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A Divisão do Trabalho Social

Por:   •  6/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  986 Palavras (4 Páginas)  •  337 Visualizações

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          UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP
          CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS (NOTURNO).        
          DISCIPLINA - SOCIOLOGIA DE DURKHEIM.

           Jonathan Segovia  RA: 170821

DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL - DURKHEIM

- PREFÁCIOS À PRIMEIRA E SEGUNDA EDIÇÃO

Durkheim trata da importância dos ‘’ agrupamentos profissionais’’ para o desempenho da organização social dos povos contemporâneos, da divisão desses povos através do trabalho.
Divisão do trabalho, segundo ele, não é responsável pela construção do Estado anômico jurídico da sociedade industrial. Ou seja, deve ser associado aos conflitos do mundo econômico. A vida dos indivíduos está nos meios industriais e comerciais.
Esses agrupamentos são importantes nas sociedades, pois moralmente acaba com coisas como o egoísmo, e contém laços de solidariedade forte entre os trabalhadores. A subordinação dos interesses particulares aos interesses gerais do povo é a fonte de toda atividade moral.
Essa associação de indivíduos leva a uma forma de pensamento, um pensamento coletivo e que visa a todos. Porém está sujeita a transformações em grandes empresas, por conta de (mais precisamente) dois fatores: A sede da empresa não ser na cidade local do indivíduo; A clientela poder se recrutar em qualquer lugar.
Como essas corporações eram baseadas em costumes, muitas vezes não se adaptam às transformações. Ou seja, são superadas pela perda de flexibilidade para se reformar com o tempo. Isso causa um declínio na velha estrutura social.
Quanto ao trabalho, a relação de personalidade individual e solidariedade social (relações de interdependência) influenciam na construção de uma sociedade e têm relação com a ciência. Teoria de iluminar a prática.
Ciência pode sim cooperar a definir o ideal e o sentido da sociedade desde que não se chegue a respostas por meios metafísicos, mas sim por meios científicos. Só pode existir uma ciência desinteressada do prático e das pré-noções.
Não basta apenas desenvolver o conceito de ideia, não basta observar os fatos apenas. Deve estudá-los a rigor para submeter-se a ciência. Fato moral é igual ao social. Deve-se considerar o ‘’ ser e o deve ser’’ em um estudo firme para definir os fatos com relação à ciência.

- DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL

As Relações de Interdependência, colocadas por Durkheim para retratar as relações
entre os indivíduos e a coletividade, são colocadas para explicar a construção de uma sociedade. Ele as divide em duas formas de solidariedade:
Mecânica - Indivíduos diferem pouco uns dos outros, se assemelham por terem os mesmos valores e sentimentos. É mais simples e se forma pela igualdade: os indivíduos vivem em comum porque partilham de uma consciência coletiva comum. Este tipo de solidariedade predominava nas sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos permanecem em geral independentes e autônomos em relação à divisão do trabalho social.
Orgânica - Se exprimem pela diferenciação. São diferentes e com pensamentos diferentes uns dos outros. “Analogia com os órgãos de um ser vivo, cada um dos quais exerce uma função própria; embora os órgãos não se pareçam uns com os outros, todos são igualmente indispensáveis à vida” (p.458 – Da Divisão do Trabalho Social). Uma sociedade em que os indivíduos estão unidos em virtude da divisão social do trabalho. Cada um pode, muitas vezes, tem a liberdade de agir, crer e querer conforme bem entende (diferente da solidariedade mecânica, em que a maior parte da existência é orientada por imperativos e proibições sociais).

Para Durkheim, a divisão social do trabalho significava o funcionamento, a princípio harmônico, da sociedade (tratada como um organismo). A solidariedade social é responsável por acabar com os conflitos e desordem de sociedades em estado de anomia. A função da divisão social do trabalho, seria produzir a solidariedade, dando sentido às ações dos trabalhadores. Ao restabelecer a solidariedade entre os homens, a divisão social do trabalho, assumiria seu caráter moral ampliando a harmonia, a integração na sociedade moderna.
Uma divisão sistemática da sociedade e dos trabalhos que cada um desempenharia seria uma melhor compreensão da sociedade e portanto, uma forma de melhorá-la coletivamente. O indivíduo não teria importância nesse contexto de análise, já que ele não constrói a sociedade e suas instituições, mas tem como herança e deve se adequar ao contexto que elas proporcionam.

Durkheim, em sua tentativa de estabelecer a Sociologia como uma ciência exata, procura identificar os “órgãos” da sociedade. Além disso, procura as leis que regem a coesão desses órgãos, e dessa forma a divisão social do trabalho seria a identificação da harmonia existente na operação desses órgãos em conjunto. Tendo como esses “órgãos” os fatos sociais que funcionam em prol de um todo.
 A divisão do trabalho precisa ser estudada por meio de símbolos exteriores e distintivos, como os códigos jurídicos. Ou seja, o direito serve para analisar as solidariedades. Tratar os fatos como coisas e encontrar suas anomalias (Como tratado no final da Introdução do livro de Durkheim). Devemos destacar ainda que, segundo Durkheim, a solidariedade permite a integração geral da sociedade, porque tem natureza moral. Embora algumas formas de solidariedade manifestam-se nos costumes, ela se materializa do Direito.

Quando a divisão do trabalho não produz uma solidariedade, significa que está em anomica, ou desarmônica. A grande especialização de atividades faz com que o indivíduo tenha seus atos, segundo suas próprias intenções, deixando de lado os valores coletivos. Assim, o individualismo exagerado, segundo Durkheim, leva a sociedade a um estado de anomia moral, ou seja, à perda de uma moral orientadora e disciplinadora dos comportamentos. A falta de regulamentação das atividades profissionais também levaria a sociedade a uma “divisão anômica do trabalho”.
Anomia, então, para Durkheim é o que está desordenado e sem harmonia dentro de uma sociedade, e segundo o mesmo a divisão do trabalho seria a solução para estabelecer essa harmonia na sociedade.
(...) o estado de anomia é impossível sempre que os órgãos solidários estejam em contato bastante e suficientemente prolongado” (p.98 – Émile Durkheim – Sociologia).

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