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A influência da “Nova Era” na Música

Por:   •  6/9/2021  •  Dissertação  •  780 Palavras (4 Páginas)  •  114 Visualizações

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A influência da “Nova Era” na Música

           Nesse limiar de século e de milénio, assistimos a ascensão, de anos de mutações, de uma das artes humanas mais relevantes e belas do presente momento. Expressa a fé e devoção, a criação pelo sentimento, a adoração ao divino, a Música. E simultaneamente, vivenciamos uma estagnação daquilo que deveria ser dela “a arte de despertar e perpetuar a criatividade para todo o sempre”.

          “A distinção entre cultura e civilização por Oswald Spengler (A Decadência do Ocidente, 1918-1922), é essencial para seu raciocínio histórico. O termo cultura significa a fase criativa de uma sociedade, da sua fase inicial até sua consolidação (lutas, religiões, ideias, artes, ciência, direitos, economia, leis, grandes acontecimentos e grandes homens). Já civilização é a evidência da petrificação da cultura, de seu estacionamento, em detrimento da falta de criatividade e esgotamento das possibilidades de crescimento”.

           Como falar de cultura sem citar a África, berço das mais variadas expressões musicais, com varações rítmicas que influenciam o mundo. Sua música é, inquestionavelmente, de grande carga religiosa, estrutura seus ritos e a mesma dirige os elementos dos cultos. O Candomblé é um exemplo, apresenta elementos como toadas (cantigas, canções) e batuques, o agogô e as cabaças, que são usados para marcar o ritmo dos atabaques (instrumentos usados no culto), todo esse conjunto ordena a liturgia do ritual. Aqui vemos o exemplo claro da música como fase criativa da sociedade, em seu estado original. No Brasil, houve influência da cultura africana na nossa música, que se deu pela imigração de negros vindos da África no século XIX, na parte nordeste e sudeste. Trouxeram consigo parte de sua cultura e por influência também da cultura europeia, que já se havia sido instalada na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império, criou-se variações rítmicas e de gêneros. O samba é um desses gêneros, original brasileiro, advindos dessa influência de antigos batuques de grupos de religiões iorubas que se aglomeravam para celebrar seus cultos religiosos. Algumas variações rítmicas foram incorporadas para dar forma ao samba como a polca e o maxixe. Vemos o samba como a concretização do ideal de civilização, é o firmamento das influências que levaram a sua consolidação como um gênero original brasileiro.

           Hoje, vivemos em um “ponto de mutação” (Fritjof Capra), o mundo ao nosso redor é caracterizado por divisão e caos, e precisamos aprender a entender para agir. A grande revolução que toda a humanidade está experimentando está ocorrendo no campo cultural (mente, espírito, pensamento, reflexão, interior) e está claramente em conflito com a esfera da civilização que ainda está se formando e que predomina as formas consagradas, mas que foram superados por formas emergentes. O renascimento tecnológico está mudando a face do mundo, o afastamento da distância geográfica e a quebra de todas as velhas restrições (espaço, tempo, espírito, ética, estética...). Diante das tremendas mudanças em todos os níveis da sociedade, nos sentimos perdidos porque não fomos capazes de descobrir racionalmente a cadeia de todos os elos dessa mudança contínua, o pressuposto entre criação e perpetuação e o cenário musical atual. Sobre isso, vivemos um período de estagnação criativa e decadência estética derivado do mainstream (conceito que expressa uma tendência ou moda principal e dominante), onde se vende algo fútil para entretenimento e não para a valorização ou propagação da música em seu sentido original, a sua expressão genuína. A verdade é que o grande salto promovido pela tecnologia que, primeiro, trouxe o fonógrafo, principiou o fim da era da sensibilidade, dos ouvidos afinados com os sons mais suaves, do equilíbrio entre ritmos e sons derivados da arte, e os mesmos, derivados da natureza.

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