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A HISTORIA DO MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL

Por:   •  3/6/2020  •  Seminário  •  1.617 Palavras (7 Páginas)  •  186 Visualizações

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MOVIMENTO NEGRO

O movimento negro surgiu no Brasil durante o período escravista, motivado pelas condições desumanas que a raça era submetida. A formação de quilombos, agrupamentos de escravos fugitivos em que estes podiam manifestar a sua cultura e viver de forma comunal, foi um indicativo que a população negra resistiria, destaca-se então o Quilombo dos Palmares. Este surgiu no fim do século XVI e se tornou o maior quilombo da América Latina com aproximadamente trinta mil habitantes, seu líder, Zumbi dos Palmares enfrentou diversos ataques dos colonizadores e foi vitorioso em muitos deles, mas no dia 20 de novembro de 1694 é morto após ser traído por um dos seus companheiros que o entrega aos portugueses, aos 40 anos Zumbi foi degolado. Anos depois, a data de sua morte se tonaria o Dia da Consciência Negra, em homenagem ao líder.

Em 1835 surgiu na Bahia a Revolta dos Malês, o movimento foi organizado por negros mulçumanos e objetivava a liberdade de culto e o fim dos maus tratos, o conflito reuniu 1500 simpatizantes, mas foi denunciado e assim as tropas da Guarda Nacional abafaram o conflito rapidamente. O combate é um dos mais importantes do Período Regencial e um dos primeiros levantes contra o racismo e a intolerância religiosa.

Apesar de importantes movimentos, como o de Malês, a assinatura da Lei Áurea se deu muito mais pelos interesses ingleses de consolidar o industrialismo usando a mão de obra negra, do que pela pressão social que esses negros exerciam. De qualquer forma, a assinatura dessa Lei foi um grande marco na história brasileira, e desde então o movimento luta por igualdade, fim do racismo e não mais por liberdade.

Pela lógica capitalista a lei foi benéfica pois significava que os trabalhadores teriam um salário, e teriam que criar a sua própria autonomia- não poderiam mais contar com o ‘subsídio’ do seu senhor, ou seja, teriam que arranjar uma nova casa para morar, comprar seu alimento e sua roupas, já que essas não viriam do senhor, tudo isso com um salário pequeno e a inflação cada vez mais alta, é evidente que a exploração não foi extinta com a assinatura da lei apenas mudou de natureza. É importante citar também que o Estado não teve nenhuma preocupação em ressocializar os ex-escravos e não ofereceu ajuda financeira afim de facilitar a entrada dessas pessoas no mercado de trabalho, abandonando-os a própria sorte na fria sociedade do século XIX.

No governo de Rodrigo Alves, durante a república Velha, iniciou-se um processo de modernização do Rio de Janeiro, esse projeto, tinha o objetivo de tornar a capital mais moderna e consequentemente mais parecida com as cidades europeias, esse projeto acabou por expulsar as populações de baixa renda, sobretudo as negras, que moravam próximas ao centro em cortiços, para as periferias e para os morros, o que futuramente viriam a se tornar as favelas. Havia naquele período a tentativa de embranquecimento da raça, ou seja, purificar a raça brasileira a tornando branca, o Estado fazia isso incentivando as migrações de europeus e principalmente italianos. Por conta disso, quando Oswaldo Cruz desenvolveu a vacina para varíola, febre amarela e tuberculose, e começou a campanha de vacinação sem informar as pessoas que nunca tinham tido contato com a medicina preventiva, houve uma grande resistência popular, corria o boato de que aqueles homens de branco que entravam com uma seringa na mão eram exterminadores e aquele remédio era na verdade veneno que o governo usava para executar seu plano de embranquecimento da raça. Por isso, houve uma grande revolta na capital brasileira que resultou no conflito armado entre cidadãos e militares, que foi reprimido com violência.

No século XX foram criados alguns jornais que denunciavam abusos aos negros e que se tinham em seu público alvo a população negra. Anos depois houve um agrupamento desses jornais, formando em 1931 a Imprensa Negra Paulista. Hoje, a Universidade de São Paulo possuiu alguns exemplares do jornal, como:

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Durante o Estado Novo esses grupos foram silenciados, porém voltaram com toda força após a queda de Getúlio Vargas, formando grupos como a União dos Homens de Cor fundado em 1943 em Porto Alegre, esse grupo era uma organização de homens de cor que compunham a Imprensa Negra. Além disso foi fundado também o Teatro Experimental do Negro, fundado pelo militante da área Abdias do Nascimento. Essas manifestações de negritude podem ser entendidos como movimentos de resistência e de resultado a valorização da mestiçagem, durante o governo Vargas, como símbolo da brasilidade. Em 1951 houve uma grande conquista para os negros, a criação da Lei Afonso Arinos que proibia todos os atos de discriminação racial no Brasil.

MOVIMENTO NOS ANOS 60 E 70

Durante a ditadura a negritude começou a se manifestar na cultura brasileira com a valorização da afro-descendência, isso se tornou visível com a explosão da “black music”, estilo musical importado dos Estados Unidos, que passava pelo mesmo período de reafirmação de cultura, destacaram-se nesse ramo Tim Maia e Toni Tornado. Foi então que o movimento se fortaleceu politicamente aproximando-se com o marxismo pelos partidos PCdoB e PCB. Em 1978 foi fundado nas escadarias do Teatro Municipal o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU), motivado por atos de discriminação com quatro meninos do time infantil de vôlei do Clube de Regatas do Tietê e a prisão e tortura de Robison Sileveira da Luz por ter roubado frutas, o grupo organizou palestras e distribuiu panfletos esclarecendo a questão racial no Brasil o que chamou a atenção do governador de São Paulo, Franco Montoro, que criou o primeiro órgão de apoio as causas negras, o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra. O MNU ainda existe e continua sua luta pelo fim do racismo e discriminação, além de reinvindicações mais atuais como a oposição a Reforma da Previdência.

LUTA POR DIREITOS CIVIS NOS EUA

A colonização inglesa sobre as terras do norte da América fez com que houvesse uma grande segregação entre os sulistas e nortista, isso por que os sulistas eram colônia de exploração e por isso era escravista e latifundiário; já o norte por conta de seu clima diferenciado não agradava o governo inglês e acabou se tornando mais autônomo desenvolvendo suas próprias formas de desenvolvimento econômico, com o comércio triangular e posteriormente, a industrialização.

Foi por causa desta mesma industrialização e a escravidão que ocorreu a Guerra da Secessão, os estados do norte eram avessos ao comércio escravista e favoráveis a industrialização, já os sulistas eram escravistas e contrários á processo de industrialização. Com a vitória do norte, liderados por Abraham Lincoln, houve, em 1863, a libertação de mais de quatro milhões de escravos. Apesar disso, a libertação dos escravos não foi acompanhada da integração dessas pessoas na sociedade, então, no fim, haviam quatro milhões de negros libertos numa sociedade extremamente racista e preconceituosa. E esse racismo era legitimado pela constituição, que excluía os negros e ex-escravos. Portanto iniciou-se a luta negra pelos direitos civilistas.

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