RESENHA DO LIVRO ARTE CONTEMPORÂNEA – CAPÍTULO II ANNE CAUQUELIN
Por: Maíra Callegaro Velho • 12/3/2020 • Resenha • 1.180 Palavras (5 Páginas) • 574 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE ARTES E LETRAS DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS
ARTES VISUAIS – BACHARELADO EM DESENHO E PLÁSTICA
RESENHA DO LIVRO ARTE CONTEMPORÂNEA – CAPÍTULO II
ANNE CAUQUELIN
PROFESSORA: NARA CRISTINA SANTOS
ALUNA: MAÍRA CALLEGARO VELHO
Santa Maria, 2016.
Os artistas passam a questionar a própria linguagem artística, este momento a arte passa a priorizar a ideia, o conceito e a atitude, acima da produção artística. O objetivo aqui é produzir arte, ao mesmo tempo que reflete sobre ela.
(...) a preocupação de manter ligado à tradição histórica da arte, retomando formas artísticas experimentadas, e a de estar presente na transmissão pelas redes desprezando um conteúdo formal determinado. É pois uma forma, mista que concede aos produtores de obras a vantajosa posição de portadores de uma nova mensagem e desloca ou inquieta os críticos e historiadores de arte, que não sabem como captá-las nem a quem aplicá-la.¹
Ocorre uma redefinição da arte, no momento em que o artista recusa-se a seguir um pensamento linear, e faz ruptura com esta ideologia fechada. Ao exemplo de Duchamp que propôs uma nova forma de realizar arte, partindo de ideias, ao invés de assuntos. Desta forma atribui questionamentos e contestações a arte até então produzida.
Neste sentido, o artista é uma pessoa que pode não ser entendida por sua produção contemporânea, decorrente de um estranhamento em relação as manifestações artísticas atuais. A partir do rompimento da arte com a estética, passa- se a pensar a obra como ideia, ou seja, o conceito pensado antes de sua materialização, a arte deixa de ser primordialmente visual e passa a ser a ideia e pensamento.
A atividade de designação faz a obra existir enquanto tal. Pouco importa que ela seja aquilo ou isto, deste ou daquele material, sobre este ou aquele suporte, feita à mão ou já existente, pronta.²
Outra articulação sobre a arte conceitual é a de Joseph Kosuth, seria uma preposição analítica, próxima a tautologia, em que a obra seria auto-referencial, o que ela diz que é.
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1.CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea: uma introdução. [tradução Rejane Janowitzer]. – São Paulo: Martins, 2005.- p.129
2.CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea: uma introdução. [tradução Rejane Janowitzer]. – São Paulo: Martins, 2005.- p.134
A arte conceitual também diz respeito ao local em que está inserida e o diálogo com este. “ O espaço em que esse discurso é apresentado passa a ser um componente essencial. ”³
No minimalismo apaga-se o conteúdo representativo e figurativo, ocorre geometrização da forma, simplificação e impessoalidade do artista, faz uso de formas prontas e industriais. Trabalha com a relação da obra, espaço e público. “O espaço tempo se tornam as categorias principais, não tanto como suportes vazios e formais do trabalho, mas como sua própria substância.”4
Neste mesmo sentido também a land art, porém o ambiente integra-se à obra, os recursos provenientes da natureza além de suporte, fazem parte da criação artística. Propõem ultrapassar dos limites dos espaços tradicionais, tanto por se realizar em espaços externos, quanto por ter grandes dimensões.
Contrapondo com a arte conceitual, encontramos a neo-arte, que trata da emoção, o gesto do corpo e a espontaneidade, contudo ainda traz a ideia duchampana, “qualquer coisa, mas na hora certa”. Dentro dela encontramos figuração livre, action painting e body art. “A atividade artística é assim entendida largamente a setores diversos sem levar em conta a qualidade estética do trabalho e, mesmo que a figuração esteja de volta, as qualidades formais que antigamente eram ligadas a ela são deixadas de lado (...) a atividade artística não está mais centrada na estética(...)” 5
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