A Importância Da Introdução À Pesquisa Para A Construção Do Conhecimento De Estudantes Do Ensino Médio
Por: Giordana Pozza • 29/8/2023 • Artigo • 3.750 Palavras (15 Páginas) • 59 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA INTRODUÇÃO À PESQUISA PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO
Fabiane dos Santos Matos
Giordana Pozza Costa
Kamyla Stefania Moura Xavier
Thiago Henrique Kaefer
RESUMO
O presente trabalho trata da importância da introdução à pesquisa para a construção do conhecimento de estudantes do Ensino Médio, com o objetivo de expor o papel transformador que tem na sala de aula. Poucas são as iniciativas de se introduzir o hábito da pesquisa nas escolas brasileiras, o que poderia colaborar de forma significativa para o desenvolvimento de habilidades e competências importantes para o aluno, tanto na área profissional quanto na área acadêmica. Através de uma revisão bibliográfica de materiais como livros, artigos e documentos oficiais, constatou-se que a pesquisa constitui um importante instrumento no processo de ensino-aprendizagem de estudantes do Ensino Médio, capaz de provocar reflexões, estimular a investigação e criar competências para a argumentação. Observou-se ainda que a pesquisa desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da autonomia do aluno, na medida em que é realizada num contexto que favorece a participação ativa do estudante na busca por respostas, tendo o professor como orientador e mediador do processo de construção do conhecimento. O conhecimento produzido, por sua vez, se reflete em melhorias no cotidiano de toda a comunidade. Assim, não só o aluno terá um futuro promissor como também a sociedade, que se beneficiará com as pesquisas feitas, o que pode mudar a realidade de muitas pessoas.
Palavras-Chave: introdução à pesquisa, escola, aluno, professor, autonomia.
INTRODUÇÃO
A medida em que o mundo foi se tornando cada vez mais globalizado, especialmente no que se refere aos meios rápidos e fáceis de propagação da informação, os papéis da escola e do professor quanto à construção do conhecimento passaram a ser reanalisados e ressignificados. O fato de que o público ingressante no espaço escolar desse novo mundo carrega consigo uma vasta gama de informações deixa claro que a escola não detém mais o monopólio do saber e que o professor precisa competir com outras fontes mais atrativas de informação. Assim, o desafio da educação passa a ser o de se adaptar a esta realidade e adequar o uso dessas novas fontes de informação para que continuem contribuindo para a produção de novos saberes.
E é por isso que, durante muito tempo, educadores e órgãos responsáveis pela educação no país vêm discutindo formas de se repensar a educação, levantando possibilidades para melhorar a qualidade do ensino, principalmente no âmbito do Ensino Médio, com o intuito de formar jovens mais conscientes e motivados a pesquisar soluções para os problemas da atualidade. É neste contexto que se torna relevante a discussão sobre o papel da introdução à pesquisa ainda nesta fase da formação dos estudantes, pois ela constitui um importante instrumento no processo de ensino-aprendizagem, capaz de provocar reflexões, estimular a investigação e criar competências para a argumentação. Dessa forma, a pesquisa utilizada de maneira correta pode despertar o interesse dos alunos em questionar e buscar repostas, incentivando a curiosidade e a autonomia e tornando as aulas mais atraentes, além de prepará-los para ingressar na vida acadêmica, pois, muitas vezes nos deparamos com jovens iniciando um curso de nível superior sem terem nenhuma noção do que seja um trabalho científico, incapazes de solucionar problemas através da pesquisa ou de exercerem seu senso crítico.
Mas afinal, o que é pesquisa? Em que medida é possível fazer pesquisa no Ensino Médio? Quais os benefícios da pesquisa para os estudantes e para a comunidade? E qual é o papel do professor nessa relação dos alunos com a pesquisa?
Todas essas questões encontram respaldo tanto em uma vasta literatura que debate e aconselha o uso da pesquisa na educação básica quanto na própria lei. A Constituição Federal, no seu artigo 208, inciso V, prevê aos estudantes da educação básica “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”, proposta que foi reforçada com a promulgação da LDB 9394/96, cujo artigo 35 estabelece que uma das finalidades do Ensino Médio, dentre outras, é o “aprimoramento do educando como pessoa humana incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”. Essas leis e diretrizes corroboram o que defende Paulo Freire, no seu livro Pedagogia da Autonomia (1996, p.15), onde ele afirma que:
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo refletir e debater sobre a importância da introdução à pesquisa a estudantes do Ensino Médio nas escolas brasileiras. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica do tipo descritivo e com enfoque qualitativo. Através de uma revisão de literatura, foi realizado um levantamento de materiais de estudo em livros, artigos, páginas da web e documentos oficiais relacionados à pesquisa científica e sua importância para o desenvolvimento dos estudantes e da sociedade, buscando em várias fontes e autores o embasamento teórico necessário à reflexão proposta.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O modelo de transmissão do saber que até pouco tempo ainda predominava na grande maioria das escolas brasileiras, baseado na figura do professor e na transmissão de conteúdos de forma vertical, sem contextualizá-los e sem levar em conta a bagagem cultural do aluno, contribui em grande parte para o entorpecimento do pensamento crítico e de atitudes criativas por parte dos educandos quanto à construção do seu próprio conhecimento. E, como sabemos, é o conhecimento que gera a capacidade humana de construir, de criar objetos, de produzir ideias e de transformar situações sociais. Por isso, nos últimos anos, muito tem se debatido sobre mudanças nos processos de ensino-aprendizagem no âmbito, principalmente, do Ensino Médio. Mais recentemente, por exemplo, a Lei 13.415/17 que altera as leis de diretrizes e bases da educação nacional, se mostrou uma tentativa de implementar novas formas de pensar o ensino e a construção do conhecimento na educação básica. Uma das principais mudanças que a lei propõe é a ampliação da carga horária mínima dos estudantes nas escolas bem como a possibilidade de inclusão, nos currículos, de projetos e pesquisas envolvendo temas transversais. Isso com o intuito de implementar ações nas quais o estudante possa desenvolver, de forma responsável e comprometida, suas habilidades de pesquisa, trilhando, assim, um caminho no qual se desenvolva sua postura crítica e seu comportamento autônomo.
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