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Max Weber

Por:   •  25/5/2015  •  Resenha  •  1.158 Palavras (5 Páginas)  •  257 Visualizações

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5.2 MAX WEBER – O INDIVÍDUO FAZ A SOCIEDADE

A ação social (incluindo tolerância ou omissão) orienta-se pela ação de outros, que podem ser passadas, presentes ou esperadas como futuras (vingança por ataques anteriores, réplica e ataques presentes, medidas de defesa diante de ataques futuros). Os “outros” podem ser individualizados e conhecidos ou então uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos (o “dinheiro”, por exemplo, significa um bem – de troca – que o agente admite no comércio porque sua ação está orientada pela expectativa de que outros muitos, embora indeterminados e desconhecidos, estarão dispostos também a aceitá-lo, por sua vez, numa troca futura).

(....) Nem toda espécie de contato entre os homens é de caráter social; mas somente uma ação, com sentido próprio, dirigida para a ação de outros. Um choque de dois ciclistas, por exemplo, é um simples evento, como um fenômeno natural. Por outro lado, haverá ação social na tentativa dos ciclistas se desviarem, ou na briga ou considerações amistosas subseqüentes ao choque.” (WEBER, M. Ação social e relação social. In: FORACCHI, M., MARTINS, J.. Sociologia e sociedade. São Paulo: Livros Técnicos e Científicos, 1977, p.139.)

Weber iniciará a construção de sua abordagem invertendo e deslocando o eixo de análise durkheimiano, ao apontar para a preponderância da ação social praticada pelos indivíduos. A sociedade será compreendida como um cenário de oportunidade para ocorrência de ações sociais. Ações que, assim, se definem enquanto sociais quando orientadas em função do outro, quando toma como parâmetro a expectativa do outro.

Em um contexto maior de interação essa ação tende a passar para o contexto de relação social, abarcando um número cada vez mais significativo de indivíduos que devem, portanto, estabelecer um quadro de afinidades e de sentidos.

A partir destes sentidos compartilhados poderemos compreender a existência e a implementação de valores na realidade social. Weber colocará em questão a fragmentação e, ao mesmo tempo, a articulação desta realidade, mediatizada pelos interesses racionais e referentes dos indivíduos. Interesses voltados aos fins, aos valores, aos sentimentos e a tradição. Valores ou motivações que na prática tendem a se confundir e interagir mutuamente.

É nesta interpretação da ação humana que poderemos entender o processo de ordenamento da vida e o desencantamento do mundo, a que se refere o autor em suas obras. Desencantamento fundamentado na racionalidade instrumental, que será percebido como uma tendência da época moderna e tecnicista do capitalismo, atingindo inclusive a esfera e o modelo de educação.

Os valores constituídos nas ações dos indivíduos passam a representar e devem ser interpretados como um constante processo de disputa, transformando-se em relações de poder, que movimentam as contradições existentes no contexto social e marcam a construção do processo de dominação.

As contradições são, às vezes, irremediáveis e/ou inconciliáveis, mas marcam caracteristicamente o modo particular de interação dos indivíduos em suas relações sociais mais extensas. Consideradas como um compartilhamento e/ou afinidades de interesses, essas contradições sedimentam e formam os grupos, delimitando formas de ações próprias dos indivíduos (e de seus grupos), no propósito de definirem as características da ordem social que será estabelecida. O que permiti a construção dos tipos de dominação que fala o autor: legal, tradicional e carismática.

Para Weber, a sociedade como idéia de totalidade defendida por Durkheim, corresponde a uma abstração, pois o que de fato existe é a sociedade enquanto um processo mediatizador dos interesses individuais, presentes em contextos específicos da vida social, dos grupos nos quais estejamos inseridos e a partir das instâncias da vida social em que participamos.

Todavia, Weber, não deixará de perceber o fato de que existem regularidades na ação social e que estas estabelecem o contexto das relações sociais e o princípio a partir do qual é possível buscar os sentidos aplicados a estas ações. A compreensão sociológica se faz justamente a partir da possibilidade de compreensão deste sentido, que expressa valores, ou como diz Gabiel Cohn, é a existência de certos processos de ação que repetem-se ao longo do tempo (rotina) que incorporando-se ao cotidiano de múltiplos agentes permite interpretar e analisar o comportamento social dos referidos agentes.

Deste modo as ações sociais tendem a gerar possibilidades de vinculações crescentes, organizando as relações sociais dentro de uma

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