Conto de Pano
Por: Dedosanjos • 18/2/2019 • Ensaio • 3.351 Palavras (14 Páginas) • 136 Visualizações
Boneca de Pano
Elenco:
Gabriela * MALU
Maria Luiza * FLORA
Mariana * PINK
Laura * BRENDA
Direção: Denise Góes
Música de entrada – Promete ( Ana Vilela )
Cena 1
O DESPERTAR
Acende a luz e as bonecas estão no centro do palco, encostadas em algumas almofadas.
Abrem os olhos de repente e começam a reconhecer o próprio corpo. Tentam alguns movimentos sem muito sucesso. Depois de muito esforço conseguem firmar os braços e pernas e aos poucos vão se colocando em pé.
Elas se olham e começam a dançar ao som de THRILLER ( Michael Jackson ) quando terminam se olham novamente e caem na gargalhada.
Pink- Oi, Brenda. Oi, Meninas
Brenda- Oi, Pink! Olá, Flora, olá Malu
Flora- Oiiii!
Malu- Olá.
Pink- Onde estamos? Que lugar é este?
Flora- Estamos no quarto da Nicoly, mas está tudo muito diferente.
Pink- Como sabe então que estamos no quarto da menina? Será que não estamos no quarto de outra pessoa?
Flora- Não. Olhe as fotos na parede.
Pink- Tem Razão. Mas está tão diferente que por um momento não reconheci nada .
Malu- Nossa!!! Meus olhos estão doendo...
Flora- E meu corpo... estou parecendo uma boneca.
Brenda- Mas você é uma boneca.
Flora- De porcelana.
Pink- Acho que dormi por uns 100 anos.
Malu - Olhem essa foto, o que é isso!? A Nicoly de peruca!?
Flora- Não!!! O cabelo dela cresceu. Ela está linda.
Malu – Não foi só o cabelo que cresceu. Olha essa foto. Ela já passou a vó Vota. Ela está muito alta.
Pink- Nossa!!! Como a Nicoly cresceu. O que foi Brenda. O que aconteceu? Você está branca.
Manu- Ela é branca.
Pink- Está transparente.
Flora- Você está bem?
Brenda- A lixeira!!!
Malu- A lixeira...Tudo mudou... e a lixeira continua aqui.
Flora- Ignorem, ignorem.
Pink- Não precisa ficar com medo. Estamos aqui com você.
Brenda- Mas e os outros brinquedos? Será que caíram na lixeira?
Malu- Não estou acreditando...
Flora- Não fale bobagem. Devem estar em algum lugar. Só precisamos procurar.
Pink- Malu, não fique assim. Vamos procurar por eles.
Brenda- Eles ficavam bem aqui. Esse era o lugar deles. Vocês se lembram? Tinha o Jacke, o Spike, a Mia...
Pink- Tinha aquele gatinho pretinho de pelúcia... como era mesmo o nome dele?
Malu- Sim. E também o...
Flora- Podem parar com isso. Conversas que podem acabar em lagrimas, não, não e não. Vamos brincar?
Malu- Vamos!!!
Flora- Do que podemos brincar?
Malu- Esconde-esconde
Brenda- Mãe-pega
Flora- Vamos pular corda! Pular corda, por favor. Quanto tempo não pulamos corda...
Pink- Vamos tirar no Pedra, Papel e Tesoura.
Fazem a brincadeira e decidem brincar de Esconde-esconde. Uma conta e as outras saem correndo para a plateia quando descem do palco dão um grito. Levaram um susto muito grande.
Flora- O que aconteceu? Viram um fantasma?
Brenda- Pior. Vai lá olhar.
Malu- Uma coisa horrível.
Flora- Ahhh!!! Mudamos de casa! Por isso está tudo tão diferente.
Brenda- Acho muito perigoso sairmos assim num lugar desconhecido. Não quero nem pensar...
Todas- Anabelle!!!
Brenda- Credo.
Pink- Bem, vamos brincar então só aqui no quarto. Já é desconhecido e diferente o bastante. Certo?
Brenda- Bem melhor assim.
Pink- Agora eu conto.
Brenda- Posso contar? Eu não quero me esconder.
Pink- Vai lá. Mas conta alto.
Flora- Não me parece justo. Só tirou meu lugar. Eu iria contar.
Malu- Depois você conta. É uma brincadeira. Não estrague.
Brenda- 1,2,3,4, 5 ... esperem!
Pink- Ahhh! O que foi?
Brenda- Até quanto devo contar?
Malu- Me conte uma coisa... Na França, não brincam de esconde-esconde?
Pink- Até 30.
Brenda- Vou contar...1,2,3,4,5,6,7... Pronto ou não, lá vou eu.
Silêncio. Brenda sai procurando e escuta um pedido de socorro.
Música de suspense
Pink- Socorro!!! Socorro!!! Socorro, cai no lixeiro.
Brenda- Pink! É você? Pink, responda. Meninas, acabou a brincadeira, venham rápido. Venham, a Pink caiu no lixeiro, precisamos salva-la.
As bonecas se aproximam e Pink sai de traz da lixeira rindo muito.
Malu- Não tem graça nenhuma.
Brenda- Foi uma brincadeira de mal gosto.
Flora- Tenho que admitir foi horrível. Sabemos que nunca nada voltou dali de dentro. Além do mais, devemos ter respeito pelo desconhecido. A lixeira sempre será nosso tormento, nosso maior medo.
...