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A Onda

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Por:   •  25/9/2013  •  Resenha  •  839 Palavras (4 Páginas)  •  292 Visualizações

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Em A Onda (2008), filme de roteiro simples e excelente valor de produção - remake de um filme de 1981, dirigido por Alexander Grasshoff -, somos apresentados a o que seria um típico colégio alemão do início do século XXI. Os alunos aderem à moda do hip hop, escutam rappers norte-americanos e dividem o lazer entre atividades esportivas, festas e jogos de videogame, sendo retratados de maneira idêntica àquela de outras produções cinematográficas mundo afora. A alguns falta uma perspectiva de vida, a outros estabilidade (seja por motivos econômicos ou familiares) e todos são flagelados pelas agonias e dilemas que definem a transição da infância para a vida adulta. Na semana marcada para a realização de workshops em ciência política, caberá ao carismático e rebelde professor Rainer Wenger, interpretado por Jürgen Vogel, liderar o grupo de trabalho sobre “Autocracia”, termo moderado, que visaria não machucar as sensibilidades dos expectadores com palavras tão conhecidas como Fascismo ou Nacional-Socialismo. Wenger, longe de representar o clichê do professor conservador, de colete de lã e terno, surge na tela vestindo uma jaqueta de couro e dirigindo seu carro ao som de Rock’Roll Highschool, da banda Ramones. Logo nos primeiros minutos da película vemos a resistência de Wenger em assumir o comando da classe, estando muito mais interessado na turma de “Anarquismo”, inclusive por suas experiências no bairro de Kreuzberg, histórico reduto da militância de esquerda em Berlim.

Após uma série de reprimendas, resta ao desenvolto professor assumir seu lugar á frente da classe de “Autocracia”. Daí em diante todos os eventos ocorrem de forma muito parecida com aquela da experiência de 1967. Acompanhamos os efeitos da Onda sobre diversos estudantes, com destaque para o casal formado pelo nadador Marco e sua namorada Karo. Ele, desejoso do senso de comunidade que não encontra em sua própria família, adere fervorosamente ao movimento, enquanto Karo, criada por pais hippies, decide denunciá-lo tão logo se apresenta. Progressivamente o casal se distancia, levando à cena chocante na qual Karo, após atacar prolificamente a Onda, é agredida com um tapa pelo namorado. O evento mostra a Marco o quão longe o fanatismo fora capaz de leva-lo. Ao mesmo tempo acompanhamos o tímido Tim, estudante excluído de todas as tribos do colégio, que encontra na Onda a chance de enturmar-se e mesmo ganhar certa popularidade. O filme usa ainda de certas alegorias históricas para discutir a vitória política do nazismo na década de 1930, mostrando que apesar dos riscos representados pela Onda avolumarem-se no colégio, a diretora do mesmo afirma a Wenger (sem saber que ele está, em verdade, conduzindo um experimento sociológico) que ele conta com seu total apoio. Para que este continue com o trabalho de disciplinarização dos jovens.

A referência aqui é feita à elite política da decadente República de Weimar (1918-1933), que abriu as portas do governo alemão ao nazismo por acreditar que ele seria a melhor resposta à necessidade de manutenção da ordem no país. Em lugar dos sindicatos e do movimento comunista, que tanto assustavam os burocratas e deputados do Reichstag, dispostos a ceder à Hitler as liberdades civis do povo alemão, no microcosmo do colégio a Onda contrapõe-se aos estudantes “anarquistas”, jovens rebeldes que agem como os punks da década de 1980. Se não bastassem

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