Arquitetura moderna
Por: Barbara Bonvino • 1/6/2016 • Dissertação • 490 Palavras (2 Páginas) • 235 Visualizações
FICHAMENTO
A arquitetura moderna surge impactante no final do século XIX como reflexo das inovações tecnológicas e do emprego de novos sistemas construtivos com suas formas geométricas puras, plantas livres com grandes aberturas, conectando o ambiente interno e o externo. Ainda hoje, não foi totalmente aceita pela sociedade de determinados locais e culturas e encontra resistência, apesar de trazer benefícios como técnicas mais econômicas, rápidas e ambientes melhores aproveitados.
Na época de Hitler, o modernismo foi considerado uma arte degenerada que refletia a cultura bolchevique-judeu. Para os nazistas, apenas as artes clássicas gregas e romanas significavam beleza e pureza, e que a miscigenação acabaria deteriorando essa arquitetura. Hitler associava a arquitetura com a beleza física e os alemães puros, buscando a volta dos valores tradicionais.
A Holanda e o Japão exemplificam bem a possibilidade de construções pertencentes ao mundo contemporâneo conviverem em harmonia com a cultura e os valores históricos. Pode-se analisar a arquitetura japonesa, que, sem perder sua essência e tradições, consegue alcançar o equilíbrio entre moderno e tradicional e a relação da construção com o natural. Algo diferente das famílias britânicas, que ainda procuram por casas tradicionais, em tijolos, pequenas aberturas, cozinhas grandes, sem espaços com conexão exterior.
O peso da questão cultural paira na região da Grã-Bretanha. Assim, as pessoas não se afastam do padrão tradicional das casas, eles não se imaginam por exemplo, morando em uma a casa como a meia lua do Arquiteto Ken Shuttleworth, pois acreditam que a inserção de técnicas inovadoras e formas inusitadas afeta o contexto histórico e perde a essência do lugar, associando-a não mais as residências do entorno, e sim, em um tipo de pequena indústria.
A questão está no fato de não considerarem que o moderno pode ser inserido em concordância com o espaço, sem perder o caráter do lugar. As décadas de 60-70 e o caráter radical, visando a renovação da arquitetura e rejeição da ligação com o clássico, podem ser as principais causas do medo de inovar dos habitantes.
Essa visão do modernismo como algo ruim vai muito além das casas residenciais. Nos espaços públicos, essa tipologia modernista recebeu críticas pelo seu caráter de setorização de áreas, como em Brasília. Jane Jacobs, autodidata e voltada a estudos urbanísticos reforça a questão com uma frase:
“…a rua é um lugar ruim para os seres humanos; as casas devem estar afastadas dela e voltadas para dentro, para uma área verde cercada. Ruas numerosas são um desperdício e só beneficiam os especuladores imobiliários, que determinam o valor pela metragem da testada do terreno. A unidade básica do traçado não é a rua, mas a quadra, mais particularmente a superquadra. O comércio deve ser separado das residências e das áreas verdes.” (Jacob, 2001, p. 20, criticando os ideais modernistas).
Pode-se perceber a dualidade de opiniões que esse estilo trouxe para o mundo das artes. Não cabe julgar se ela é positiva ou negativa quando utilizada ao extremo, mas sim em equilíbrio com o espaço e a cultura.
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