A Exclusão Etno-Racial No sector de Trabalho
Por: jamadasmantas • 29/5/2018 • Trabalho acadêmico • 5.827 Palavras (24 Páginas) • 250 Visualizações
Índice
Introdução 4
Histórico do termo “Raça” 5
Existe diferença entre os termos “raça” e “etnia”? 6
Ética na relação da organização com seus stakeholders 6
Quem são os stakeholders de uma organização 7
As obrigações de uma organização para com seus stakeholders 7
Ética profissional 8
Virtudes exigidas na prática profissional 8
Valorização da diversidade no convívio social e profissional 9
A evolução da percepção do indivíduo no contexto organizacional 9
Interculturalidade, relações interpessoais e a conduta ética profissional 10
Contexto cultural 10
A diversidade étnico-racial em um país multicultural. 12
A diversidade no ambiente de trabalho 12
Mas o que é racismo? 13
Cultura e diversidade no espaço de trabalho 15
Como acontece a exclusão etno racial em Moçambique 17
Impacto da exclusão racial e étnica no exercício profissional: Caso BCI = Nampula 18
Conclusão 20
Bibliografia 21
Introdução
O presente trabalho é cadeira de Tema Transversal IV e tem como tema A Exclusão Etno-Racial No sector de Trabalho, trazemos aqui uma abordagem sobre a ética profissional, como se procede a exclusão etno racial e também fizemos um estudo pratico onde tivemos uma breve entrevista com um dos funcionários de uma agencia bancária da cidade de Nampula onde colhemos algumas informações sobre como funciona a relação naquele órgão de estado com relação a etnia e a raça de cada funcionário e clientes se beneficiam dos serviços que a agencia dispõe, também foi por nos usada a consulta de manuais que relatam acerca desse tema e seus tópicos.
Histórico do termo “Raça”
Etimologicamente, o conceito de raça veio do italiano razza, que por sua vez veio do latim ratio, que significa sorte, categoria, espécie. Na história das ciências naturais, o conceito de raça foi primeiramente usado na Zoologia e na Botânica para classificar as espécies animais e vegetais. Foi neste sentido que o naturalista sueco, Carl Von Linné conhecido em Português como Lineu (1707-1778), usou para classificar as plantas em 24 raças ou classes, classificação hoje inteiramente abandonada.
A primeira classificação racial dos homens foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui lhabitent” (Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam) de François Bernier, publicada em 1684. Em 1790, o primeiro censo americano classificou a população em homens brancos livres, mulheres brancas livres e outras pessoas (nativos americanos e escravos). Já o censo de 1890 classificou a população utilizando termos como: branco, preto, chinês, japonês e índios.
Carolus Linnaeus (1758), criador da taxonomia moderna e do termo Homo sapiens, reconheceu quatro variedades do homem:
- Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável);
- Europeu (Europaeus : branco, sério, forte);
- Asiático (Homo sapiens asiaticus : amarelo, melancólico, ganancioso);
- Africano (Homo sapiens afer : preto, impassível, preguiçoso).
Linnaeus reconheceu também uma quinta raça sem definição geográfica, a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da América do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não poderiam ser incluídos nas quatro categorias “normais”. Segundo a visão discriminatória de Linnaeus, a classificação atribuiu a cada raça características físicas e morais específicas. Em 1775, o sucessor de Linnaeus, J. F. Blu- menbach, reconheceu “quatro variedades da humanidade”:
- Europeu, Asiático do Leste, e parte de América do Norte;
- Australiano;
- Africano;
- Restantes do novo mundo.
A visão de Blumenbach continuou a evoluir e, em 1795, deu origem a cinco variedades Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano e Malaio, diferindo do agrupamento anterior, onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiáticos do Leste. Em 1916, Marvin Harris descreveu a teoria da hipo descendência, útil na classificação de um indivíduo produto do cruzamento de duas raças diferentes. Nessa teoria, a criança fruto deste cruzamento pertenceria à raça biológica ou socialmente inferior: “o cruzamento entre um branco e um índio é um índio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça europeia e um judeu é um judeu”. Em alguns países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob essas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme), o indivíduo é também negro.
Existe diferença entre os termos “raça” e “etnia”?
O termo raça tem uma variedade de definições geralmente utilizadas para descrever um grupo de pessoas que compartilham certas características morfológicas. A maioria dos autores tem conhecimento de que raça é um termo não científico que somente pode ter significado biológico quando o ser se apresenta homogéneo, estritamente puro; como em algumas espécies de animais domésticos. Essas condições, no entanto, nunca são encontradas em seres humanos. O genoma humano é composto de 25 mil genes. As diferenças mais aparentes (cor da pele, textura dos cabelos, formato do nariz) são determinadas por um grupo insignificante de genes. As diferenças entre um negro africano e um branco nórdico compreendem apenas 0,005% do genoma humano. Há um amplo consenso entre antropólogos e geneticistas humanos de que, do ponto de vista biológico, raças humanas não existem. Historicamente, a palavra etnia significa “gentio”, proveniente do adjectivo grego ethnikos . O adjectivo se deriva do substantivo ethnos , que significa gente ou nação estrangeira. É um conceito polivalente, que constrói a identidade de um indivíduo resumida em: parentesco, religião, língua, território compartilhado e nacionalidade, além da aparência física.
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