Os Museus na Grécia e com o passar do tempo
Por: allyouneedisli • 17/11/2017 • Relatório de pesquisa • 1.457 Palavras (6 Páginas) • 291 Visualizações
Nasce o Museion na Grécia. Aparece no Egito dos Ptolomeus. Reduz sua pretensão enciclopédica. Livra-se da antiga estrutura, torna-se compêndio sobre metais, lista de especiarias, livro de canções e poemas.
Abrem-se os portões. Não mais o privilégio de alguns, mas patrimônio coletivo dos povos. O museu retém o tempo. As musas, donas da memória, continuam estrelas-guias de um passeio sideral. Nostalgias cósmicas do que foi.
O museu é um serviço público a serviço do público.
De tempos em tempos, uma exposição excepcional, divulgada com o reforço de cartazes, mostra esse mesmo público comprimido em longas filas de espera na entrada das “Santas Relíquias” expostas por um curto período, modificando a rotineira atmosfera da missa dominical.
É proibido tocar, é proibido fumar, é proibido aproximar-se, é proibido fotografar, é proibido rir, é proibido comer, é proibido correr, é proibido falar alto, é proibido sentar no chão.
Esses comportamentos clássicos e ritos culturais comuns, bem como os locais que os fazem nascer, geram também outra falsa idéia comumente admitida a respeito dos museus: museu = museu de arte.
O museu é a casa dos objetos dos homens, fabricados ontem, hoje, aqui ou aIhures. Nele, Tempo e Espaço são abolidos.
O museu surge a partir da coleção
A coleção é compensadora, também, para numerosos colecionadores que, segundo o advogado Rheims, “são de pequena estatura ou pertencem a um pequeno país, a uma minoria, seja nacional como a Suíça, seja religiosa como os judeus, seja social como os solteiros. A coleção os faz crescer, protege-os e valoriza-os; é também um meio de afirmação social ou sobrevivência
O colecionador sem coleção possui todas as coleções dos museus do mundo.
Esboça-se, assim, a divisão que notaremos adiante entre as artes e as “curiosidades”, duas direções a partir das quais surgirão, a seu tempo, o museu de belas-artes e o museu de história natural.
Quanto ao primeiro museu pedagógico, este é aberto, em 1683, em Oxford: trata-se do Ashmolean Museum, cujas coleções estáo junto a uma biblioteca e a um laboratório. Seu regulamento e catálogo continuam ainda hoje em uso.
Mas as obras-primas são também confiscos de guerra que mudam de campo.
No final do século XVII, com as conquistas da Revolução e o desenvolvimento dos nacionalismos, brota a idéia de que tais riquezas não são propriedade única dos poderosos, pertencendo doravante aos povos.
Torna-se, então, necessário classificar os acervos e organizar de modo mais sistemático o espaço do museu
A coleção se justifica, a partir de então, não somente como um instrumento de prestígio ou como uma motivação de deleite. Surge da vontade de estudo 26 e confronto.
Após ter sido coleção de prestígio pessoal ou político, instrumento de educação e cultura, local de conservação do património nacional ou regional, o museu torna-se hoje o lugar de expressão da sociedade e, colocando-se finalmente a seu serviço, passa a expressá-la 32
Ao contrário das galerias cooperativas comunitárias suecas ou das galerias municipais de exposição dos museus de arte holandeses, a galeria de vizinhança não é especializada34 Apresenta exposições variadas por diferentes grupos com a ajuda de equipes de técnicos, com um objetivo pedagógico e social.
Ao contrário dos museus tradicionais, as ações neles desenvolvidas são efêmeras e continuamente renovadas; nenhuma mostra é permanente. De fato, duas características tornam essa ação exemplar: primeiramente, a participação do público, estreitamente associado às equipes técnicas, expressando suas tensões e conflitos, seu folclore, seus costumes, seu passado, seus projetos ou seus sonhos... Em seguida, é necessário que o modo de expressão passe pelo objeto apresentado, apoiado eventualmente por uma documentação escrita ou audiovisual. As técnicas museográficas são utilizadas com sutileza para que a mensagem dos objetos seja eloquente, entre os homens que os fabricaram e os que aprenderão a vê-los, compreendê-los e amá-los.
Um ecomuseu é um espelho no qual a população olha para si mesma para reconhecer-se, procura a explicação para o território ao qual está ligada, juntamente com a das populações que a precederam na descontinuidade ou na continuidade das gerações. É um museu do homem e da natureza. o ecomuseu desempenha um papel de informação e de análise crítica.
Há alguns anos, os museus se conscientizaram da necessidade de adotar uma política de aquisição coerente e ordenar suas coleções não mais em função do “gosto” de determinado responsável, ou da raridade e preço de determinada obra, mas a partir de critérios científicos ou das necessidades de seu público. 41
Examinado, etiquetado, numerado, fotografado, recuperado e restaurado, o objeto é submetido a uma minuciosa pesquisa documental, histórica, iconográfica, posteriormente reunida em um catálogo Identificação
A colocação dos objetos nas reservas técnicas é também um problema que merece hoje desvelada atenção. Iluminação clima
Toda a dificuldade da tarefa do museógrafo consiste em traduzir esse objeto de forma muito clara para sua exposição às diversas categorias de público.
A mesma exposição deve convir a todos esses públicos, os públicos do museu. O mesmo objeto pode adquirir um sentido e um valor muito diferentes conforme sua situação no ambiente criado por essa ou aquela série de objetos.
Todos esses significados nascem a partir do meio em que está inserido e da apresentação, que constituem o essencial do trabalho do museógrafo
Misturar objetos
Quando a etiqueta estiver normalizada, situada em boa altura, legível, o museógrafo deve, por vezes, ainda convencer o conservador de museus a renunciar ao exclusivo vocabulário científico para que um público mais amplo possa dele usufruir.
Assim o museógrafo dispõe de rica linguagem, que possui também sua gramática.
É justamente essa leitura, essas leituras, esses códigos, esses níveis de significado possíveis que tornam o objeto de museu insubstituível para o amador assim como para quem não sabe ler ou fala só sua língua natal, pois ele se torna portador de uma mensagem singular que é preciso aprender a decifrar.
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