RESUMO - ILHA DAS FLORES
Por: mahalmeida15 • 28/10/2018 • Resenha • 422 Palavras (2 Páginas) • 4.231 Visualizações
Ilha das Flores
O curta-metragem Ilha das Flores, que foi produzido por Jorge Furtado em 1989, faz uma crítica a diversos costumes e pensamentos da sociedade. Toda a crítica é ilustrada por situações reais do cotidiano. A história é baseada na trajetória de um tomate, desde sua produção e colheita até ser encontrado por catadores na denominada "Iha das Flores" e servir como alimento para os mesmos.
Um dos focos do curta está na circulação do capital, retradada nas trocas que são feitas ao longo da trajetória. Por exemplo, o dinheiro recebido pela personagem "Dona Anete" em troca do trabalho que realiza, em seguida, a troca desse dinheiro pelo tomate no supermercado.
É nesta circulação de capital que se baseia o capitalismo. Durante as cenas é possível perceber a lógica capitalista, onde a ascensão do indivíduo na sociedade depende diretamente da quantidade de capital que o mesmo detém. Pode-se notar claramente esta lógica na passagem em que os catadores estão a procura de alimentos em meio a tudo que foi descartado na Ilha das Flores, mostrando que o porco estaria acima daqueles seres humanos simplesmente por gerar mais lucro à sociedade.
Com isto, é perceptível o consumismo exagerado e a estrutura social extremamente desigual que é proposta pelo capitalismo, que pode ser vista como o principal foco do curta-metragem. Como é dito, "...Aquilo que os porcos julgarem inadequado, será utilizado na alimentação destas mulheres e crianças...Por serem muitas, elas são organizadas pelos empregados do dono do porco e têm a permissão de passar para o lado de dentro da cerca...". Nesta passagem, ainda fica evidente uma das características do modo de produção capitalista que são as relações assalariadas de produção (trabalho assalariado), isso ao citar os empregados do dono do porco.
A intenção desta produção cinematográfica é mostrar, além de outras coisas, o absurdo que é o fato de que alguns seres humanos são colocados abaixo dos porcos numa escala de prioridade. Isto abre margem para o questionamento: O ser humano está tão evoluído em relação aos outros seres? Essa suposta superioridade dos humanos é intensamente frisada nas passagens da obra que citam o "telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor", criando uma ironia com relação a inferioridade dos habitantes da Ilha das Flores e a superioridade dos porcos. No entanto, ainda assim, o restante da sociedade "fecha os olhos" para tal situação, negando empatia e compaixão pelos seus iguais, o que explica a expressão dita no início do curta: "Deus não existe".
Maria Almeida, 1º D.
Salesiano Dom Bosco (SSA-BA), 2018.
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