Lulismo e pemedebismo: uma análise categórica sob a perspectiva conservadora do populismo
Por: Quilombo Porteira • 7/4/2016 • Resenha • 375 Palavras (2 Páginas) • 285 Visualizações
Lulismo e pemedebismo: uma análise categórica sob a perspectiva conservadora do populismo
Tendo como marco teórico a obra de André Singer Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador, Marcos Nobre faz uma análise comparativa entre lulismo e pemedebismo. A tese de Singer aponta o que uma das características mais importantes do governo lula é a efetiva representação política de camadas sociais historicamente marginalizadas, por esse viés foram implantados uma série de programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o Programa Universidade Para Todos, etc. Tais politicas contribuíram de forma massiva para a popularidade do governo Lula e consequentemente do partido dos trabalhadores, que na obra de Singer também aparece com enorme destaque, inclusive fazendo uso de várias imagens e metáforas para apresentar o lulismo.
Singer coloca que o emblema do lulismo foi um “realialinhamento eleitoral”, ocorrido em 2006, o que é criticado por Nobre pela ausência de explicação, o que ele denominou de déficits explicativos e de fundamentação.
Nobre enfatiza que paralelo a esse aspecto populista do lulismo, aparece o caráter conservador, embasado na ausência de uma reconstrução da lógica da transição democrática e do sistema político. Não rompeu com os antigos arranjos políticos, a exemplo do PMDB, que até meados de março de 2016 era o seu principal aliado. Esse conservadorismo abstrato do PT, torna-se evidente nas votações de assuntos polêmicos, como por exemplo a redução da maioridade penal, legalização do aborto. O foco da propaganda partidária está sempre voltado aos programas sociais, ficando inseto de qualquer ideologia política. Sob a visão de Nobre, o PT não pode ser entendido isoladamente do sistema político, tão pouco subordinar o PT ao lulismo.
Dentro da perspectiva do populismo, PT e PMDB aparecem em uma mesma linhagem política, principalmente, no aspecto conservador. Afinal o que interessa ao pemedebismo é estar na função do poder, independente do partido a que o príncipe pertença, o esforço será em manter uma aliança. Caso o governo entre em estado de insegurança e tensão, a determinação do pemedebe é bloquear seus oponentes nos bastidores, evitando o enfrentamento público e aberto, a exemplo do fatídico dia 29 de março de 2016, quando o governo rompeu com o governo em uma reunião de três minutos.
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