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Fichamento Becker Arte Como Sistema

Por:   •  27/6/2016  •  Abstract  •  1.971 Palavras (8 Páginas)  •  512 Visualizações

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Fichamento: Howard Becker, "Mundos artísticos e tipos sociais".

Sociologia da arte 2016/1   aluno: Icaro Torres

O texto de Becker nos apresenta um esquema onde vigora na sociedade geral alguns “Tipos Socias” de artistas, que estão de maneiras distintas articulados ao plano social  do qual se originam, esses tipos aderem diferentemente aos aparelhos da sociedade ou pertencem  instrincemanete a um mundo artístico mais ou menos integrados por muitos agentes que exercem papeis no estabelecimento desses tipos de artista. Becker defende que o sttatus de artista como aquele que produz arte, nos ofusca a visão mais ampla que é a rede de colaboração que permite o artista se reconhecido,  

[...]Embora, convencionalmente, se selecione uma ou algumas destas pessoas como sendo o         “artista", a quem atribuímos a responsabili dade pelo trabalho, parece-nos ao mesmo tempo mais justo e mais produtivo, do ponto de vista sociológico, con siderá-lo como a criação conjunta de todas elas.”(p.10)

 

Do Ponto de vista Sociógico interessa aqui olhar para a produção artistica  no lugar onde ela é internamente reconhecida como tal, antes de criar o lugar da arte é preciso olhar para onde ela é  anunciada.

[..]  “Em outras pala vras, isto significa que não começamos por definir o que é a arte, para depois descobrirmos quem são as pessoas que produzem os objetos por nós selecionados; pelo con trário, procuramos localizar, em primeiro lugar, grupos de pessoas que estejam cooperando na produção de coisas que elas».pelo menos, chamam de arte”.(p.10)

 

Existe portanto não um único mundo artístico mais muitos mundos artisticos que podem estar completamente alienados um do outro ou em diálogo, oq confere um mundo artistico é o sentido e o conjunto de valores que circulam num determinado grupo mais ou menos heterogeneo, ou a configuração que o da o caracter de organicidade .

[...]”Qualquer valor social atribuído a um trabalho tem a sua origem num mundo organizado (Danto, 1964; Dickie, 1971; Levine, 1972). A interação de todas as par tes envolvidas produz um sentido comum do valor do que é por elas produzido coletivamente.”(p.11)

O autor então parte do senso comum para identificicar os tipos sociais de artistas que podem ser verificados empiricamente, primeiro ele indentifica a categoria dos “Profissionais Integrados”, esse tipo é o que esta mais articulado ao meio, psossuem o conhecimento e sua produção sta dde acordo com os padroes estabelecidos pelo mundo artistico no qual circula, e a varabilidade da sua obra esta muito limitada a expectativa dos  agentes que compoe esse campo, a caracteristica principal seria a execução da obra de forma sistematica e regrada conforme a demanda interna do circuito..

“[..]Em qualquer mundo artístico organizado, a maioria dos artistas será necessariamente constituída de profissio nais integrados. Como esses artistas conhecem, entendem e habitual mente usam as convenções que regulam o fun cionamento de seu mundo, eles sc adaptam facilmente a todas as atividade padronizadas por cies desenvolvidas. As sim, se são compositores, escrevem músicas que possam ser lidas pelos intérpretes e executadas em instrumentos disponíveis; se são pintores, empregam materiais disponíveisvcis para produzir trabalhos que do ponto de vista do ta manho, de forma, do desenho, da cor e do conteúdo sejam "condizentes” com os espaços disponíveis e a capacidade dc as pessoas reagirem adequadamente. Eles permanecem, portanto, restritos aos limites do que os públicos potenciais e a situação consideram respeitáveis.”(p12,13)

Sendo assim esse tipo é o que apresenta maior fluidez nesse mundo, seu acarter profissional modela sua prática facilitando a receptividade e circulação, com menos tempo e energia para produção menos conflitos entre os pontos de contato pelo fato de estar em coodenado e alinhado com as epectativas e possibilidades dos demais.

“[...]Em igualdade de condições, qualquer pessoa num mundo artístico prefere lidar com profissionais integrados, pois assim as coisas ficam bem mais simples. Qualquer pessoa ligada a um mundo artístico, no entanto, espera também que esse mundo não produza exatamente o mes mo trabalho indefinidamente, mas que introduza pelo me nos variações c inovações, mesmo que as diferenças entre trabalhos sucessivos sejam bastante pequenas. Um mundo artístico inteiramente profissionalizado pode tornar-se escravo das próprias convenções que lhe dão existência, passando a produzir o que poderiamos chamar (se levás semos a sério as conseqüências) de trabalho de rotina.” (p.14)

Os Inconformistas

A autor aponta que dado um mundo artístico organizado surgirão certos artístas que não estarão de acordo com as normas e os valores dados, esses artistas se recusam a submeter sua obra aos critérios dos museus, da critica  e do consumidor, visto que sua obra não cabe nos padrões estéticos ou sua caracteristica demanda um trato especial para execução ou apreciação.

[...]”Se os seus trabalhos chegam a se realizar, é porque os in conformistas ignoram as instituições artísticas estabeleci das — museus, salas de concerto, editoras, teatros, etc., criando as suas próprias. Desta forma, escritores impri mem e distribuem o próprio trabalho; artistas plásticos projetam obras que não poderíam ser expostas em museus — trabalhos na natureza c arte conceituai, por exemplo, fugindo com isso ao que acreditam a tirania dos dire tores de museus e dos mantenedores; atores, dramaturgos c diretores elaboram formas de teatro de rua; c os artistas em geral recrutam seguidores, discípulos e auxiliares, bus cando-os entre pessoas sem formação e não profissionali zadas.

Apesar disso os incoformistas estão numa relação de conflito pois buscam o reconhecimento e a viabilidade de suas obras pelos mesmos meios dos quais recusa, isso porque eles são educados, treinados e suas refências   provém do mesmo campo de disputas, assim acabam por reproduzir muita das convenções de arte da qual procuram se diferenciar estando mesmo atrelados a esses mundos, precisam  se esforçar para criar uma rede colaborativa no mesmo sentido.

 “[...] Em suma, o inconformista está orientado para o mun do da arte canônica c convencional. Ele se concentra na mudança de algumas das convenções que regulam o seu funcionamento c, de modo mais ou menos ingênuo, aceita todó õ restante. O trabalho desses inovadores acaba mui tas vezes sendo totalmente incorporado ao corpo histórico da produção daquele mundo artístico estabelecido, cujos membros consideram as inovações úteis para gerar a va riação necessária para impedir que a arte se transforme cm ritual. As inovações se tornam mais aceitáveis através da familiaridade e da associação e, portanto, o ajustamento essencial das inovações dos inconformistas a todas as de mais convenções faz com que a sua assimilação seja relati- vamente fácil. Embora peçam-lhes coisas novas, os incon formistas tratam com as mesmas pessoas que fabricam o material para os artistas mais convencionais, e o seu pessoal de apoio é o mesmo.”(p.16,17)

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