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Autorretrato de Frida Kahlo na fronteira entre México e Estados Unidos.

Por:   •  25/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.057 Palavras (5 Páginas)  •  5.912 Visualizações

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Autorretrato de Frida Kahlo na fronteira entre México e Estados Unidos.

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Aluna: Thalita César Pereira Ribeiro – RA: 21436576

        Frida Kahlo foi uma pintora mexicana de tal notoriedade que, mesmo após mais de 50 anos de sua morte, seu nome e obras são conhecidos, respeitados, valorizados e estudados até a época atual. A interpretação de sua obra exige, ao menos, um mínimo conhecimento sobre sua vida e outras de suas composições, uma vez que a compreensão de elementos presentes em sua arte só é possível a partir de uma prévia cognição, uma vez que, esta possui elementos particulares ausentes nas peças de mesmo estilo ou categoria, demonstrando toda a singularidade de Kahlo e revelando uma primeira característica: a obra feita por e através da vida da artista.

        A peça a ser analisada aqui é intitulada: “Autorretrato de Frida Kahlo na fronteira entre México e Estados Unidos”, e para que isso seja possível, foi realizada prévia pesquisa biográfica. Apresentam-se em sequência as conclusões embasadas à análise crítica da obra de acordo com gostos pessoais, abordando as questões propostas em enunciado e com devidas referências bibliográficas sobre análise da referida obra.

Análise Crítica.

        O Autorretrato de Frida Kahlo na fronteira entre México e Estados Unidos é uma obra belíssima e imersa em detalhes, tendo um mundo de significados visíveis, porém que exigem um desenvolvimento teórico acerca da história da autora para compreensão completa. A obra é de 1932 e já apresenta em seu enunciado características de ponto de partida para entendimento. Trata-se, a partir de um ponto de vista factual: da autora no centro (fronteira) sobre um pedestal, com um cigarro em uma mão e a bandeira do México em outra, enquanto ao seu lado direito vê-se um contexto industrial com fábricas de onde saem fumaças no céu e na qual aparece a bandeira dos Estados Unidos, com altos prédios ao fundo e aparelhos com fiação elétrica no chão; enquanto ao seu lado esquerdo – para onde seu rosto está virado – observa-se um céu de sol e lua entre nuvens, uma pirâmide, uma pilha de pedras, alguns símbolos mexicanos como a caveira e pequenas estátuas, e no chão, plantas e flores.

        Após a primeira observação descritiva dos fatos, entra em questão os significados imediatos: a divisão da tela indica uma divisão entre dois mundos, e a artista ao centro a sua divisão entre eles. A oposição entre EUA e México em todos os seus sentidos: o desenvolvimento industrial contra o aparato cultural, a abundância em recursos contra um subdesenvolvimento financeiro, a tecnologia contra a natureza exuberante. O título deixa clara a divisão da autora entre dois mundos, e seus sentimentos diante do choque que isso oferece a ela.

É uma pintura enquadrada no estilo surrealista, entretanto em pesquisa à vida da artista descobre-se que o quadro foi feito no período que Frida encontrava-se nos Estados Unidos em virtude da carreira de seu esposo, o que indica que fosse a representação de um conflito real da artista e sua infelicidade diante da divisão entre seu país de origem, e aquele mundo completamente novo e diferente em que vivia, o que confrontaria as características do surrealismo. Esse antagonismo (e alguns outros de cunho semelhante) seria desfeito anos depois quando em entrevista a artista afirmou: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade”.

Observa-se, portanto, que a imagem possui um eixo de simetria horizontal, que indica uma narrativa bem organizada e definida: de um lado os elementos mexicanos, a autora ao centro como eixo de divisão e do outro os fatores estadunidenses. Os pontos principais da obra são observados nas pirâmides por um lado, a artista em sua divisória e o maquinário industrial do outro, assim como as partes do quadrante superior da obra.  A interação entre os elementos é clara e harmoniosa, sendo possível delimitar espaços que são parte indispensável de um todo. As figuras que compõem são claras e realistas feitas com uma paleta de cores fortes – característica da artista.

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