Aproximações e distanciamentos entre marx, durkheim e Weber
Por: Polly Tavares • 12/12/2018 • Trabalho acadêmico • 2.241 Palavras (9 Páginas) • 700 Visualizações
Aproximações e distanciamentos dos Clássicos da Sociologia
A humanidade em sua totalidade sempre foi atravessada por contextos históricos-sociais para o surgimento de novas ideias e rupturas de paradigmas. Diante disso, para o surgimento da ciência sociológica que temos contato na atualidade, alguns fatos históricos foram decisivos, ao exemplo da revolução francesa, revolução industrial, iluminismo e a necessidade de afirmação de cunho positivista para a constituição da sociologia.
Auguste Comte, nascido em 19 de janeiro no ano de 1978 na França, pode ser considerado um dos principais contribuidores para a sociologia e o pai do positivismo científico. Atravessado pela revolução francesa, passou a estudar a sociedade através de modelos experimentais como até então era feita nas ciências naturais, entendendo que seu método também foi de extrema valia para essas ciências. Comte enxergava a sociedade de forma progressista, ou seja, não existiria o retrocesso científico, neste momento a ciência tinha a concepção que tudo melhoraria e que só através dela isso seria possível.
A história da sociologia é permeada por diversos filósofos e/ou economistas que fizeram grandes contribuições, dentre eles estão Immanuel Kant, Friedrich Hegel, Jean-Jacques Rousseau, Adam Smith, entre outros. Esses foram grandes influenciadores aos hoje chamados clássicos da sociologia: Karl Marx, Max Webber, Emile Durkheim.
Inicialmente para o entendimento das aproximações e distanciamentos entre as teorias dos clássicos da sociologia, nós iremos discorrer um panorama geral do modelo que cada teórico compreendia a sociedade moderna, sua origem e seus possíveis desdobramentos e suas principais características. Ressaltando, posteriormente será apontada de forma sintética as aproximações e distanciamentos, pois os três possuem bases epistemológicas distintas.
Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo, psicólogo social e filósofo francês. Durante a vida manteve contato com Auguste Comte e Herbert Spencer, coincidindo o período em que viveu com o momento histórico de mudanças radicais pelo que atravessava a Europa e ressaltava o vigoroso movimento operário e a crise da república. (BAPTISTA-MACEDO, 2016)
Karl Heinrich Marx (1818-1883) foi economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista alemão, considerado um dos fundadores do comunismo moderno. O pensamento de Marx teve grande influência em inúmeras áreas que vão desde a filosofia, história, direito, sociologia até a literatura, pedagogia, ciência política, economia e etc. (BAPTISTA-MACEDO, 2016)
Karl Emil Maximiliam Weber (1864-1920) foi um pensador alemão, jurista, economista e um dos fundadores da sociologia. Esteve presente nas negociações do tratado de Versalhes, em 1919, e participou ativamente na redação da constituição de Weimar. Seu pensamento teve influência nas áreas da economia, direito, filosofia, administração e ciência política. Weber foi fortemente influenciado pelos pensamentos de Immanuel Kant (1924-1804) e Friedrich Nietzsche. (BAPTISTA-MACEDO, 2016)
Para Durkheim os fatos sociais são coisas coercitivas, externas ao indivíduo e que determinam sua maneira de pensar, sentir e agir, impondo-se a ele, ou seja, tudo aquilo que é um construto humano, e devem ser estudadas como coisas para que não haja uma aproximação do objeto de estudo, visto que não devemos exercer a nossa parcialidade. Além disso, a sociedade deve ser estudada como as ciências da natureza compreendendo uma ordem natural dos fatos sociais. Logo, os seres humanos não mudam a sociedade pois esta já é estabelecida previamente. Nessa visão o social é uma esfera estruturante, que já está posta e cabe ao indivíduo, somente, se encaixar em suas regras.
Todavia, nem todos os fatos podem ser considerados fatos sociais, existem também os fatos orgânicos, que são próprios da natureza da espécie. Para serem considerados fatos sociais devem ser levadas em considerações algumas características como, por exemplo, a generalidade que os fatos devem ser de natureza coletiva e não adaptado ao indivíduo, a exterioridade que os fatos existem antes do individuo e continuará a existir depois dele, pois são fatos independentes, e a coercitividade que se caracteriza pela força que existe e se sobrepõe as vontades do indivíduo pelas sanções.
No entanto, em Marx surge outro componente a ser somado a essa situação. Para Marx o individuo não se constitui sozinho, ou seja, o individuo está sempre acompanhado pela classe social em que ele se encontra. Ademais, as relações de produção entre patrões e empregados é o que movem a sociedade capitalista, e segundo Marx, isso é contraditório, porque os trabalhadores vendem sua força de trabalho para as fábricas, mas ficam com a menor parte do lucro. Para Marx a luta de classes é o motor para a transformação social. Como também, os seres humanos são sujeitos históricos, que atuam formando essa sociedade surge a ideia de mudar o mundo para as coisas não serem coisificadas, ou seja, para que tudo não se transforme em mercadorias. Além disso, os indivíduos devem guiar as transformações tomando os meios de produção, e assim minimizando as desigualdades sociais existentes no capitalismo. Ademais, Marx e Engels vai de encontro a filosofia de Hegel que fala que a consciência é que cria o nosso ser histórico, o nosso modo de viver, para Marx é o nosso modo de viver, o nosso ser histórico que cria a nossa consciência.
Max Weber preocupou-se em entender essa temática, e se opondo ao Durkheim que fala que a sociedade está acima do indivíduo, defende a ideia que o individuo em combinação com suas ações sociais, constroem e apresentam sentido a sociedade. Além disso, entende a sociedade como um processo de interação social que pode ocorrer por duas formas de agir, em comunidade, isto é, quando o agir se constitui nas expectativas que se tem com o vínculo ao comportamento dos outros, e em sociedade quando o agir se constitui nos regulamentos sociais determinados. De tal forma, entende que não existe oposição entre o indivíduo e a sociedade, pois as normas sociais só se tornam concretas quando se exprimem em cada indivíduo sob o modo de motivação que causa uma ação social. Ainda mais, fala que não tem como estudar a sociedade com imparcialidade, pois é impossível deixar seus gostos e suas vontades. Deste modo, esse pensador buscou compreender as ações e para isso usou um conceito metodológico central nos seus estudos, chamando-o de tipo ideal, que tem o intuito de buscar uma melhor compreensão de algumas características da sociedade que pode facilitar o processo de desenvolvimento do conhecimento sociológico.
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