O Fichamento ''Viés da Comunicação''
Por: João Marcelo Saibel • 6/6/2023 • Dissertação • 2.437 Palavras (10 Páginas) • 68 Visualizações
Fichamento
O Viés da Comunicação
João Marcelo Dominicini Saibel - P3N
Capítulo 1 - ‘’A coruja de Minerva’’
O autor introduz a ideia de que os meios de comunicação e as tecnologias de transporte têm um papel fundamental na estruturação da sociedade e na configuração da história humana. Ele argumenta que essas tecnologias têm um impacto significativo na maneira como as sociedades se organizam, produzem e distribuem bens, bem como na forma como as pessoas se relacionam entre si.
Innis faz uma distinção entre o que ele chama de "meios duráveis" e "meios perecíveis" de comunicação. Meios duráveis incluem coisas como pedra, argila e papel, enquanto meios perecíveis incluem coisas como fala, música e teatro.Ele afirma que os meios duráveis tendem a ser mais propensos a sustentar a tradição e a cultura, enquanto os meios perecíveis tendem a ser mais efêmeros e mudam com mais facilidade.
Também enfatiza a importância da memória e do registro na história humana, argumentando que a escrita e outras tecnologias duráveis de comunicação permitem a preservação da memória e o desenvolvimento de conhecimento acumulado. Ele destaca a importância das tecnologias de transporte na história, argumentando que elas permitem a expansão do comércio e a disseminação da cultura e do conhecimento.
Por fim, Innis discute o papel da tecnologia na formação da sociedade e afirma que os meios de comunicação e transporte são inseparáveis da organização social e econômica de uma sociedade.
Em resumo, o capítulo 1 estabelece a ideia central do livro, que é que as tecnologias de comunicação e transporte têm um papel fundamental na formação da sociedade e da história humana. Innis argumenta que essas tecnologias têm impactos significativos na cultura, memória, comércio e organização social e econômica.
Capítulo 2 - ‘’O viés da comunicação’’
Neste capítulo, Innis começa a discutir a relação entre comunicação e poder, argumentando que a comunicação desempenha um papel importante na formação e manutenção de relações de poder. Ele sugere que a história pode ser vista como uma luta pelo controle da comunicação, e que o sucesso ou fracasso em tal luta é fundamental para a ascensão ou queda de impérios e civilizações.
Innis argumenta que a comunicação é um meio através do qual o conhecimento e o poder são transmitidos de geração em geração. Ele identifica duas formas de comunicação: a comunicação de tempo e a comunicação de espaço. A comunicação de tempo refere-se à transmissão de conhecimento ao longo do tempo, por exemplo, através de escrita e gravação. A comunicação de espaço, por sua vez, refere-se à transmissão de conhecimento através do espaço, por exemplo, por meio de transporte e comunicação eletrônica.
O autor argumenta que diferentes formas de comunicação têm diferentes viéses, ou tendências, em relação à comunicação de tempo e espaço. Ele sugere que a escrita e a gravação tendem a ter um viés de comunicação de tempo, uma vez que permitem a preservação e transmissão de conhecimento ao longo do tempo. Por outro lado, o transporte e a comunicação eletrônica tendem a ter um viés de comunicação de espaço, uma vez que permitem a transmissão de conhecimento através do espaço.
Innis sugere que, ao longo da história, as sociedades que dominaram a comunicação de tempo foram capazes de manter o controle do conhecimento e do poder, enquanto aquelas que dominaram a comunicação de espaço foram capazes de expandir seus impérios e aumentar sua influência. Ele aponta para o exemplo do Império Romano, que se baseou em uma rede de estradas para manter seu controle sobre um vasto território, enquanto a Igreja Católica, que controlava a comunicação escrita, foi capaz de manter sua influência sobre a Europa medieval.
Ele argumenta que, na era moderna, a tecnologia eletrônica tem levado a um aumento do viés de comunicação de espaço, permitindo a rápida transmissão de informações através do mundo. Ele sugere que isso tem levado a um enfraquecimento do controle das elites sobre o conhecimento e o poder, e a um aumento da influência das massas. No entanto, ele adverte que a rápida transmissão de informações também pode levar a uma perda de profundidade e perspectiva, e a um enfraquecimento da memória cultural e histórica.
Em resumo, neste capítulo, Innis discute a relação entre comunicação e poder, argumentando que diferentes formas de comunicação têm diferentes visões em relação à comunicação de tempo e espaço. Ele sugere que a luta pelo controle da comunicação tem sido fundamental na história das civilizações, e que a tecnologia eletrônica tem levado a um aumento do viés de comunicação de espaço, com consequências tanto positivas quanto negativas para a sociedade.
Capítulo 3 - ‘’Uma defesa do tempo’’
Neste capítulo, Innis discute o papel da escrita na comunicação e na formação das culturas. Ele argumenta que, ao contrário da oralidade, que privilegia o som e a audição, a escrita privilegia a visão e a criação de uma perspectiva espacial.
Segundo Innis, a escrita é uma forma de comunicação que se desenvolveu em sociedades que dependiam da precisão e da transmissão de informações complexas. Ao permitir a codificação e a preservação da informação em um meio durável, a escrita permitiu a formação de culturas mais complexas e sofisticadas.
No entanto, o autor destaca que a escrita também possui suas limitações. Ela é mais restrita geograficamente do que a oralidade, uma vez que depende de meios físicos para sua disseminação. Além disso, a escrita tende a favorecer a criação de hierarquias e de uma elite letrada, que detém o poder de acesso à informação.
Innis argumenta que a escrita cria uma perspectiva espacial diferente da oralidade. Enquanto a oralidade cria uma perspectiva temporal mais imediata, a escrita cria uma perspectiva histórica e espacial, permitindo a preservação e a transmissão de informações por longas distâncias e períodos de tempo.
Por fim, o autor destaca que a escrita e a oralidade são meios de comunicação complementares, cada um com seus próprios pontos fortes e fracos. Ele argumenta que é importante compreender as características de cada meio para entendermos como a informação é transmitida e como a cultura é formada.
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