Ditadura Militar

No período da ditadura as políticas sociais tinham internamente o objetivo de legitimação do sistema autoritário vigente, com caráter fragmentário, setorial e emergencial, se sustentava na necessidade de dar legitimidade aos governos que buscavam bases sociais para manter-se no poder. Neste período, passava-se a ideologia de que o desenvolvimento social seria decorrente do desenvolvimento econômico.

Pode-se falar que durante o período de 1964 (golpe militar) a 1988 (Constituição democrática), o país pode ter um desenvolvimento econômico, com expansão da produção, modernização e entrada do capital estrangeiro, onde as políticas sociais “apresentavam” um caráter assistencialista e clientelista.

Após1964, a intervenção social do Estado ganhou novas dimensões e características mais nítidas, marcando um perfil específico de política social, movido por princípios simples e coerentes com o padrão de desenvolvimento econômico.

O período da ditadura militar foi caracterizado pela censura, autoritarismo, repressão e ausência de eleições. Suas características podem ser expressas nos seguintes princípios:

1. Privatização

2. Autofinanciamento do investimento social;

3. Exclusão da participação social e política da população nos processos decisórios;

4. Fragmentação institucional;

5. Extrema centralização política e financeira no nível federal das ações sociais do governo;

Em pleno momento histórico de efervescência do domínio da ditadura Militar no Brasil, o espaço do profissional Assistente Social acaba por se limitar à meros executores de políticas sociais nas comunidades como ponto de atuação contrário aos obstáculos do novo regime, até então ditatorial.

Com isso, as políticas sociais até então ditas como trabalho para os Assistentes Sociais, se transformaram em estratégias para diminuir a visão capitalista gerada pela grande exploração do capitalismo até então muito forte neste período, movidos pela grande concentração da renda.

Através do Movimento de Reconceituação do Serviço Social, agrupa-se um conjunto de mecanismos ideológicos que a partir da história conservadora, se inicia como profundo questionamento sobre a profissão. Nesse sentido o Serviço Social desenvolveu uma nova base teórica, renovando o trabalho e o voltando às camadas excluídas da sociedade.

A acumulação de capital na atual globalização, especificamente a brasileira, gera uma enorme motivação em torno das discussões da nova teorização do Serviço social, que movido pelo avanço do capitalismo, pede novas posturas adequadas com cada realidade social.

Sendo assim, a reconceituação do Serviço Social, tenta estabelecer no bojo da profissão, uma nova visão crítica através das propostas necessárias e urgentes dos problemas sociais que as sociedades precisam enfrentar.

Cresce assim o processo de renovação da profissão do Serviço Social no Brasil, aderindo a novas posturas, antes consideradas modernas para o período que estava. Com isso, as teorias do Assistente Social passam a ser adequadas ao contexto socioeconômico da realidade brasileira, inserindo mudanças na estrutura da sociedade e na ideologia do Serviço Social no Brasil.

Esta ruptura, indaga as relações históricas que tais profissionais tiveram com os interesses do poder, e também inicia uma nova postura ideológica buscando melhorias necessárias aos usuários. Assim, com um novo olhar e uma outra maneira diante da profissão, os assistentes sociais procuram um novo perfil profissional que os aproxime das camadas populares.

Ao perceberem tantas diferenças políticas, econômicas e sociais, em 1978 começaram muitas mobilizações contra o regime, através de greves movidas pelos sindicatos da região do ABC paulista – região que possuía muitas indústrias metalúrgicas em que os sindicatos são fortes -.Já em 1980,