Relatório Licenciatura em Artes
Por: Thaís Sales • 4/7/2018 • Relatório de pesquisa • 2.787 Palavras (12 Páginas) • 265 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
FACULDADE DE ARTES VISUAIS
CURSO DE ARTES VISUAIS
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Thaís Ferreira de Sales
Relatório final sobre as ações vivenciadas no estágio supervisionado
Relatório apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Estágio em Ensino das Artes Visuais I, no Curso de Artes Visuais, na Universidade Federal do Pará.
Prof. Ma. Brisa Nunes
Belém, 2017
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO
O estágio curricular supervisionado é parte obrigatória da disciplina de Estágio em Ensino de Artes Visuais I e fora realizado na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará, localizada na Avenida Perimetral, em Belém do Pará durante o período de dezoito de janeiro de dois mil e dezessete a vinte e quatro de março de dois mil e dezessete, totalizando quarenta e cinco horas.
Este estágio se desenvolveu sob a supervisão da professora Amélia Guerra durante as aulas de Artes das turmas 3001 e 3003 da Escola de Aplicação, equivalentes ao terceiro ano do Ensino Fundamental I. As atividades, em geral, ocorreram pela parte da manhã das quintas-feiras, juntamente com outras duas estagiárias de Artes Visuais. Ao todo, foram quinze aulas e quatro atividades fora de sala.
Inicialmente, a escolha da instituição não pareceu certa para um primeiro encontro com a sala de aula pelo pequeno número de alunos por turma, uma vez que as escolas brasileiras, em geral, costumam ter o triplo de crianças para um único professor, por tanto, começar com uma escola bem mais preparada do que as demais despertava o receio de que esta experiência não fosse suficiente.
Porém, a proposta desta disciplina seria apenas uma introdução dentro de sala, por meio de observação, para que fossem percebidas e refletidas as diferentes situações vividas durante a docência. E, no decorrer das atividades, esta experiência se tornou tão intensa que o processo de conhecer não se bastou a um acompanhamento passivo, precisou-se de envolvimento com as aulas: fazer parte delas e, por vezes, coordená-las. Os assuntos e as atividades realizadas não variavam de uma turma para a outra, por serem séries equivalentes, o que facilitou a análise das duas classes observadas.
As reflexões a seguir se embasam em alguns textos discutidos durante a disciplina, como a teoria de Teresinha Rios de como deve ser o bom educador, de acordo com seu conceito de competência que vincula técnica e política; considerações de Maria F. de Rezende e Fusari e Maria Heloísa C. de T. Ferraz, que discutem como e o que da Arte é levado para as escolas. Além destes, aborda-se o pensamento de Edith Derdyk sobre a cópia e a imitação do/no desenho infantil.
Mesmo com estes referenciais teóricos, as principais explanações deste relatório surgem a partir da conversação com os alunos das turmas acompanhadas. Estes posicionamenos e questões que me foram cedidos são o principal motivo de
- DESENVOLVIMENTO
2016.4 fora um semestre atípico, curto e reformulado mais de uma vez em decorrência de alguns acontecimentos na comunidade acadêmica. Em um pouco mais de três meses, deveríamos completar todas as cento e duas horas da disciplina de Estágio em ensino de Artes Visuais, algo que já é difícil mesmo dentro de semestres habituais. Havia muita pressa em começar, visto que o risco de adiar a disciplina para futuros períodos nos rondava.
O primeiro contato da minha turma com a Escola de Aplicação se deu em uma quarta-feira, de manhã, quando fomos apresentados a escola e seu sistema de coordenação de estagiários. Ali discutimos sobre o funcionamento da instituição, nossas obrigações, possíveis situações que poderíamos encontrar e como nos portar diante delas. Também nos organizamos, de acordo com os horários das aulas de Arte para o Ensino Fundamental I e Educação Infantil, para que não “superpopulássemos” as aulas e para que todos pudessemos adequar o estágio a nossas rotinas.
Fora nesta reunião com a coordenação de estágio da EA/UFPA, depois de estar “lotada” no único dia disponível para mim daquele turno, onde percebi que, semanalmente, oito horas seriam necessárias para que conseguisse cumprir com o currículo sem grandes apertos. No entato, eu poderia, apenas, preencher seis horas: duas com a Ma. Brisa Nunes e quatro horas por manhã na EA.
Fui a única estagiária a comparecer no primeiro dia, dezenove de janeiro. Ainda que tenha chegado bastante adiantada na Escola de Aplicação, tive problemas com o horário, pois buscava os locais das aulas. Surgiu, então, o primeiro ponto que me chamou atenção: a professora deveria ir buscar as turmas em suas salas habituais porque as aulas de Arte aconteciam sempre em uma sala própria.
Havia, ali, apenas quatro mesas para os alunos, grandes o bastante para acomodar até seis crianças, cada uma; um pequeno varal onde eram pendurados os trabalhos dos pequenos a medida em que fossem finalizados; uma pia com uma grande bancada com muitas paletas e pincéis, lugar em que as tintas eram misturadas e; uma televisão grande que era utilizada como monitor para o computador.
Os alunos estavam na faixa etária de oito a dez anos de idade. Os dois primeiros horários, costumavam ser mais cheios: quinze crianças. Os dois últimos horários tinham uma turma menor porque um dos alunos enfrentava problemas com má formação corpórea, assim, talvez precisassem de um pouco mais de atenção; eram dez crianças, apenas.
Coloquei-me a observar aquele ambiente em um canto reservado da sala de aula, mas a profesora logo pediu para que a ajudasse com as atividades, assim, entrando em contato direto com as crianças. Ainda que muito educados e acostumados com a presença de estágiários na Escola, senti que, de alguma forma, os alunos não pareceram muito satisfeitos com minha presença. Depois de me apresentar, meu primeiro diálogo em sala de aula fora com JL., oito anos, “Tia, a senhora é estranha”, seguida por RO., oito anos, “É, a senhora tem cara de doida”.
A metodologia utilizada remetia muito aos conceitos da Pedagogia Tradicional dentro da aula de Arte apresentados por REZENDE e FERRAZ (ano), onde os conteúdos aplicados eram fixados apartir de uma atividade prática, com foco neste produto do trabalho escolar, e a relação professor-aluno fora construída de forma vertical e autoritária. Mesmo assim, por vezes, a estrutura destas aulas conectava-se à proposta da abordagem triangular, de Ana Mae Barbosa (ano), com apresentação da obra de arte, contextualização, o fazer artístico e a reflexão sobre o que fora produzido; porém, de forma raza.
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