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A Ciência e Poder na Contemporaneidade

Por:   •  19/4/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  507 Palavras (3 Páginas)  •  6.269 Visualizações

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Trabalho de Filosofia

Nome: Emanuele Schwengber, Ivone Pagadigorria, Stephanie Stroher

Nº: 06,10,18

Tema:

  • Ciência E Poder na Contemporaneidade

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Ciência E Poder na Contemporaneidade

Os desafios contemporâneos para a ciência e o conhecimento vêm sendo analisados sob várias perspectivas. Uma delas é a do filósofo francês Bruno Latour, que faz uma dura crítica ao projeto moderno, afirmando que ele nunca deixou de ser projeto, isto é, nunca se realizou de fato. Segundo ele, o projeto da modernidade era o de separar radicalmente a natureza e a cultura, a ciência e política. Em outras palavras, pretendia separar o científico, racional e demonstrável, do social. Caberia aos cientistas conhecer, compreender e gerir a natureza, ficando sob a responsabilidade dos políticos a gestão da sociedade. Latour afirma que essa divisão de tarefas nunca se materializou, porque todo o conhecimento novo surge em uma sociedade especifica e interfere diretamente na vida desse sociedade portanto, a ciência é também social, cultural e politica.

Como não é possível esperar o “humano’’, o conhecimento não pode ser classificado como apenas social ou apenas cientifico. Os conhecimentos são “híbridos”, conforme os denomina Latour.

Como exemplos de conhecimentos híbridos, Latour cita o buraco na camada de ozônio, o congelamento de embriões para retirada futura de células-troncos, a poluição dos rios e as pesquisas de cura para aids. Esses temas podem ser estudos apenas por uma ciência isoladamente, ou mesmo que um projeto interdisciplinar? Latour responde que não, e lembra que todos eles envolvem também aspectos sociais, econômicos e políticos que precisam ser levados em conta.

Não se pode fazer uma separação entre a produção do conhecimento e o exercio do poder, Latour. Como vimos a cima, a ciência deixou de ser movida pela vontade de conhecer e passou a se guiar pelas possibilidades vislumbradas de aplicação. Esta relação entre conhecimento e poder, já demonstrada por Foucault, exigiu a criação do termo tecnicociencia.

Recorrendo a uma metáfora mitológica, Latour afirma que com todo a curiosidade que moveu a ciência no séc. XX, esgotaram-se os males que escaparam da caixa de Pandora. Mas, tendo experimentado os males, podemos ainda encontrar aquilo que restou no fundo da caixa: a esperança. Para isso, será necessário criar um novo modo de fazer ciência, sem a separação entre ela e politica desejada pelo projeto moderno.

Talvez a grande lição contemporânea seja a de que a ciência e o conhecimento sempre envolvem novas possibilidades e reflexões, não apenas sobre o que se conhece, mas também sobre como e a que preço se conhece.

Bruno Latour

Bruno Latour (Beaune, 22 de junho de 1947) é um antropólogo, sociólogo e filósofo da ciência francês.... Em setembro de 2007, Bruno Latour tornou-se diretor científico e vice-diretor da Sciences Po. É também há anos professor visitante da London School of Economics e da Universidade Harvard.

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