Estudo Sobre Sociologia Urbana no Século XXI
Por: Ludmilla Spagnolo • 5/6/2019 • Trabalho acadêmico • 674 Palavras (3 Páginas) • 244 Visualizações
1. e 2. Castells e Sassen têm pensamentos semelhantes e complementares em relação à concepção de globalização. Ambos autores a define como um processo que interliga serviços avançados, centros produtores e mercado consumidor em uma rede global. Defendem que apesar do quadro de descentralização da produção (com serviços espalhados pelo mundo todo, explorando ao máximo as “potencialidades” de cada local), e da hipermobilidade do mundo atual, muitos dos recursos não são hipermóveis e estão concentrados em algumas cidades do mundo – estas recebem a denominação de cidades globais – por serem detentoras dos serviços avançados, dos fluxos da informação, e, muitas vezes, do capital. Essa dinâmica de dispersão e concentração marca a geografia geral da globalização – que não só aumenta, como também gera novas formas de desigualdade.
As novas atividades urbanas concentram-se nas cidades gestoras desse processo – cidades globais – o que aumenta os contrastes entre esses pólos e as outras cidades que constituem o processo. As cidades globais passam a identificar cada vez mais seu espaço como um espaço global, e a se desconectar do local - existe um afrouxamento das identidades de suas fronteiras nacionais. Além disso, nessas cidades gestoras, existe a surpervalorização do poder da economia corporativa, enquanto a situação de indivíduos em desvantagem social só tende a se agravar.
3. Castells e Libeskind acreditam em uma arquitetura internacional, porém têm visões diferentes acerca desse tema. Enquanto este critica uma arquitetura internacional advinda do estilo modernista, com “tipos” de construção para cada finalidade (escolas, aeroportos, museus, bibliotecas, etc), e a repetição do padrão cúbico modernista; aquele defende a arquitetura modernista como de raízes bem fundamentadas e critica a arquitetura internacional do pós-modernismo. Para Castells, a arquitetura pós-moderna – da qual Libeskind faz parte – é a manifestação espacial dos interesses dominantes, que leva à “generalização da arquitetura aistórica e acultural” (CASTELLS, 2011); e quando tenta expressar códigos de uma determinada cultura de maneira direta não consegue, porque suas formas são “tão puras, tão diáfanas, que não pretendem dizer nada” (CASTELLS, 2011).
4. A Escola de Chicago foi o centro das lutas sociais e o berço da sociologia urbana. A ideologia principal dessa escola era a criação de uma cultura unificada na sociedade extremamente diversa das metrópoles norte-americanas dos anos 20 e 30. Castells criticou a Escola de Chicago por seu viés ideológico, que reduziu as questões urbanas como consequência da luta de classes. Logo em seguida, o autor reconhece a importância da por enfrentar as questões fundamentais do seu tempo: o processo de formação de uma nova sociedade organizada em grandes centros urbanos.
Nos anos 60 e 70 surgiram problemas sociais muito diferentes dos que deram origem à Escola de Chicago: a questão não era mais a interação social/cultura, mas sim a luta pelo controle de uma sociedade urbano-industrial.
Nas últimas décadas do século XX essa visão se tornou ultrapassada frente ao novo contexto urbano assim como a Escola de Chicago havia se tornado na década de 60. Castells propõe, então, a volta da questão da integração social para o estudo da sociologia urbana, mas agora o desafio não é mais encontrar uma “cultura unificadora”, como na antiga Escola de Chicago, mas sim, garantir que identidades e culturas inevitavelmente distintas compartilhem a cidade. Na sociologia urbana século XXI a palavra-chave é alteridade.
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