Agostinho Aurélio ou Santo Agostinho Abençoado
Por: Rodolfo Kinupps • 25/6/2016 • Projeto de pesquisa • 2.198 Palavras (9 Páginas) • 293 Visualizações
“Agostinho Aurélio ou Santo Agostinho Abençoado”
Nascido num berço burguês em Tagaste, cidade da Numídia, região norte da África romana, Agostinho Aurélio era filho de Patrício, um pagão que recebera o sacramento do batismo no seu leito de morte, e de Monica, ao contrario do marido era uma cristã fervorosa, e exercia uma notável influencia religiosa sobre seu filho.
Muitos estudiosos acreditam que entre seu ancestrais estavam berberes, latinos e fenícios, mas ele se considerava um púnico. Aurélio, sugere que os ancestrais de seu pai eram de gens Aurélia que receberam a cidadania romana depois do Édito de Caracala em 212 e portanto, a família já era romana do ponto de vista legal por pelo menos um Século quando ele nasceu. Assume-se que Mônica era berbere por causa do nome mas, como a família era formada por honestitores, uma classe mais elevada de cidadãos chamados de “Homens Honrados”, é muito provável que Agostinho tem sido educado em Latim. Aos onze anos, ele foi enviado para uma escola em Madauro [moderna M’Daourouch], uma peque cidade a apenas 30 Km ao sul de Tagaste, e Eli aprendeu literatura latina e as praticas e crenças pagãs, Também ali por volta de 369 ou 370, que leu o diálogo perdido de Cícero, “Hortêncio”, que o próprio Agostinho creditava como responsável por despertar seu interesse pela filosofia.
No intuito de aperfeiçoar seus conhecimentos mudou-se para Cartago, embora tenha sido criado num lar cristão e para desespero da sua mãe passou ali a seguir o maniqueísmo [filosofia pregada por Maniqueu que consiste no racionalismo marcado pelo materialismo e dualismo radical na concepção do bem e do mal ].
A exemplo dos jovens de sua época e classe social, Agostinho adotou um estilo de vida hedonista [estilo de vida que busca sem limite o que proporciona o prazer] por um tempo, associando-se de outros jovens vangloriava-se de suas aventuras sexuais com mulheres e homens. Os jovens mais velhos estimulavam os novos e inexperientes a contar ou inventar histórias para fossem aceitos pelo grupo, enquanto isso sua mãe Monica sofria calada com as piores noticias que recebia do filho.Uns dois anos após sua chegada, ele inicia um romance com uma jovem cartaginense, mas, provavelmente para manter-se em condições de realizar o desejo de sua mãe de casar com alguém de sua própria classe social, o casal se manteve maritalmente por mais de treze anos, período no qual nasceu Adeodato, um jovem considerado extremamente inteligente por seu contemporâneos.
Agostinho permitiu que sua mãe lhe arranjasse um casamento e foi por conta disso que ele abandonou a concubina. Há quem acreditasse que ele realmente amava a sua parceira de mais de treze anos e o rompimento foi bastante difícil pra ele. Em sua “confissões” escreve que teve que esperar mais dois anos até que sua noiva atingisse a idade de se casar, pois, ela só tinha onze anos, e quando ele completou a idade de se casar ele não assumiu nem o matrimônio, e tão pouco as concubinas que tivera enquanto a noiva ficasse com idade ideal pra se casar.Alípio de Tagaste Foi responsável por afastar Agostinho do casamento e o ensinar-lhe que jamais poderia viver no amor a sabedoria se casasse.
Agostinho e seu filho Adeodato foram batizados por Ambrósio na vigília da Páscoa em 387 em Mediolano. Um Ano depois, em 388, Agostinho completou sua apologia “Sobre a Santidade da Igreja Católica”. No mesmo ano, a família decidiu voltar para a África, mas Monica morreu em Óstia,perto de Roma, quando se preparava para embarcar, deixando também o irmão Navígio e sua irmã Perpétua. Pouco tempo depois morre também Adeodato e angustiado, Agostinho vendeu todo o seu patrimônio e repartiu o dinheiro da sua parte com os pobres, mantendo apenas a casa da família que ele converteu numa fundação monástica para si e alguns amigos.
Após ouvir a historia de Santo Antão do Deserto contada por Placiano e seus amigos. Agostinho se converteu. Como ele próprio contou depois, a conversão foi iniciada por uma voz infantil que o fez entender como um comando divino para abrir a Bíblia e ler a primeira coisa encontrasse, a leitura encontrada foi Rom. 12 a 15, trecho que conhecido como ‘’ Transformação dos Crentes’’ onde Paulo exorta os crentes e seus comportamentos
‘’ Andemos honestamente como de dia, não em orgias e bebedeiras, não em imundícies e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do senhor Jesus Cristo, e não vos preocupeis com a carne para não satisfazer as suas cobiças” Rom. 13,13-14
Em 374 ensinou gramática em Tagaste, escreveu filosofia, no ano seguinte mudou-se para Cartago para dirigir uma escola de retórica e por lá permaneceu pelos nove anos seguintes, em 383 fundou uma escola de retórica em Roma por acreditar que ali estava os maiores e mais brilhantes retóricos, mais tarde dedica as suas forças a pregação. Escreve também muitos tratados teológicos de exegese Bíblica e muitas obras de caráter filosófico como: Contra Acadêmicos, crítica do ceticismo; escreve também um apaixonado diálogo consigo mesmo sobre a imortalidade da alma; De immortalitate animae; De quantitate animae sobre a mesma questão; De magistro, sobre a educação com enfoque psicológico. Ele mesmo nos conta que começou a ler sobre Aristóteles e não pode prosseguir, pois, a sua reflexão parte sempre da vida: das coisas que se passam ao seu redor das ideias dominantes, dos ataques contra a fé, da imortalidade da sua alma e não do seu estilo desencarnado e a falta dessa alma que ele buscava, Aos 30 anos de idade ele já havia conquistado o mais visível de todas as posições acadêmicas do mundo latino, foi das figuras mais importantes do desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Desenvolveu sua própria abordagem sobre a filosofia e teologia e uma variedade de métodos e perspectivas diferentes, ele aprofundou o conceito do pecado original dos padres anteriores e,quando o império Romano do Ocidente a se desintegrar, desenvolveu o conceito de igreja como a cidade espiritual de Deus [em um livro do mesmo nome], distinta da cidade material do homem. Seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem medieval. A igreja se identificou com o conceito de “Cidade de Deus” de Agostinho, e também a comunidade que era devota divina.
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