca
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