FICHAMENTO MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. (capítulos I e II).
Por: Anibal Santos • 17/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.036 Palavras (5 Páginas) • 2.142 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS
FACULDADE DE CIENCIAS SOCIAIS
ANTROPOLOGIA I
FICHAMENTO
MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. (capítulos I e II).
Aluno: Antonio Anibal Carvalho Santos (noturno)
Belém- Pará
2016
O tema central do livro é o sistema de trocas entre os ilhéus e os habitantes das ilhas vizinhas, conhecido como Kula. Os estudos não são limitados apenas na descrição do processo de trocas, mas os motivos que as fundamentam e os sentimentos que provocam nos nativos também são abordados. Logo no prefácio, Frazer nos indica a abrangência do Kula, “essa modalidade de troca não se fundamenta num mero cálculo utilitário de lucros e perdas; e que ela vem de encontro a necessidades emocionais e estéticas de ordem mais elevada que o simples atendimento aos requisitos da natureza animal”.
Os papua-melanésios, povo dentre o qual o autor viveu para realizar sua pesquisa de campo, de maneira geral são “navegadores destemidos, artesãos laboriosos, comerciantes perspicazes” , “cujas ideias, ambições, desejos e vaidades estão intimamente relacionados ao Kula”. A princípio, após várias tentativas frustradas de interagir, Malinowski se viu desanimado, pois apenas com o uso do inglês pidgin não era possível estabelecer conversas aprofundadas e detalhadas com as pessoas. Quando o contato se estabelecia através de informantes ainda permanecia a sensação de decepção, afinal esses eram homens com preconceitos e opiniões formadas durante suas vidas, eram homens comuns que quase não sabiam nada sobre os nativos. Inicialmente a pesquisa etnográfica era realizada no litoral sul, e o pesquisador só passou a se sentir satisfeito com os resultados quando se viu no distrito.
Malinowski cita três regras metodológicas para a realização prática da etnografia, são elas: a necessidade de objetivos genuinamente científicos, boas condições de trabalho asseguradas – ou seja, contato direto com os nativos, sem intermédio de informantes e tradutores, é preciso viver entre os nativos e como se fosse um deles – e, por fim, o uso de certos métodos especiais de coleta, manipulação e registro das evidências e dos materiais, sem que isso se torne apenas uma anotação superficial de observações.
Neste capítulo inicial, o autor a região onde ocorre o Kula e seus respectivos habitantes são detalhados. O distrito de Trobriand possui o nome nativo de Boyowa. Ao se navegar pela região de clima tropical, o que nos leva a perceber a existência de seres humanos no local são as extensas faixas de terra da lavoura. As aldeias desse distrito estão somente ao rés da praia ou ao pé das colinas. As tribos que lá habitam pertencem todas ao mesmo grupo racial e vivem no extremo leste do continente da Nova Guiné.
A língua que falam recebe o nome de kiriwina.
Geralmente, os nativos são sorridentes e servis. Costumavam ser canibais em épocas passadas. O totemismo caracteriza essa sociedade de estrutura matrilinear, na qual as mulheres possuem grande independência. A vida sexual é caracterizada pela grande liberdade. O medo da feitiçaria está bastante presente.
Quanto à aparência, há uma grande diversidade de tipos físicos:
[...] há os de rosto negroide e prognata, boca grande e lábios grossos, testa curta e expressão grosseira. Os de traços mais suaves tem também pele de cor mais clara. O cabelo também varia, indo do liso-anelado ao crespo característico do melanésio puro.
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