Uma Resenha Caso Escola Base
Por: liane Cardoso • 30/9/2018 • Resenha • 2.823 Palavras (12 Páginas) • 491 Visualizações
Universidade Estadual do Piauí
Centro de Ciências da educação , comunicação e artes
Curso : Jornalismo / Bloco : II
Disciplina : Ética e legislação em jornalismo
Professor : Daniel Solon
Aluna : Liane Karollayne de Sousa Cardoso
RIBEIRO,Alex. Caso escola base: os abusos da imprensa. São Paulo, Aclimação, 194.
1.Apresentação do Autor da obra
O jornalista Alex Ribeiro é o autor do livro-reportagem Caso escola base: os abusos da imprensa. Nasceu em São Paulo, começou a carreira em 1992 em um jornal de bairro "A gazeta da zona norte", ainda quando estudante de jornalismo. Seu TCC foi este livro, que foi publicado pela editora Ática e foi um dos vencedores do prêmio Jabuti.
2.Perspectiva teórica da Obra
O caso escola base é uma história real, aconteceu no ano 1994. O autor revela detalhes dessa história, conta a versão de todos os envolvidos, inclusive revela a participação e atuação da imprensa na cobertura desse caso.
Os donos da escola de educação infantil Base, são acusados de abuso sexual contra alunos da própria escola. A mídia divulgou o caso com base em depoimentos, e a policia também se baseou por esse princípio. Mas não existiam provas, e nunca existiriam, pois os acusados são inocentes!
3.Síntese da obra
Prefácio
O autor inicia a obra anunciando a interferência e consequentemente culpa da imprensa em situações, dentre elas o Caso escola base; questiona de quem é a culpa dentro da própria imprensa, pois na maioria das vezes essa responsabilidade só recai para o repórter . No texto, é feita uma analogia com uma aldeia de índios, onde os chefes ou caciques e até mesmo aqueles que estão nas redações e ajudam na formulação da pauta ,nunca levam tal culpa . Os repórteres são os índios, os quais estão mais expostos e representam a imprensa externamente, é justamente para eles que recai as críticas e as acusações.
A acusação
A história começa aqui, o livro nos conta a história de Ayres - Nissei Icushiro Shimada – e sua esposa Cida – Maria Aparecida Shimada, além de mais outro casal Paula Milhin e Mauricio de Monteiro. Paula era prima de Cida, as duas tinham uma sociedade e trabalhavam juntas na escola de educação infantil Base. O marido de ambas trabalhavam em outros ramos, porém o marido de Cida sempre a auxiliava. Compraram a escola Base quando estava em decadência, tinha apenas 17 alunos, mas após a nova gestão entrar em ação, esse número em um curto espaço de tempo mudou, e a escola já possuía 72 alunos.
Cida sofreu um derrame e teve que se ausentar das atividades na escola, Ayres então tomou a frente nesses dias em que a esposa não poderia ir. Mas o que estava caminhando bem, de repente mudou diante de uma acusação. Era um dia normal na escola , quando o interfone tocou , era mais um pai que foi pegar seu filho na escola, mas quando desceu a escada para abrir o portão, viu uma multidão de 50 pessoas, viaturas da polícia e uma mulher-Lúcia- que perguntou a um garotinho “é esse ai?”, o garoto gesticulou negativamente com a cabeça.
Duas mães desesperadas
Lúcia era mãe de Fabio que estudava na escola Base, e ao perceber uma atitude estranha da criança, resolveu questiona-lo sobre seu ato, ele disse que havia assistido a uma fita pornográfica na casa de um coleguinha da escola - Rodrigo. Segundo o menino, foi levado a essa casa na kombi dirigida por Maurício . A mãe desesperada entrou em contato com outra mãe, cuja filha também estudava na mesma escola. Cléa conversou com a filha Cibele e constatou os abusos.
Aflitas, as duas foram até o distrito policial, porém, foram orientadas para retornar no dia seguinte, pois a delegacia teria melhores recursos para atendê-las. Logo após isso as vítimas acionaram a rede globo, insatisfeitas com o que aconteceu. Cibele e Fábio foram encaminhados para o IML , quando as mães voltaram do IML, o delegado Antônio Primante já estava com o mandado de busca e apreensão no apartamento de Saulo e Mara – pais de Rodrigo.
A polícia entra em ação
O delegado foi até o apartamento do casal acusado, revistaram tudo e nada foi encontrado, até o ambiente da residência era diferente do que foi descrito pelas crianças. Primante disse que foi um engano, e que o caso poderia ter ocorrido na escola. Logo, foram até escola de educação infantil Base, onde já se encontrava a imprensa , O diário popular .
Uma notícia quente nas mãos
O jornal Diário popular recebeu a notícia por meio de um outro delegado , Edélson Lemos. O qual estava se redimindo por um fato cometido na semana anterior, concedendo essa nova informação para o editor de polícia do jornal. O repórter enviado foi Antônio Carlos Silveira, o qual foi até a escola justamente no momento em que o delegado Primate estava entrando para a investigação. Do lado de fora do prédio escolar, ele conversou com vários pais, e estes estavam divididos sobre a acusação.
O repórter também conversou com Ayres sobre a denúncia, por fim voltou para a redação do jornal e conversou com seus superiores, o editor o autorizou a publicar a matéria - mesmo sem o laudo do IML ter saído -, porém , o diretor responsável não autorizou e por isso não divulgaram , pois não tinham provas, apenas acusações.
As mães chamam a Globo
Devido a troca de plantão na delegacia por volta das 20 horas - 28 de março , todos foram dispensados e intimados para comparecer no dia seguinte. As mães inconformadas, resolveram entrar em contato com a rede Globo. A emissora enviou o repórter Valmir Salaro para fazer a matéria ainda na noite do dia 28, e os acusados tiveram que retornar ao distrito para uma sessão de “tortura psicológica e física”. No dia seguinte, saiu uma prévia do laudo do IML, e constatava positivo para o abuso. Nesse mesmo dia o Jornal Nacional divulgou o caso, sem apresentar a versão dos acusados. Logo após, outros jornais também noticiaram o fato, mas de maneira mais narrativa, com as informações do delegado.
Estava chegando a semana santa, e os suspeitos achavam que não seriam mais foco; porém esse caso para mídia seria um destaque importante , pois nesse período as notícias eram sempre frias. O caso foi tomando imensas proporções midiáticas, e os advogados dos suspeitos aconselharam os a deixar suas residências naquele momento. Importante lembrar que o inquérito agora passa a ser de responsabilidade do delegado Edélson Lemos.
O Vale-Tudo
Com a repercussão na mídia, outros pais se manifestaram e procuraram os meios de comunicação para se pronunciar, mas nem todos esses que se pronunciaram publicamente registraram ocorrência formal na delegacia. O caso foi piorando , pois agora a imprensa aceitava todo e qualquer depoimento e publicava, estavam seguindo um ritmo sensacionalista.
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