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ANÁLISE DO TEXTO DE CAIO PRADO JÚNIOR, “HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL”.

Por:   •  17/11/2015  •  Resenha  •  1.060 Palavras (5 Páginas)  •  1.167 Visualizações

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O texto de Caio Prado Júnior explora o processo de colonização do Vale Amazônico. Em paralelo à corrida para as minas, uma lenta ocupação se instala na rede hidrográfica do Rio Amazonas. Com esta instalação dos portugueses, é fundada a cidade de Belém do Pará em 1616. Os motivos são políticos, mas holandeses e ingleses já haviam tentado, antes de Portugal, estabelecer-se na região. No entanto, nesta época, todos são expulsos e Portugal se instala sem concorrência.

A base econômica da colonização será a cana-de-açúcar, mas a agricultura não tem progresso, pois as condições naturais da região são totalmente desfavoráveis. Então, nessa conquista, a colonização do Vale Amazônico precisou contar com outros fatores.

Foi desta forma, então, que os colonos encontraram bens naturais em “sua floresta”, tais como cravo, canela, castanha, e, principalmente, o cacau. Além dos produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Nestes pontos, a economia amazônica irá se firmar. Além da mão-de-obra relativamente fácil, pois, apesar de pouco nível cultural, os índios facilmente se renderam ao trabalho o qual lhes foi exigido.

No Vale Amazônico, as atividades se reduziam praticamente à duas: capturar o peixe e conduzir as embarcações, que naquela época, era praticamente o único meio de locomoção. Para estas atividades, o indígena era um exímio prestador de serviços. Eram ótimos pescadores e ainda ensinaram os colonos; como remadores, então, os índios, e somente eles, eram capazes de suportar longos trajetos sem pausa, além do extenso conhecimento que eles tinham de toda aquela paisagem natural.

Já na segunda metade do século XVII, ocorre a infiltração pelo vale acima do rio Amazonas. Então, ganham destaque as ordens religiosas, sobretudo os jesuítas e os carmelitas. O autor prefere não questionar os objetivos destas ordens, porém, detém-se em falar que os jesuítas tinham um enorme interesse na América: constituir um Império da Igreja Católica e sob a direção deles. As imposições religiosas foram muito contestadas pelos indígenas, que lutaram contra eles de todas as formas, até mesmo por força na tentativa de manter a hegemonia própria.

Tais missões constituem importantes empresas comerciais. Os índios eram reunidos em aldeias e eram submetidos a um regime rigoroso de trabalho e de vivência em geral. Ordenados pelos diretores e mestres, os indígenas construíam as instalações da missão: casas habitacionais, igrejas com escolas anexas, armazéns e depósitos. Depois destes trabalhos preliminares, os nativos eram à cultura e colheita de gêneros. Estes eram exportados para pagar os custos das missões, mas também para enriquecer as Ordens, e dar-lhes, já na primeira parte do século XVIII, grande poder e importância financeira.

Os colonos leigos vieram atrás dos padres e enfrentaram da parte deles grande resistência, realizando, então, pouco até meados do século XVIII. Nesta época, a administração portuguesa se livrara da influência jesuítica até então dominante na corte, e resolve, também, abrir luta contra o poder excessivo dos padres na América, que ameaçava subtrair à coroa portuguesa o domínio efetivo de grande parte da colônia. Em !755 é abolido o poder temporal dos eclesiásticos nas missões indígenas. Os padres passam a conservar apenas os poderes espirituais, pois os leigos passam a administrar as aldeias. Em 1759, os jesuítas são expulsos de todos os domínios portugueses, mas os carmelitas e outras ordens se mostram mais doces e são conservadas.

As reformas de Pombal se estendem à abolição da escravidão indígena, pois estes passam em tudo a ser equiparados aos brancos e a receberem salários em moedas. Tudo fiscalizado pela administração dos leigos.

Com a secularização das aldeias indígenas, o colono leigo estará por toda parte aproveitando a ausência dos padres, seus inimigos. Os índios domesticados e mais ou menos preparados que as habitam, representam para os leigos mão-de-obra abundante à sua disposição; é nelas que se fixará de preferência, e é por isso que quase a totalidade das atuais cidades da Amazônia tem a sua origem em antigos aldeamentos missionários.

O povoamento se amolda às contingências da colheita natural. Efeito disto é a atração dos rios, não pela água em si, mas pelo caminho que oferece. A via de comunicação natural e fácil como a que oferecem os cursos d’água constituirá o único pólo forte e estável de atração de povoamento.

A exploração se realiza indiferentemente na floresta imensa aberta a todos. E acontece esporádica, coincidindo com as épocas próprias da colheita. Processam-se em arrancos bruscos, que são as “expedições” que saem no momento oportuno em busca dos produtos naturais.

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