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SANTAELLA, Lucia; NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia.

Por:   •  7/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.362 Palavras (6 Páginas)  •  336 Visualizações

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SANTAELLA, Lucia; NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. 4, ed. São Paulo: Iluminuras, 2005.

 “O mundo das imagens se divide em dois domínios. O primeiro é o domínio das imagens como representações visuais” […] “o segundo é o domínio imaterial das imagens na nossa mente” […] "Ambos os domínios da imagem não existem separados, pois estão inextricavelmente ligados já na sua gênese.” (p. 15)

“Os conceitos unificadores dos dois domínios da imagem são os conceitos de signo e de representação.” (p. 15)

“Na semiótica geral, encontram-se definições muito variadas do conceito de representação. O âmbito de sua significação situa-se entre apresentação e imaginação e estende-se, assim, a conceitos semióticos centrais como signo, veículo do signo, imagem (“representação imagética”), assim como significação e referência.” (p. 16)

No conceito inglês (representation), representação situa-se como sinônimo de signo. Peirce vai classificar, em sua primeira fase (1865), semiótica como a “teoria geral das representações” (W 1: 174; Fisch 1986: 323-324), falando também simplesmente de "signo ou representação” (p. 16)

De acordo com o modelo de Peirce, “ “a representação pública” é o signo do sentido do representamen peirciano, enquanto a “representação mental” é o interpretante sígnico.” (p. 16-17)

“Com o deslocamento das relações sígnicas do mundo das coisas a um mundo dos signos das coisas, ou seja, das representações no sentido de Foucault, o sistema de signos se torna, então, a moldura de relação dos signos.” (p.23)

“Imagens não eram, para Platão, o resultado da percepção (aisthesis), mas tinha sua origem na própria alma. Aristóteles, por outro lado, dava às imagens um significado maior no processo do pensamento e defendia a tese de que “o pensamento é impossível dem imagens” (Sobre a memória 450a)” (p. 28).

Cap. 2. Semiótica da Imagem

 

Citando alguns autores que postularam uma linguagem ou gramática da imagem, a obra traz:

"Barthes que desenvolveu sua própria semiótica da imagem baseado em Saussure e Hjelmslev (ver Naville 1970; Baker 1985; Sonesson 1989)

Com maior influência de Hjelmslev, orientam-se os trabalhos de Lindekens (1976) sobre fotografia.” (p. 34)

>>> Sobre temas individuais da semiótica da imagem:

"Mapas e cartografia: desde a semiologia cartográfica de Bertin (1967), existe o ramo da cartosemiótica na área das ciências geográficas, cujos resultados de pesquisa estão documentados na série de estudos Kartosemiotica (Bratislava e Dresden, desde 1991). Outros estudos além disso, são Palek (1986), Moore (1989), Freitag (1992) e Nöth (no prelo).” (p.35)

“O conceito de imagem se divide num campo semântico determinado por dois polos opostos. Um descreve a imagem direta perceptível ou até mesmo existente. O outro contém a imagem mental simples, que, na ausência de estímulos visuais, pode ser evocada.” (p. 36)

>>> A teoria de Gibson sobre a iconicidade da imagem

CONCEITUANDO imagem segundo Gibson:

“Uma vez que a relação de semelhança encontra grandes dificuldades na sua precisão lógica, Gibson (1954: 14) procurou uma definição ótico-geométrica da semelhança da imagem com a realidade: “Uma imagem fiel é uma superfície física delimitada, processada de um tal modo que reflete (ou transmite) um feixe de raios de luz num dado ponto que coincidiria com o mesmo feixe de raios do original àquele ponto.”Enquanto essa definição trata da imagem fotográfica de maneira ideal e parece ser inspirada na técnica de seu processo de produção, é questionável se as imagens, como por exemplo desenhos, na sua relação de semelhança podem ser caracterizadas dessa forma.” (p. 39)

No sentido de deslocar a relação de semelhança entre imagem e objeto, Gibson elabora outra definição de imagem, onde a semelhança se encontra entre duas formas de percepção do receptor.

A nova definição de Gibson (1971:31) diz: “Uma imagem é uma superfície de tal modo tratada que um arranjo ótico delimitado a um ponto de observação se torna disponível, contendo o mesmo tipo de informação que é encontrado nos arranjos óticos ambientais de um ambiente comum.” (p. 40)

“… as imagens atuam mais fortemente de maneira afetivo-relacional, enquanto a linguagem apresenta mais fortemente efeitos cognitivo-conceituais (Janney & Arndt 1994). Imagens fomentam atenção e motivação, são mais apropriadas à apresentação de informação espacial e facilitam, em certo grau, determinados processos de aprendizagem (Weidenmann 1988: 135-138)” (p. 44)

>> Argumentos do gestaltismo a favor da autonomia da imagem

O gestaltismo traz um primeiro modelo para a interpretação de imagem como um signo autônomo. Formas visuais são unidades de percepção independentes da linguagem. No campo visual, as figuras são percebidas, em sua totalidade, como formas. As totalidades aparecem como algo que é mais do que somatório de suas partes. A percepção acontece, então, não de maneira reprodutiva, mas sim como um processo construtivo da nova organização do campo visual. Esse processo é determinado pelas chamadas leis da forma” (p. 45)

“Já que a percepção da forma não é somente um processo de recepção, mas, em última análise, um processo de coordenação entre o percebido e as formas já internalizadas, ela é, no sentido da relação token-type de acordo com Peirce, um processo semiótico.” (p. 45)

Cap. 8. Semiótica da Fotografia

>>> A semiótica da fotografia se baseia na semiótica da imagem.

“A característica semiótica mais notável da fotografia reside no fato de que a foto funciona, ao mesmo tempo, como ícone e índice (cf. Sonesson 1993b: 153-154). por um lado, ela reproduz a realidade através de (aparente) semelhança; por outro, ela tem uma relação causal com a realidade devido às leis da ótica.”(p. 107) >>> “Por este motivo, Schaeffer (1987: 590) definiu a imagem fotográfica como um “ícone indexical”. “ (p.107)

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