O Graffiti E Suas Intervenções Pela Cidade: Como A Arte Dialoga Com O Morro

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

VALESKA CATHERINNE SEVERIANO AZEVÊDO

O GRAFFITI E SUAS INTERVENÇÕES PELA CIDADE:

COMO A ARTE DIALOGA COM O MORRO

SÃO PAULO

2023

VALESKA CATHERINNE SEVERIANO AZEVÊDO

RGM: 33762180

O GRAFFITI E SUAS INTERVENÇÕES PELA CIDADE:

COMO A ARTE DIALOGA COM O MORRO

Trabalho apresentado junto ao

Curso de Artes Visuais, da

Universidade Cruzeiro do Sul

como exigência parcial da

disciplina Projeto Experimental

em Arte I

SÃO PAULO

2023

O GRAFFITI E SUAS INTERVENÇÕES PELA CIDADE:

COMO A ARTE DIALOGA COM O MORRO

Valeska Catherinne Severiano Azevêdo

RGM: 33762180

Resumo

O graffiti, também conhecido como arte urbana, é uma forma de expressão

artística que envolve a aplicação de tintas, sprays ou outros materiais em superfícies

públicas, como paredes, muros, trens e ruas. O graffiti tem origens antigas, sendo

encontrado em diversas culturas ao longo da história, como os desenhos nas

cavernas pré-históricas e as inscrições nas ruínas de Pompeia.

Nos dias atuais tem sido objeto de discussões sobre questões como a

legalidade, a propriedade pública e privada, e a valorização como arte. Em algumas

cidades, é considerado uma forma ilegal de vandalismo, enquanto em outras é

reconhecido como uma forma legítima de expressão artística e é até mesmo

incentivado como uma maneira de embelezar o espaço público.

Além disso, também tem sido usado como meio de protesto social e político,

abordando questões como a desigualdade social, o racismo, o feminismo, a proteção

ambiental, entre outros temas. Muitos artistas do movimento têm utilizado sua arte

como uma forma de dar voz a grupos marginalizados e promover mudanças sociais.

Apesar dos debates e controvérsias em torno do graffiti, ele continua a ser uma

forma de arte urbana relevante nos dias atuais, com uma grande variedade de estilos,

artistas talentosos e mensagens poderosas.

Palavras Chaves: Graffiti; Periferia; Arte Urbana; Diversidade cultural; Políticas

sociais; Identidade.

Introdução

O Graffiti, é uma configuração de arte urbana que surgiu nas décadas de 60 e

70 na Europa no auge do movimento estudantil, como uma forma de expressão da

juventude marginalizada das periferias da cidade. Inicialmente, os graffitis eram

apenas assinaturas, que esses jovens deixavam nas paredes das ruas e estações de

trem, como uma forma de marcar seu território e mostrar sua presença na cidade. No

Brasil o Graffiti se apresentou como apontamento político e críticas a repressão

advindas do regime militar, instituindo novas liberdades democráticas e ideologias

constituídas sobre o sistema vigente (FURTADO, 2009; VIEIRA, 2009; ZANELLA,

2009)

Com o passar dos anos, o Graffiti evoluiu para formas mais elaboradas de arte

urbana, com desenhos e pinturas coloridas que expressavam mensagens políticas,

sociais e culturais, tornando-se uma forma de protesto e resistência contra a opressão,

a discriminação e a desigualdade que afetavam as regiões marginalizadas,

dialogando diretamente com as periferias, pois muitos dos artistas que praticam essa

forma de arte são oriundos dessas regiões, utilizando-se o Graffiti como uma forma

de expressar sua própria identidade, culturas e lutas sociais.

Essa expressão de arte também é uma forma de ocupação dos espaços

públicos, permitindo que as periferias se aproprie da cidade e da região central,

transformando de acordo com suas próprias necessidades, sendo visto como uma

forma de arte democrática, acessível a todos e capaz de estimular a criatividade e a

participação cidadã, no entanto, é frequentemente enxergada como uma destruição

do patrimônio público e particular, originando que muitos artistas enfrentem

perseguições e punições por parte das autoridades. Essa falta de reconhecimento

oficial como uma forma de arte legítima é um obstáculo para sua valorização e

preservação.

O Graffiti originasse de uma história de resistência, de lutas e de expressões

das áreas marginalizadas e periféricas, permitindo que elas se expressem e se

afirmem como uma própria identidade.

A artista levantada para elaborarmos a história do Grafitti foi a grafiteira Aryane,

conhecida como Arykas, criadora e integrante do coletivo Distrito Marginal, que atua

na