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Comparação Entre Wacquant e Becker

Por:   •  16/11/2019  •  Exam  •  503 Palavras (3 Páginas)  •  105 Visualizações

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Questão:

No livro as prisões da miséria de L. Wacquant trata do processo de emergência da "sociedade punitiva", da sua expansão pela Europa através do empenho de tinks tanks. Quais são as principais argumentações desses tinks tanks e como elas se relacionam com o conceito "outsider" tal como formulada por H. Becker?

A propagação da ideia da punição para os que cometem pequenos delitos. A ideia de que os pequenos delitos são o começo de grandes crimes e que devem ser combatidos com veemência acabaram se transformando em pânico social na Inglaterra e mudando a política estatal e redesenhando a fisionomia das sociedades. ( Wacquant, 1999:10)

O estigma de que "certos corpos", de "certos grupos" e de "certos bairros" e que a incivilidade desses tem como pano de fundo a violência. Que esses corpos, que esses jovens, que essas pessoas advém desses lugares onde estão aglomerados e associados pela violência que assusta e que agride o "bom cidadão".

Nesse sentido, como defesa aos "cidadãos de bem", como forma de reprimir os pequenos delitos e as incivilidades, a Inglaterra acaba "exportando" do EUA o programa Tolerância Zero, que cria um aparato repressor policial e penal, criminalizando a miséria. E mais tarde essa política vai se espalhando por outros países da Europa.

Esta estratégia não é para garantir o cumprimento de regras para o bom funcionamento da sociedade. Para Wacquant, este é um meio de aniquilar a pobreza e os indesejáveis que nela vivem.

Para além disso, esse é o meio de consolidar uma política de generalização de insegurança salarial e social. Ou seja, para conformar o indivíduo que qualquer emprego ou qualquer salário é melhor que nenhum e que esta ideia afasta este trabalhador de se tornar alvo dos corpos estigmatizados. Onde diminuirá a ação do Estado nas políticas sociais, asfixiando de vez o welfare state nesses países.

Nesse sentido, Becker vem complementar essa ideia estigmatizada e essencializada de "crime" para o termo desvio e que este tem relação coletiva.

Por este motivo , cria-se a ideia de criminalizar determinados grupos, determinados corpos, determinados bairros. E que estas regras sociais de desvio, de certo ou errado, são criadas em processos políticos e impostos por determinados grupos e que impõem suas verdades e delimitam o que deve ser certo e o que deve ser errado.

Assim, a criminalização de corpos, de bairros e de grupos específicos, com características comuns acaba por evidenciar essa política de extermínio da pobreza através do encarceramento e da própria execução destas pessoas.

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