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Por:   •  3/10/2018  •  Resenha  •  790 Palavras (4 Páginas)  •  190 Visualizações

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Eventos adversos Uma das preocupações com o uso do trastuzumabe é o risco de insuficiência cardíaca que só foi avaliado por um estudo que mostrou um risco aumentado no grupo que fez uso do trastuzumabe em relação àquele de pacientes tratados apenas taxano. O uso de trastuzumabe também esteve associado ao risco aumentado de infecções, febre, anorexia, diarréia, artralgia, tosse, rash cutâneo, onicopatia, eritema, lacrimejamento, epistaxe.(CONITEC)

http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2012/Trastuzumabe_caavancado_final.pdf

DISCUSSÃO Esta revisão sistemática procurou avaliar a eficácia e segurança do uso do trastuzumabe no tratamento do câncer de mama metastático em tumores que expressam HER-2, comparando com outros esquemas quimioterápicos sem trastuzumabe. Conseguiu-se identificar três ensaios clínicos randomizados que avaliavam se o trastuzumabe resultava em benefício quando comparado com esquemas quimioterápicos sem trastuzumabe. Sobre os estudos incluídos, comenta-se: Qualidade metodológica dos estudos – a maioria dos estudos não fornece detalhes dos métodos de randomização e os cuidados para se evitar vieses de seleção. Além disso, todos os estudos tinham potenciais conflitos de interesse entre autores, em especial o financiamento dos estudos pela indústria farmacêutica. Evidências de vieses com resultados favoráveis a medicamento testado em estudos financiados pela indústria farmacêutica é maior do que estudos em que não há potenciais conflitos de interesse entre os autores e a indústria (Kjaergard et al, 2002; Lexchin et al, 2003; Bhandari et al, 2004; Ridker et al; 2006). Quantidade de estudos: Apenas três ensaios clínicos randomizados preencheram os critérios de inclusão. Como o objetivo desta revisão sistemática não era avaliar qual o melhor esquema quimioterápico para o câncer de mama metastático com super--expressão HER-2, mas, sim, avaliar se o trastuzumabe melhora a sobrevida livre de doença e sobrevida global das pacientes, o poder estatístico das meta-análises foi pequeno; além disso, não foram contemplados de modo adequado os esquemas usados para o câncer de mama metastático. Por exemplo, três estudos incluídos compararam trastuzumabe com paclitaxel ou docetaxel, mas apenas um estudo (Slamon et al, 2001) avaliou antraciclina com ou sem ciclofosfamida associadas ou não a trastuzumabe. A partir dos estudos de Slamon et al (2001) e Marty et al (2005) é possível constatar melhora no tempo de sobrevida com o uso do trastuzumabe quando comparado com esquemas sem trastuzumabe. No estudo de Slamon et al (2001) podese constatar que a redução de risco de morte com o uso do trastuzumabe foi de 20%, que segundo os autores foi significativa, mas numa análise conservadora verifica-se não ter havido diferença estatisticamente significativa (RR= 0.80 IC 95% 0.64–1.00, p=0,046). A taxa de resposta completa no esquema trastuzumabe com antraciclina foi de 11% e com paclitaxel foi de 7% comparado a 6% e 2% sem trastuzumabe, respectivamente. A mediana de sobrevida foi em torno de 25 semanas entre os pacientes com trastuzumabe e em torno de 20 semanas no grupo sem trastuzumabe. No estudo de Marty et al (2005), na comparação entre trastuzumabe com paclitaxel versus paclitaxel apenas, a mediana de sobrevida foi de 31,2 meses para o trastuzumabe associado a docetaxel em comparação a 22,7 meses para quem recebeu 26 CONITEC docetaxel apenas. As taxas de resposta completa foram semelhantes às constatadas por Slamon et al, isto é, 7% e 2%. Uma revisão sistemática (Piccart-Gebhart et al, 2008) com 3.953 pacientes com câncer de mama metastático comparou esquemas contendo antraciclina e paclitaxel ou docetaxel em relação a paclitaxel ou docetaxel isoladamente e constatou uma taxa de resposta completa com o esquema combinado de 10% comparado a 6% com o esquema contendo apenas taxano isoladamente, além de um aumento no risco de morte de 19% (IC95% 1,04 a 1,36) com o uso de taxano isoladamente. Em termos de resposta completa o resultado desta revisão sistemática foi semelhante ao constatado pela presente revisão sistemática e aos obtidos pelos ensaios clínicos randomizados de Slamon et al (2001) e Marty et al (2005). Além disso, o esquema contendo antraciclina, ciclofosfamida e trastuzumabe esteve associado a risco muito maior de insuficiência cardíaca, o que ocorreu em 13% dos pacientes que usaram trastuzumabe em comparação a 1% entre aqueles tratados sem adição deste medicamento, resultando num risco 13 vezes maior de ocorrência deste evento adverso (RR 12,53; 1,66 a 94,40). Embora se acredite que o uso de antraciclina ou taxano antes do início trastuzumabe sequencial possa resultar numa maior taxa de toxicidade cardíaca do que o uso concomitante desses antineoplásicos, as evidências são escassas para comprovar esta assunção. Risco significativamente aumentado de cardiotoxicidade também tem sido descrito com o uso de trastuzumabe como tratamento adjuvante para câncer de mama tanto inicial como localmente avançado (Tan-Chiu et al, 2005; Perez et al, 2008). Embora muitos casos sejam reversíveis (Procter et al, 2010), mais informações sobre segurança no uso do trastuzumabe no tratamento de câncer de mama metastático precisam ser produzidas, em especial com o seu uso associado à antraciclinas.

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