O Slide Pedagogia
Por: LOLO23 MARQUES • 17/11/2022 • Resenha • 1.010 Palavras (5 Páginas) • 102 Visualizações
Transições culturais e legais estão fazendo com que educandos de diversos contextos, com necessidades e deficiências diversas cheguem a escola regular em todos os níveis e etapas de ensino. A educação é complexa assim como seus personagens, mas o seu objetivo precisa ser sempre o de permitir meios para que estes possam avançar sempre para a melhor realização de seus propósitos de vida. Uma escola não pode ser considerada uma instituição democrática se não atender aos interesses e as capacidades de todos os alunos, sem discriminações ou exclusões para que todos tenham grandes ganhos. Segundo Valdez (2014, p.18) “a escola é o reino das diferenças; portanto, todos temos necessidades de diferentes tipos de ajuda”. Perante este questionamento a escola como heterogênea é fonte de desenvolvimento e conhecimento mútuo onde a diferença não deve ser vista como um problema a resolver, mas como uma riqueza para apoiar a aprendizagem de todos. É inadmissível que as pessoas sejam excluídas do meio escolar em relação dos atributos que possuem como a cor da pele, peso, altura, deficiência, síndromes, orientação sexual ou por não possuírem condições financeiras que acessem os padrões de consumo impostos pela comunidade vigente. Nesta perspectiva, um dos cruciais aspectos da inclusão escolar é distinguir as barreiras que a impedem de acontecer. Pode ser o prédio, a organização da escola, a forma de ensinar, o currículo, a forma de pensar das pessoas, mas sem dúvida, a mudança de mentalidade na convivência com o diferente, com o diverso é a barreira mais difícil de transpor. A esforço de modificar a escola num espaço mais caloroso e integrador de diferenças, onde a inclusão é prioritária, propicia a todos da comunidade escolar que vivam a experiência de conviver com as diferenças, respeitando-as e entendendo-as como algo inerente ao ser humano. Do ponto de vista cultural, a diversidade pode ser entendida como a construção histórica, cultural e social das diferenças. A criação das diferenças supera as particularidades biológicas, observáveis a olho nu. As diferenças são também construídas pelos sujeitos sociais ao longo do processo histórico e cultural, nas ações de adaptação do homem e da mulher ao meio social e no contexto das relações de poder. Sendo assim, mesmo os aspectos tipicamente observáveis, que aprendemos a ver como diversos desde o nosso nascimento, só passaram a ser percebidos dessa forma, porque nós, seres humanos e sujeitos sociais, no contexto da cultura, assim os nomeamos e identificamos.
Neste cenário, a Educação Física, como um dos integrantes curriculares obrigatórios da Educação Básica, tem como missão para além do desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem a partir dos seus conteúdos estruturantes (esporte, dança, luta, ginástica, jogos e brincadeiras), planejados de maneira que se relacionem com os elementos articuladores (cultura corporal e corpo, ludicidade, mundo de trabalho, desportização técnica e tática, lazer, mídia e diversidade); o dever de agente inclusivo, tendo em vista que é nestas aulas que a diversidade fica habitualmente salientada, uma vez que as carteiras, desfrutadas muitas vezes como refúgio, não fazem parte da maioria das atividades, colocando assim o educando na situação de grande exposição.
Em relação o fundamento da Inclusão, a Educação Física escolar deve ter como eixo crucial o educando e, sendo assim, desenvolver as competências de todos os alunos e permitir aos mesmos as condições para que tenham acesso aos conteúdos que está disciplina propõe, com participação total, aderindo para tanto estratégias adequadas, evitando a exclusão ou alienação. A compreensão de cultura corporal do movimento eleva a contribuição da Educação Física Escolar para o total exercício da cidadania, indicando para um processo de ensino e aprendizagem centrado no desenvolvimento de habilidades e capacidades motoras, cognitivas, socioculturais e afetivas.
A dedicação do professor de Educação Física pelo trabalho com pessoas com necessidades especiais é algo novo, há tempos esses educandos eram dispensados das aulas, eram encaminhados à biblioteca da escola, ou algo similar, faziam pesquisas, ou até mesmo não faziam nada, e isso para eles eram as aulas de Educação Física, distante das práticas de esportes e de atividades físicas. Um conjunto de acontecimentos surge e vem realizando uma mudança progressiva na maneira de encarar e tratar a pessoa com necessidade especial, para o qual a atividade física pode representar melhores condições de vida e maior inserção social. Para que se consiga chegar a essa estado, é fundamental que haja espaços físicos sem barreiras arquitetônicas, conhecimento das técnicas de orientação, da língua dos surdos e, essencialmente, respeito à singularidade presente entre as pessoas (Diehl, 2006). Segundo Fonseca (1995), a dificuldade das pessoas com necessidades especiais ecoa a maturidade humana e cultural de uma comunidade. Há implicitamente uma relatividade cultural, que está na base do julgamento que diferencia entre “deficientes” e “não-deficientes”. Essa relatividade sombria, tênue, sutil e confusa, procura de alguma forma, “afastar” ou “excluir” os “indesejáveis”, cuja presença “ofende”, “perturba” e “ameaça” a ordem social.
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