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Antropologia e Questão Racial no Brasil

Por:   •  27/4/2019  •  Artigo  •  838 Palavras (4 Páginas)  •  257 Visualizações

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A questão racial no Brasil evidencia a crença de alguns estudiosos que o Brasil “escapou” do racismo e da discriminação racial. Infelizmente sabemos que não escapamos, inclusive alguns estudiosos reforçam que os brasileiros não veem uns aos outros através da ótica da raça e não induzem o preconceito racial em relação ao outro.

Esse conceito foi salientado pelo sociólogo Gilberto Freyre, na sua obra Casa-Grande & Senzala, publicado em 1933. Mesmo que Freyre nunca tenha usado o termo (democratização racial), ele passou a utilizá-lo em publicações posteriores, e suas teorias abriram caminho para outros estudiosos popularizarem a ideia.

Gilberto Freyre discursou sobre as relações entre senhores e escravos antes da emancipação legal dada pela Lei Áurea em 1888, acreditava também que o imperialismo Português impediu o surgimento de categorias raciais rígidas.

Freyre também reforçava que a miscigenação contínua entre as três raças (ameríndios, os descendentes de escravos africanos e brancos) levaria a uma "meta-raça". Essa teoria na época se tornou uma fonte de orgulho para o Brasil, que se posicionou favoravelmente com outros países, como os Estados Unidos, que enfrentava divisões raciais que levaram a significantes atos de violência, por exemplo. Sendo assim, a democracia racial tornava-se aceitável entre os brasileiros.

Alguns críticos não acreditam na democracia racial, caracterizando-a como mito, alegando que não seria possível definir com exatidão à qual raça determinada pessoa pertenceria, assim como os próprios indivíduos não conseguem definir à qual raça se enquadraria.

Os críticos que se opõem à ideia da democracia racial, afirmando que ela seja um mito, frequentemente usam como base a alegação genérica de que não seria possível definir com exatidão à qual raça uma pessoa pertence realmente, visto que os próprios indivíduos não são capazes de se definir. Muitos pesquisadores relatam estudos em que demonstram a discriminação generalizada nos campos do emprego, educação e política eleitoral. O uso aparentemente paradoxal da democracia racial para obscurecer a realidade do racismo tem sido referido pelo estudioso Florestan Fernandes como o "preconceito de não ter preconceitos". Ou seja, porque o Estado assume a ausência de preconceito racial, ele não consegue fazer cumprir o que existem poucas leis para combater a discriminação racial, pois acredita que tais esforços sejam desnecessários.

Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo loiro, traz na alma, quando não na alma e no corpo – a muita gente de jenipapo ou mancha mongólica pelo Brasil – a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro. No litoral, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, e em Minas Gerais, principalmente do negro. A influência direta, ou vaga e remota, do Africano. (FREYRE, 2003, p. 367).

Longe de nos tornarmos uma sociedade mais igualitária, muitas bases racistas continuam presentes no Brasil, claro que com um novo contexto em que Gilberto Freyre escreve. Sob uma nova ótica, o autor acreditava que seríamos um país mestiço desde o início da colonização, pois a nossa sociedade já apresentava esses “traços”.

A singular pré-disposição do português para colonização híbrida e escravocrata dos trópicos explica-a em grande parte seu passado étnico, ou antes cultural, de povo indefinido entre a Europa e a África. Nem intransigentemente de uma nem da outra, mas das duas. (FREYRE, 2003, p. 66).

Existem também outros tipos de “mestiçagem” propagadas no final do século XIX - de que a mistura de raças teria sido um “verdadeiro atraso” para a construção da sociedade brasileira – Freyre acredita que a mestiçagem fez com que os portugueses triunfassem sobre a colonização em relação a outros colonizadores europeus.

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