Trecho Livro Instrumentos
Casos: Trecho Livro Instrumentos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ManuPavin • 1/9/2014 • 513 Palavras (3 Páginas) • 342 Visualizações
Anos antes, quando a cidade de Long Island era um centro de indústrias ao invés de um bairro moderno cheio de galerias de arte e lojas de cafés, a Ironworks era uma fábrica têxtil. Agora era uma enorme estrutura de tijolos cujo interior se transformara num pequeno, porém, bonito espaço. O chão era feito de quadrados sobrepostos de aço escovado; vigas finas de aço arqueavam para cima, enroladas em cabos de minúsculas luzes brancas. Escadarias adornadas de ferro forjado espiralavam para cima até as passarelas decoradas com plantas penduradas. Um cantilever de vidro no ápice abria-se para uma vista do céu noturno. Havia até um terraço do lado de fora, construído sobre o rio East, com uma visão espetacular da Fifty-Ninth Street Bridge, que se erguia à frente, estendendo-se desde o Queens até Manhattan como uma lança de gelo vistosa. O bando de Luke trabalhara duro para fazer o lugar parecer elegante. Havia grandes vasos de estanho habilmente localizados contendo flores marfim com longos talos e mesas cobertas com linho branco arranjadas num círculo em volta de um palco erguido, aonde um quarteto de lobisomens de cordas fornecia música clássica. Clary não pôde deixar de querer que Simon estivesse ali; ela estava certa que ele acharia que Quarteto de Lobisomens de Cordas fosse um bom nome para a banda.
Clary vagou de mesa em mesa, arrumando coisas que não precisavam de arrumação, remexendo em flores e endireitando objetos de prata que não estavam bagunçados. Só alguns dos convidados chegaram até agora, e nenhum deles eram pessoas que ela conhecia. Sua mãe e Luke estavam perto da porta, saudando pessoas e sorrindo, Luke inconfortável num terno, e Jocelyn radiante num vestido azul sob medida. Depois do que aconteceu nos dias anteriores, era bom ver a sua mãe parecer feliz, apesar de Clary imaginar o quanto disso era sincero e o quanto disso era só para os convidados.Havia uma certa rigidez na boca de Jocelyn que deixava Clary preocupada — ela estava mesmo feliz, ou só sorrindo através da dor?
Não que Clary não soubesse como ela se sentia. Não importa o que estivesse acontecendo, ela não conseguia tirar Jace da cabeça. O que os Irmãos do Silêncio estavam fazendo com ele? Ele estava bem? Eles poderiam consertar o que havia de errado com ele, bloquear a influência demoníaca? Ela passara a noite anterior às claras fitando a escuridão de seu quarto e se preocupando até se sentir literalmente enjoada.
Mais do que qualquer outra coisa, ela queria que ele estivesse ali. Ela escolhera o vestido que usava naquela noite — ouro pálido e mais adequado ao corpo do que qualquer coisa que geralmente vestia — com a esperança expressa que Jace gostasse; agora ele nem iria vê-la usá-lo. Aquilo era uma coisa superficial de se preocupar, ela sabia disso; andaria vestindo um barril pelo resto da vida se isso significasse que Jace iria melhorar. Além disso, ele estava sempre dizendo que ela era linda, e nunca reclamava do fato de que na maioria das horas ela vestia jeans e tênis, mas Clary achou que ele gostaria desse.
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