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WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações

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Por:   •  11/6/2014  •  Artigo  •  1.437 Palavras (6 Páginas)  •  460 Visualizações

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WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações.

O livro Ciência e política: duas vocações, é baseado em conferências dadas por Max Weber, onde mostra pontos de tangência e divergência entre o cientista e o político. Para ele ambos os agentes procuram estas profissões visando não trabalhar, vivendo assim às custas do contribuinte por intermédio do Estado. A primeira diferença é que o cientista acha que seu ócio produtivo pode, um dia, servir para algo. Já o político acha que nem isso. Por fim ele aconselha ambos a não interferirem em suas esferas. O cientista não deve interferir na esfera política, pois um dia seu partido pode perder a eleição para um partido rival e com isso ele perder suas regalias nas pesquisas, para o Estado. Já o político não deve perder seu tempo com algo que dá muito pouco dinheiro como a pesquisa científica.

A ciência como vocação Primeiro Ensaio: ator direciona o ensaio aos jovens supostamente com vocação à ciência, que pretendem se devotar à pesquisa por amor. Percebe-se que há um diálogo implícito, compondo o texto, numa tentativa de desmitificar uma visão idealizada, como também da presunção destes jovens e da pose irracional, então em voga na Alemanha. Nesse movimento de "combate a ilusão", é possível identificar o propósito de Weber em comprovar a eficácia da explicação sociológica nos vários campos da vida social, em especial a que dá conta de fenômenos subjetivos. A vocação para a ciência decorre de um processo de racionalização, que na sociedade moderna, é caracterizada pelo pluralismo de valores, opondo-se religião, ciência, arte, e ética como potências ou "vocações" antagônicas.

A força explicativa e a originalidade desse modelo, exposto de maneira didática nesse capítulo, mostra nas páginas iniciais do ensaio um exame feito pelo autor de forma convencional, como pensa os fatos sociais e as condições materiais que enquadram a vocação universitária. Contrapondo as ilusões dos jovens à objetividade da prática social, Weber destaca uma série de dilemas da ocupação científica universitária (que para ele não se restringe às ciências naturais), numa descrição espantosamente atual: a dificuldade de conciliar duas capacidades distintas, a de professor e a de pesquisador; a necessidade de conjugar a inspiração e o anseio de criar algo duradouro num terreno sujeito às leis do progresso, a distinção pelo mérito numa atividade em que o ingresso e a ascensão profissional se encontram a mercê do acaso.

Segundo Weber, o cientista especializado faz parte da "grande fábrica da ciência", mas o faz, com dedicação apaixonada. Do contrário, deveria estar fazendo outra coisa na vida. É fácil identificar no ensaio de Weber que um elemento racional fundamental da ciência moderna a especialização depende de um elemento irracional a paixão. Ou seja, a paixão é incontrolável e não-passiva de escolha. Um tema é sempre escolhido, mesmo que indecisamente, a partir de alguns critérios que sempre dependem de nosso grau de envolvimento com o assunto, seja ele de cunho pessoal ou social, individual ou coletivo. Mas a paixão, por si só, é insuficiente. Novamente Weber desilude o leitor, pois gostar de um tema não basta. Para realmente ter uma vida científica, é necessário inspiração. E, nesse caso, nem mesmo a especialização é garantia de coisa alguma - Weber não dá garantias para a vocação da ciência - não há método para a inspiração, não há caminho seguro que leve até ela.

O autor aos poucos vai desfazendo toda e qualquer ilusão quanto à existência de uma tarefa nobre para a ciência, ele vai mostrando os limites da racionalidade. (Ora, sem inspiração não há criação e sem criação não há nada de novo, não há progresso científico).

O filósofo chama a atenção para as conseqüências do talento e da paixão, bastante inflamáveis em uma Alemanha que saíra derrotada da guerra, estando assim procurando uma orientação. Ele fala do risco que o cientista talentoso corre, podendo se tornar uma "personalidade", um "líder", ou, como diríamos hoje em dia, uma "celebridade". Na ciência ou em qualquer área da vida, tem personalidade, aquele que cumpre sua tarefa. O cientista não é sabe-tudo, a voz da verdade. Ou seja: sendo o cientista, para Weber, aquele que ocasionalmente sabe aquilo que deseja conhecer, ele também pode querer ser mais do que é "a voz da verdade". Neste ponto encontra-se referência a um elemento irracional, ao gerar um fenômeno contemporâneo (necessidade de identificação de um líder, no qual buscamos a experiência autêntica), não contribui para a ciência. A pergunta é sintoma de um erro: não se deve querer mais do que ser um especialista. Uma resposta difícil de suportar, uma vez que tira a ilusão do saber absoluto da ciência.

A política como vocação Segundo Ensaio: Weber afirma que o Estado é uma relação de homens dominando homens, relação esta mantida por meio da violência legítima. Há três legitimações do domínio:

I.A autoridade dos "santificados" pelo reconhecimento antigo. É o domínio tradicional exercido pelo patriarca e pelo príncipe patrimonial de outrora;

II.A autoridade do dom da graça (carisma) extraordinário e pessoal, do heroísmo ou outras qualidades

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