EDEMA FLORESTAL AGUDO
Relatório de pesquisa: EDEMA FLORESTAL AGUDO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: kamila15 • 1/12/2014 • Relatório de pesquisa • 5.197 Palavras (21 Páginas) • 394 Visualizações
EDEMA PULMONAR AGUDO
ACUTE PULMONARY EDEMA
Renato Barroso Pereira de Castro
Médico Assistente. Divisão de Cardiologia. Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
CORRESPONDÊNCIA: Divisão de Cardiologia. Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
Avenida Bandeirantes, 3.900 - CEP 14.048-900 Ribeirão Preto- SP.
CASTRO RBP. Edema pulmonar agudo. Medicina, Ribeirão Preto, 36: 200-204, abr./dez. 2003.
RESUMO - São revistos os conceitos fisiopatológicos, diagnósticos e terapêuticos do edema
pulmonar agudo, com ênfase na etiologia cardiológica. O acúmulo de líquido, no espaço intersticial
pulmonar, respeita a dinâmica observada em qualquer outro território e se faz, inicialmente, no
espaço peribronquiolar e, posteriormente, na região perialveolar inundando, a seguir, a própria luz
do alvéolo. A integridade da membrana alveolocapilar é fator fundamental e está mais ou menos
comprometida, segundo a etiologia do edema. O diagnóstico é essencialmente clínico, mas a
investigação adicional , por recursos diagnósticos vários, é fundamental. A terapêutica fundamenta-
se no fornecimento de oxigênio em níveis suficientes, ao mesmo tempo em que se promove a
normalização da função de hematose, reduzindo-se o líquido acumulado no interstício e restaurando-
se a integridade da barreira alveolocapilar. O pronto reconhecimento e o início do tratamento
são fundamentais na tentativa de reduzirmos o prognóstico ominoso dessa entidade clínica.
UNITERMOS - Edema Pulmonar Agudo. Insuficiência Respiratória Aguda.
200
Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CARDIOLÓGICAS
36: 200-204, abr./dez. 2003 Capítulo VI
1- INTRODUÇÃO
Edema pulmonar agudo constitui urgência clínica
e motivo freqüente de internação hospitalar. O
paciente apresenta-se extremamente dispnéico, cianótico
e agitado, evoluindo com rápida deterioração
para torpor, depressão respiratória e, eventualmente,
apnéia com parada cardíaca. De diagnóstico essencialmente
clínico, é fundamental, portanto, que o socorrista
esteja habilitado a reconhecer e iniciar o tratamento
de tão grave entidade.
2- FISIOPATOLOGIA
Os mecanismos mais freqüentes envolvem: 1)
o desbalanço nas forças que regem as trocas de fluido
entre intravascular e interstício ou 2) a ruptura da
membrana alveolocapilar; independente do mecanismo
iniciante, uma vez que ocorra a inundação do alvéolo,
sempre está presente algum grau de ruptura da
mesma. (Ver Tabela I).
A seqüência de acúmulo de líquido independe
do mecanismo desencadeador, é sempre a mesma
e pode ser dividida em três estágios: 1) aumento do
fluxo de líquidos dos capilares para o interstício, sem
que se detecte, ainda, aumento do volume intersticial
pulmonar devido ao aumento paralelo, compensatório,
da drenagem linfática; 2) o volume que é filtrado
pelos capilares ultrapassa a capacidade de drenagem
linfática máxima e inicia-se o acúmulo de líquido
no interstício; inicialmente, este ocorre de modo preferencial
junto aos bronquíolos terminais, onde a tensão
intersticial é menor; 3) aumentos adicionais do
volume, no interstício, terminam por distender os
septos interalveolares e conseqüente inundação dos
alvéolos.
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Edema pulmonar agudo
O edema pulmonar se instala, quando o fluxo
de líquido do espaço intravascular, em direção ao interstício
e alvéolos, supera o retorno do mesmo ao
intravascular e sua drenagem pelos linfáticos. Estes
desempenham importante papel na remoção de líquidos
do interstício pulmonar: estima-se que um adulto
de 70 Kg tenha um fluxo linfático pulmonar de 20ml/h
e que este possa sofrer incrementos adaptativos, atingindo
até 200ml/h. Para que isso seja observado, entretanto,
é necessário que o aumento na pressão capilar
pulmonar ocorra de modo gradual. Elevações
abruptas da mesma podem ser fatais num paciente
não pré-condicionado para hipertrofia do sistema linfático
pulmonar. Causas freqüentes de edema pulmonar
cardiogênico são: infarto miocárdico agudo ou exacerbação
isquêmica de disfunção ventricular pré-existente,
sobrecargas agudas de volume para o ventrículo
esquerdo (insuficiências valvares,
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