Leitura e Escrita: Síntese do texto de Luckesi
Por: Cleber Oliveira • 13/4/2016 • Resenha • 1.253 Palavras (6 Páginas) • 1.966 Visualizações
Síntese do texto de Luckesi
De acordo com Luckesi, (1996), através do conhecimento aprendemos e conhecemos o mundo, o mesmo é adquirido pelas leituras dos textos escritos pelos autores. É um hábito que temos a segurança e veracidade nas palavras que transcrevemos dos textos lidos, pois fundamenta nosso estudo. No texto, o autor pretende da a “leitura como leitura de mundo” e não pura e simples como a leitura das palavras, como é de costume acontecer no dia a dia.
Os seres humanos são inseridos em três dimensões: passado, presente e futuro. Uma fração daquilo que plantamos no passado vivemos no presente e o futuro não podemos defini-lo, pois não depende somente da análise crítica que hoje façamos sobre o passado (Luckesi, 1996).
Por isso, nossa vida é marcada por um constante crescimento, em todos os sentidos. Em particular nosso conhecimento de mundo nos dá uma maior segurança e melhoria de vida em vários aspectos. Toda apropriação de conhecimento é individual, ou seja, o conhecimento é uma apropriação individual de cada um de nós. O Conhecimento surge das experiências sensoriais e da reflexão realizada sobre o objeto experimentado, pelas relações internas do objeto. (Luckesi, 1996).
A prática da leitura é fundamental e imprescindível para obter o conhecimento. O que se entende por leitura?[1] A leitura é um hábito constante, de reflexão e de capacidade crítica que nos permite entender a realidade das coisas. “Leitura é o exercício constante, reflexivo e crítico da capacidade que nos é inerente de ouvir e entender oque nos diz a realidade que nos cerca e da qual também somos parte integrante”(LUCKESI, 1996, p.122).
De acordo com Luckesi, (1996), todo e qualquer ser humano é capaz de ler, saber ler, poder ler e efetivamente lê. Afinal de contas, quem sabe ler?[2] A leitura escrita tem lugar e papel importante na historia dos seres humanos. Nesse momento escrevo uma questão para você leitor: Existem tipos de leitura?
No passado, a quem era permitido ler? De acordo com Luckesi, (1996), poucos tinham acesso à leitura. Os portugueses eram o detentor da leitura, os senhores de engenho, seus filhos, às pessoas da colônia, os jesuítas e ao clero. Aos outros foram encaminhados para escravidão. Não tinha o direto de ler, não reconheciam seus valores.
Para a leitura era oferecido o conteúdo de interesse da metrópole e dos grupos que dominantes. Se determinados grupos eram formados o direito de ler era restrito. Em nosso país nem sempre se deixou ler oque cada um queria. A informação era selecionada por grupos. Nesse momento deixo uma questão para você leitor: Atualmente a leitura está restrita ao povo brasileiro? Percebemos que a prática de leitura no Brasil foi discriminatória.
De acordo com Luckesi (1996) a leitura realizada em nossas escolas, com algumas exceções, é mecânica, com conteúdos muitas vezes alienantes, e o método utilizado no processo de ensino baseado em verbalismos e repetições, razão pela qual o leitor não consegue encontrar relação entre as informações que decodifica e a realidade vivida por ele, assim não desenvolve a capacidade crítica, mas apenas a capacidade de sonorização das palavras.
Para o autor, parte do problema é ainda reflexo do passado colonial do país. O mesmo ao fazer um relato da prática de leitura no Brasil, destaca as imposições feitas pela metrópole, que representava a classe dominante. Referindo-se aos conteúdos de leitura, bem como, a quem era permitido ler e como essa leitura era feita. Observa-se que tais imposições tinham por intuito manter a classe dominada assegurada pela classe dominante, quem possuía o conhecimento tinha o poder. E exatamente por conhecer poder da leitura, que o método de leitura desenvolvido propositalmente impedia a criatividade, criticidade dos leitores e os conteúdos importados, por assim dizer, servindo unicamente aos interesses de Portugal e outros países.
Os reflexos dessas omissões por ainda repercutirem no sistema de ensino atual, colocam o indivíduo muitas vezes como objeto e não como sujeito participante do processo de aprendizagem, e sua leitura do mundo ao ser subvalorizada no sistema de ensino, o impede de vincular o conteúdo que lê com sua realidade, ficando assim a leitura da linguagem escrita comprometida por não apresentar sentindo para esse leitor.
Nesse sentido, Luckesi (1996) defende que no sistema educacional se implante um processo que desperte o senso crítico e a criatividade do aluno, um processo de leitura que faça com que esse aluno assuma o seu papel de sujeito no processo de aprendizagem. E no que diz respeito aos conteúdos que estes sejam de acordo com a realidade do Brasil, e para tanto, que seja produzido aqui, seja pelas instituições de ensino, ou fora delas nos movimentos populares, em fim, um conteúdo brasileiro.
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