A CULTURA À MODA MÍDIA
Por: Anaisa Raquel Woerner • 17/5/2022 • Resenha • 712 Palavras (3 Páginas) • 76 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JARAGUÁ DO SUL – UNERJ
CURSO DE DESIGN
ANTROPOLOGIA
CULTURA À MODA MÍDIA
Desacreditando os megassistemas ideológicos, colocando em órbita uma cultura fundada na fatualidade, na cientificidade-instatânea e nas novidades, a mídia contribui igualmente para desenvolver uma nova relação dos indivíduos com o saber. Através da imprensa e da televisão, os indivíduos estão cada vez mais a par, no modo digest e superficial, “daquilo que se passa” no mundo; parcelas inteiras do que sabemos vêm da mídia, não apenas no que diz respeito aos últimos conhecimentos científicos e técnicos, mas também no que se refere à vida cotidiana prática. O que nos orienta depende cada vez menos de saberes tradicionais e cada vez mais de elementos captados aqui e ali na mídia. Como se alimentar, como permanecer jovem, como conservar a saúde, como educar os filhos, o que há para ler? – para todas essas perguntas, são as reportagens e as obras de divulgação que, sem dar uma resposta definitiva, proporcionaram os termos, os dados, as informações do debate. Daí resulta um saber de massa essencialmente frágil, cada vez menos assimilado em profundidade. A mídia tem por efeito desestabilizar os conteúdos e a organização dos conhecimentos: o saber fechado mas dominado do universo tradicional foi substituído por uma cultura de massa muito mais extensa. Mas também mais epidérmica, mais variável. A mídia determina um tipo de cultura individual caracterizada pela turbulência, pelo rompimento, pela mistura sistemática; não dispondo mais de saberes fixos, superpostos às inúmeras mensagens cambiantes, os indivíduos são muito mais receptivos às novidades de fora, são levados a diversas direções conforme as informações que recebem. Desse modo, nossa relação com o saber é cada vez mais elástica: sabemos muitas coisas, quase nada de sólido, de assimilado, de organizado. A cultura de cada um parece um patchwork móvel, uma construção fragmentada sobre a qual nosso domínio é fraco: “cultura mosaico ou rapsódica”, diz J. Cazeneuve. Enquanto se mantêm à distancia as ideologias monolíticas, se é mais receptivo às informações do presente e às novidades, tomados que estamos por um vago ceticismo de teor realista. A informação dissolve a força das convicções e torna os indivíduos permeáveis, prontos para abandonar sem grande dilaceramento sua opiniões, seus sistemas de referencia. O individuo neonarcísico, lábil, desestabilizado em suas convicções, de cultura chewig gum, é filho da mídia. Opiniões frouxas e flexíveis, abertura para o real e as novidades, a mídia juntamente com o consumo permitem às sociedades democráticas passar a uma velocidade de experimentação social mais rápida e mais maleável. Mídia: não racionalização da dominação social, mas superficialização e mobilidade do saber, vetores de uma potencia superior de transformação coletiva e individual.
(LIVOPERSKY, GILLES. O Império do Efêmero. SP. Cia das Letras; pág. 228 e 229)
Este fragmento do livro nos remete a pensar mais profundamente na influencia da mídia na sociedade de hoje. Passamos mais tempo em frente à televisão do que fazendo qualquer outra coisa e somos bombardeados, todos os dias, com informações diferentes sob vários pontos de vista.
A partir das reportagens, programas e novelas que vemos e ouvimos, vamos formulando conceitos sobre nosso modo de vida e do que acreditamos ser verdade. Simplesmente não nos damos conta que o que assistimos ali é somente partes de um todo escolhidas para nos agradar e seduzir, e cada vez mais nos contentamos em saber somente o que é transmitido na televisão. Não corremos atrás de outras fontes de conhecimento e assim criamos e montamos nossa opinião de uma forma superficial e mutável.
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