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O Enigma de Kaspar Hauser

Por:   •  25/5/2015  •  Resenha  •  590 Palavras (3 Páginas)  •  324 Visualizações

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Analise critica sobre o filme Kaspar Hauser e o capítulo 21

Kaspar Hauser é um rapaz que vive há anos trancado em um quarto escuro, ele jamais saiu de lá, e jamais teve algum tipo de contato social. Por conta destas condições, Kaspar além de não falar também não possui parte de suas funções motoras.A partir daí podemos compreender o quanto, não somente o convívio social, mas também experiências simples que vivenciamos desde pequenos em nosso dia a dia, contribuem para o processo de assimilação e assim, desenvolvimento da fala.Mesmo Kaspar saindo da clausura e passando a conviver em sociedade, para ele, nada faz sentido. Para ele, seu quarto é maior que a torre, apenas porque ao se virar, de todos os ângulos, ele ainda pode ver as paredes, já a torre, ao se virar, ela “desaparece”.Outro ponto importante é a questão de como o medo pode ser algo criado, e não um evento natural. Kaspar é atraído por uma vela, mas, após se queimar, aprende que o fogo machuca e passa a ter medo. Contudo, observamos que mesmo aprendendo a falar e escrever, Kaspar não compreende os signos. Quando nós falamos a palavra cadeira, por exemplo, automaticamente nos vem à cabeça a imagem de uma cadeira, mas para Kaspar isso era impossível, uma vez que ele jamais viu uma cadeira, o que reforça a importância do processo de assimilação, que nada mais é do que um processo cognitivo, que consiste em classificar novos eventos com base em esquemas já existentes. No capítulo 21 mostra, que no estádio do espelho, o ser humano passa do estagio especular imaginário e deste para o simbólico. Mesmo sem ser capaz de manter a postura ereta ou de articular a palavra ''eu'', o ser humano tem experiência simbólica do eu, base da individualidade, que acompanhará pela vida toda, trata-se de uma experiência de natureza simbólica, que faz emergir a capacidade humana de se relacionar com o mundo circundante e consigo mesmo por intermédio de signos. A relação entre o eu e o outro destaca e organiza duas formas de existência, Tanto a individualidade, por outro, são formadas por meio dessa interação. Os sonhos repercutem os conflitos e as contradições que o sonhador experimenta na vida cotidiana e no estado de vigília, podendo servi de elemento importante para a pesquisa das fronteiras entre a subjetividade e a vida social. Ainda bebê, mostra capacidade inata para buscar fora de si mesma, como em uma imagem refletida no espelho, por exemplo, sua completude. Na imagem ela encontra elementos simbólicos capazes de desenvolver esse sentimento tao peculiar, misto de reconhecimento e pertencimento. É no outro que a ação repercute, tornando-a visível para nos mesmos. O outro é o espelho permanente no qual nos miramos e tomamos consciência de nossos acertos e erros. Sendo assim, o outro se torna o principal agente da socialização, por meio de quem penetramos na vida social. A relação com o outro, como Kaspar Hauser comprova, não é sempre amena ou harmoniosa. É uma relação dialética, cheia de conflitos, oposições, alianças, aproximação e afastamentos. Nesse espelho de dupla face que é a relação com o outro, valores, expectativas, diversidades e interesses estão em jogo. Este é o desafio da vida social, estabelecer códigos minimamente válidos para a nossa existência e a dos outros. Todo processo interno e subjetivo é acompanhado pelo desenvolvimento do simbolismo humano, sem o qual as experiências não poderiam ser elaboradas ou expressas.

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