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Fichamento: O riso

Por:   •  2/8/2016  •  Abstract  •  1.110 Palavras (5 Páginas)  •  354 Visualizações

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DEART – DEPARTAMENTO DE ARTES CÊNICAS[pic 1]

                       FICHAMENTO

CLÓVIS VICTOR PITOMBEIRA – 16.1.5107

DRAMATIRGIA (A)

PROFESSORA: NINA CAETANO

OURO PRETO 27/06/2016 

  • Fichamento da segunda edição do livro “O Riso, ensaio sobre a significação do cômico” escrito por Henri Bergson e traduzido por Nathanael C. Caixeiro em 1983 lançado no Brasil pela Zahar Editora, Rio de Janeiro.
  • O livro foi traduzido da 375ª edição francesa de 1978 seu título original é “Le Rire”.
  • No primeiro capítulo o autor diz que não pretende concluir as definições do que ele chama “fantasia cômica”p.6 mas apresentar uma teoria juntamente com um entendimento funcional, também enfatiza que esta fantasia cômica é produto da vida real.
  • Ele apresenta observações sobre o lugar onde buscamos o efeito cômico: Chama a atenção para o fato do humano ser a única espécie de animal que ri apesar do efeito cômico necessitar de uma insensibilidade não isentando o homem do seu caráter social pois segundo o autor, o riso deve conter um significado social.
  • Alguns exemplos dessas observações preliminares: Quando alguém ri de uma pessoa caindo, o efeito cômico está presente pois a pessoa que caiu cometeu um ato involuntário de rigidez na musculatura que acompanhou o movimento do corpo até o chão, se a pessoa resolvesse se sentar voluntariamente não haveria graça;
  •  Quando objetos do cotidiano de uma pessoa são alterados e ela continua agindo mecanicamente, por exemplo caindo de uma cadeira quebrada que foi trocada por alguém, o efeito cômico acontece, pois, a pessoa continuou seu movimento esperando sentar-se em uma cadeira sólida, se espera que ela reaja a tais mudanças.
  • O cômico também pode ser interiorizado, falar algo fora do contexto por exemplo, neste caso nós mesmos nos colocamos a disposição de uma adaptação situacional.
  • Quanto mais natural o efeito cômico aparentar mais graça ele terá.
  • “O cômico é inconsciente”p.12, assim como o vício se torna algo engraçado, comédias possuem em seus títulos características dos seus personagens: O Avarento; O Ciumento, Diferente do drama que traz usualmente o nome do personagem.
  • Tensão e elasticidade são duas forças complementares que a vida exige de cada um, a rigidez frente a visão social apresenta um aspecto de inanimado.
  • Hábitos adquiridos e conservados como algumas deformidades do corpo humano ou algumas expressões causam o riso. Seria o caso da comicidade inferida à caricatura.
  • O caricaturista tem como arte expressar em si detalhes quase imperceptíveis e torna-los amplos e visíveis. A comicidade provém da mecanização de movimentos automáticos subentendidos.
  • A comicidade acontece através do automatismo dessa mecanização, uma repetição exagerada de gestos que a plateia por hora vai identificar quando acontecer se nela houver, ritmo e automação, causará o efeito cômico.
  • O disfarce causa o efeito do riso, tanto o disfarce da sociedade quanto o da natureza, no caso da natureza, podemos rir quando ela tem interferência do homem e essa interferência é grotesca, ou mesmo na tentativa de reproduzir certos efeitos naturais, no caso da sociedade basta viver pois ela é engraçada por si só. “Vivendo nela, vivendo por ela, não podemos deixar de tratá-la como um ser vivo. Risível será, pois, a imagem que nos surgirá à ideia de uma sociedade que se disfarce”. p.25.
  • Regras do ser humano importas sobre a natureza causam o efeito cômico, assim como a mudança brusca de atenção, quando estamos atrelados a alma e imediatamente percebemos o corpo, o autor exemplifica isso com o clássico efeito cômico causado por um orador que espirra no ápice do seu discurso.
  • Há também um automatismo profissional e moral que causa o efeito cômico, assim é esperado comportamentos adequados de certas profissões, um juiz gago por exemplo causa esse tipo de comicidade.
  • No segundo capítulo o autor vai falar do cômico observado através das ações e situações, afirmando que o teatro é uma amplificação da vida cotidiana, exemplifica como a parte lúdica de algumas brincadeiras infantis carregam traços que determinam as ações que nos causa o riso, ações que são mecanizadas, repetições de um ato constante.
  • Ele aprofunda ao falar sobre os mecanismos da repetição, algo difícil de ser compreendido, em síntese, a repetição constante de ideias, exprimidas ou comprimidas, como uma mola, causa efeito cômico, por exemplo quando algum personagem interrompe o diálogo de outro constantemente com a mesma fala, mesmo ideal fixo.
  • Alega que a comicidade pode estar presente até nos aspectos mais dramáticos da vida através da fantasia.
  • As reminiscências das experiências vividas durante a infância contribuem para a percepção de um efeito cômico chamado “Bola de neve”p42. O riso através da visão de várias coisas caindo em série.
  • Ele examina processos que chama de “Repetição, Inversão e Interferência de séries”p44.
  • Repetição não é exclusivamente uma palavra que determina ações de personagens, mas também pode ocorrer a partir de situações, repetição de fatores contrastantes com a vida. O teatro bufo utiliza bem este método. Peças como as do Moliére, segundo o autor oferece uma composição situacional que leva a comédia de um extremo a outro.
  • Inversão trata-se basicamente do infortúnio voltado ao seu causador, papéis invertidos, o ladrão que acaba sendo roubado no final ou mesmo um personagem que sofre as consequências que havia arquitetado a outro.
  • A interferência de séries entende-se como uma interpretação simultânea em dois sentidos variados.
  • Transpondo a expressão natural de uma ideia para outra tonalidade obteremos um elemento cômico.
  • O exagero é engraçado, principalmente quando ocorre com a transposição.
  • O riso é um desvio da realidade para o sonho, a comicidade está ligada ao campo das ideias, para que o riso aconteça não pode haver comoção. A ação é essencial ao drama e acessória na comédia.
  • Não importa a índole do caráter, se é insociável poderá ser cômico. Duas condições são necessárias, insensibilidade do espectador e do personagem.
  • O desvio inconsciente é cômico.
  • A comédia provém de uma observação exterior do homem para consigo mesmo.
  • A singularidade das pessoas ou os desvios no comportamento causam o riso.
  • A comédia não está propriamente na gente, mas emerge nas nossas relações sociais de onde provém.
  • A comédia generaliza afim de alcançar maior número de pessoas, sendo mais próxima ao que vivemos já que nossa sociedade vive de aparências, imagens e símbolos.
  • O conteúdo do texto cômico apresenta tipos, estereótipos que as pessoas carregam ao longo da vida em sociedade que exige um certo padrão ou a adequa criando tais tipos.
  • O distanciamento que o ator de comédia deve fazer do seu personagem é muito importante pois ele precisa rir de si mesmo e isso só é possível através deste distanciamento.

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