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A PROMESSA - CONTOS DA MONTANHA

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Por:   •  8/7/2013  •  923 Palavras (4 Páginas)  •  4.134 Visualizações

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Nosso trabalho tem por objetivo analisar o conto “A Promessa”, que faz parte da obra “Contos da Montanha”, de Miguel Torga.

Miguel Torga, pseudônimo de Adolfo Correia da Rocha, foi um dos mais renomados poetas e escritores portugueses do século XX. Destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. Foi autor de mais de 50 obras publicadas desde os 21 anos.

“Quanto maior é um romance ou um poema, mais a sua magia nos separa da mão de barro que o escreveu” – Miguel Torga (1940)

O conto promessa narra a experiência de um homem chamado Lucas firme em suas convicções religiosas; disposto ao trabalho porém, sem condições de resistir aos apelos de sua mulher que transformou o cumprimento do seu voto em uma forma de alimentar a sua vaidade.

A narrativa se inicia com a descrição do trabalho árduo do personagem que após certo tempo distante de seu país retorna com a intenção de cumprir a promessa. Destaca-se neste início a forma com que o homem lida com a terra,

“À custa de muito suor, lá conseguira fazer uma derrubada, plantar um cafezinho e um migalho de cana, semear dois pés de milho...” (p. 81)

Dela o homem tira o seu sustento, a sua sobrevivência. Esta é uma das principais características dos contos de Torga - a relação do homem com a natureza. O ruralismo então se manifesta, pois, em seus contos Miguel Torga imprimia os costumes e a forma de vida de um povo. Em especial o seu povo.

O conto se desenrola revelando o desespero e ao mesmo tempo esperança de um homem. Desespero por ver sua promessa sendo lograda e esperança de que de alguma forma ou de outra sua mulher viesse a desistir de sua proposta que era a de apresentar uma comédia a sua vizinhança. Nesse clima tenso observa-se no conto o momento em que o homem deixa de ser analisado em sua condição na relação com aquilo que é palpável (terra) para ser analisado na relação com aquilo que transcende a matéria – a sua fé – a crença em um ser que havia concedido um milagre.

O compromisso de Lucas com o que considerava sagrado é explicito e inclusive sua crença num outro milagre – que todo aquele espetáculo armado viesse a não acontecer.

“Aliviado dum grande peso moral, fitou-a com o ar de quem fora miraculado outra vez” (p. 85)

O conto ainda ressalta a área psicológica dos personagens. Um exemplo bem interessante é evidência do caráter manipulador de Lucinda que era capaz de tudo para conseguir seus intentos contrapondo-se ao caráter titubeante do Lucas

“A Lucinda começou a chorar. E depois de muitos soluços, declarou-se incapaz de resistir à vergonha que ia ser. Por isso saía de casa. Diante duma reacção assim inesperada e bruta, que ameaçava destruir-lhe a felicidade, O Lucas não teve remédio senão resignar-se. Fosse tudo em desconto dos seus pecados.” (p. 85)

O trágico se apresenta no conto – a morte de um dos personagens. Tal acontecimento traz a tona sentimentos de culpa (por parte de Lucas) e ódio (por parte da Inês ao ver que não fora respeitada em seu momento de dor). Podemos perceber nesse conto então o levantamento das questões do íntimo humano, dos sentimentos que podem levar a reflexão a respeito dos valores sociais vigentes.

Falando em gênero literário, podemos observar que, assim como em toda a sua obra, Torga

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