AS IMPRESSÕES DA INICIAÇÃO MAÇÔNICA

AUGUSTA RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA CAVALEIROS DA PAZ – Nº 3.948

TRABALHO DE APRENDIZ MAÇOM

AS IMPRESSÕES DA INICIAÇÃO MAÇÔNICA

SÃO JOSÉ – MARÇO DE 2021

Romulo Machado Navarro Stotz

Aprendiz Maçom

O presente trabalho tem o objetivo de apresentar as impressões deste candidato à maçonaria dos procedimentos anteriores (sindicância) e da sessão magna de iniciação na vida maçônica.

 A indicação realizada por um amigo querido de longa data, cujo princípio da relação foi profissional – que aliás persiste até hoje – foi uma grata surpresa. Antes disso, meu único irmão também já era membro da maçonaria, mas, há algum tempo adormecido. E, porque ele também sempre respeitou o sigilo da ordem, nunca houve conversas mais profundas sobre o tema.

Desta feita, realizada a indicação, recebida a visita dos sindicantes o primeiro contato foi bastante promissor. A conversa dos irmãos foi conduzida com maestria e as primeiras impressões da maçonaria foram realmente muito boas.

Necessário ainda frisar que, para a consecução deste trabalho, visando a “garantia” da imparcialidade, não foram realizadas maiores pesquisas sobre o tema, mas, apenas, a apresentação daquelas sensações a que se submeteu o candidato.

Na data marcada para a iniciação, apresentou-se o candidato no horário determinado, à porta do templo... O primeiro ponto que chamou a atenção foi a “pergunta” realizada, quando da batida à porta...  O que queres?

Passada a porta, de costas, imediatamente vendado, todos os pertences materiais foram retirados. Em seguida, as vestes foram parcialmente despidas e levado à reflexão sentado... Fazia frio, e estes momentos foram realmente de reflexão profunda, inclusive, porque adiante havia nada além do desconhecido. Claro que a confiança era absoluta; de quaisquer maneiras, o desconhecido sempre tira um pouco da traquilidade...

Depois, sentado em um cubículo negro, local onde o candidato se vê “sozinho”, acompanhado, apenas, de suas convicções e crenças, e da certeza de que a escolha pela ordem será, de várias formas, engrandecedora, não só do corpo, mas, e especialmente, da alma.  Há ali, escritos e objetos que podem levar os menos afortunados à abandonarem, já naquele momento, a idéia de iniciação.

Ainda naquele local, se responde o “questionário” de ingresso, e se faz o “testamento”, ato formal de última disposição de bens, que antecede a passagem desta vida à próxima. Também neste momento, há uma breve reflexão sobre o que se produziu até aquele momento, não só materialmente, mas, muito mais importante que isso, do que se deixou para comunidade, os bons costumes transmitidos, os amigos feitos, as relações costuradas... O legado! E, para além disso, o que se produzirá, então, daquele momento adiante, com o engrandecimento necessariamente vindouro da participação mais próxima na ordem! Segue-se a cena da traição, no entender deste candidato, de suma importância à absorção inicial da seriedade com que a ordem merece ser tratada, em todos os seus mínimos detalhes.

Admitido à adentrar na loja, com a clareza da importância do ato, ciente de que se trata de momento único, até então não vivido, o candidato começa a se sentir “inserido” na maçonaria, especialmente, após tomar conhecimento dos “princípios” que deverão reger sua vida - Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Vem então a Taça Sagrada, momento também de grande emoção e simbolismo, além de claro, certeza quanto ao necessário respeito à ritualística maçônica, e, especialmente, sua confidencialidade.

Iniciam-se as viagens e, ali, a certeza de que a escolha é espetacular... A confiança, o amor ao Grande Arquiteto do Universo e a participação que se fará na loja, na comunidade e na sociedade. O apego não especialmente à forma, mas, ao conteúdo que se aprenderá, e, necessariamente se reproduzirá no mundo profano e dentro da própria ordem.