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O Positivismo no Brasil

Por:   •  16/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.109 Palavras (9 Páginas)  •  244 Visualizações

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Pesquisa sobre o positivismo no Brasil.

“O amor vem por princípio

A ordem por base

O progresso é que deve vir por fim

Desprezaste esta lei de Augusto Comte

E foste ser feliz longe de mim.”

(Canção Positivismo- Compositor: Orestes Barbosa/ Noel Rosa)

São Paulo, 25 de junho de 2018.

INTRODUÇÃO

        A presente pesquisa busca compreender o positivismo, com maior aprofundamento no Brasil. É consensual que a palavra “Positivismo” atualmente em ciências sociais tem sentido negativo, mas nem sempre foi assim, no trabalho iremos abordar sua gênese no Brasil e sua devida importância na construção do país em diversos âmbitos.

        Entender o contexto no qual se dá essa origem também é essencial para aprofundar nossos conhecimentos acerca da totalidade dos ecos que o positivismo causou em uma multiplicidade de áreas.

        Notavelmente o positivismo possui ramificações que vieram a modelar uma infinidade de pensadores no que tange às suas correntes filosóficas, políticas, sociais, de gênero, artísticas e historiográficas.

Desenvolvimento

         O positivismo surge na França no início do no século XIX, nesta época o mundo se encontrava em meio caótico, ocorreram o colapso de muitos impérios (Sacro império Romano Germânico, Francês e Espanhol) e o crescimento de influência das potencias como Inglaterra, EUA, Japão, Alemanha e Rússia. Foi um período marcado pelo forte e acelerado progresso econômico- tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores.

        Neste cenário de descobertas de territórios e avanços tecnológicos, consolidasse o capitalismo, tornando visível a exploração do trabalho humano. E ao mesmo tempo que o ser humano era abusado, o avanço tecnológico e cientifico era aclamado. A ideia de progresso é espalhada pelas sociedades, e as descobertas tecnológicas substituem a força humana pelas máquinas.

        O século XIX se caracteriza por romper definitivamente com a fusão que a história havia tido com a literatura, mudando o rumo da historiografia agora influenciada pela corrente positivista e o materialismo histórico. Ambas as correntes entendem que o comportamento da história se encontra submetido a leis.  O positivismo, uma filosofia que cultua a ciências da natureza e confia no progresso científico (“Ver para prever”), foi crescendo neste cenário da segunda metade deste século e se espalhando por outros territórios.

        No Brasil as ideias positivistas foram trazidas por volta de 1850, durante o chamado Segundo Império, em que alunos foram terminar o estudo na França e deram de cara com essa corrente filosófica, alguns até foram alunos nos cursos proferidos por August Comte na Escola Politécnica de Paris, entre 1832 e 1840. Porém sua ênfase, recai sobre a circulação dos textos de Comte nos meios militares no Rio de Janeiro, sobretudo na Escola Militar, onde Manuel Joaquim Pereira de Sá, desenvolveu a primeira tese de doutorado positivista no Brasil (1850-1853).

        E a partir desse momento o positivismo se fortaleceu nesse país sul americano, que devido ao contexto da sociedade e da política se tornou um solo fértil aonde germinou as suas ideias.

        O Brasil se caracterizava por um ambiente de insatisfações política e intelectual, causada pelo poder absoluto do Dom Pedro II. Porém seu território vem sido preparado desde seu antecedente governo, a “Época Pombalina” contribuiu para preparar o terreno Brasileiro as influencias que o positivismo veio a ter. Pombal efetuou uma reforma educacional em Portugal, que se refletiu diretamente e significamente no Brasil. Em linhas gerais, essa reforma implantou um sistema organizado e controlado pelo Estado.

        Sendo “o homem o principal objeto do pensamento filosófico numa operação viva, cujo progresso é real sem ser, entretanto, linear e, sobretudo, sem nunca estar acabado”, segundo Lucien Goldmann, levou-nos à reflexão de que o atavismo de Pombal atribuiu à formação política do Brasil, de modo autoritário, semelhante a ilustração da doutrina de Comte, que chegou a se manifestar com a mesma áurea de Marquês de Pombal, deixando a compreensão do que era, de lado do espectro político, às discussões historiográficas, mas que seriam, de toda forma, advindos do iluminismo.

        Desta maneira, em 1850, o positivismo se firmou no meio estudantil e sua população ansiava o desenvolvimento que o positivismo previa. As teorias cientificistas trouxeram respostas, nova concepção de valores, o que marcou a vida dos intelectuais. E vários setores, como imprensa, parlamento, escolas, literatura e vida científica, foram influenciados pela expansão do positivismo. Nesse período ainda não havia uma filosofia predominante na vida política, mas começou a se formar no nível intelectual a filosofia positiva.

        E apesar das regras conservadoras vindos da Universidade Imperial, os ambientes universitários de São Paulo e de Recife ansiavam novas correntes de pensamento e encontravam respaldo entre eles as ideias do materialismo e do positivismo. Mas foi no Rio de Janeiro, entre o final do Império e a República que o Positivismo foi mais notável no Brasil. A corrente abolicionista fortificava-se e punha em crise a estrutura semifeudal da economia agrária e a propaganda republicana crescia mais.

        O positivismo influenciou especialmente a alta oficialidade do exército e algumas camadas da burguesia brasileira, que se empenharam no movimento republicano no final do século XIX. Devido as ideias Comtianas, toda a alta oficialidade havia virado as costas ao imperador D Pedro II, acreditando que eles eram os únicos preparados para governar o país de forma legitima e eficiente.

        Portando o positivismo tem grande importância tanto no processo de Abolição da Escravatura quanto no de Proclamação da República no Brasil, salientando o coronel Benjamim Constant  (“Fundador da República Brasileira”).

        E apesar de unidos pela mesma causa, a burguesia, os intelectuais brasileiros e os militares divergiram após a proclamação da república, já que os últimos tinham essa visão positivista de que eram os mais preparados para governar. Alguns anos depois essa visão inspirou o Golpe Militar de 1964, que foi considerado o “canto do cisne” do positivismo no Brasil.

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