Resenha - A solidão dos moribundos
Por: isabelveloso • 3/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.074 Palavras (5 Páginas) • 1.501 Visualizações
“A SOLIDÃO DOS MORIBUNDOS”
- NORBERT ELIAS
SILVA, Ester Miriã Gomes da, ¹
Nós seres humanos, somos guiados por vários questionamentos, como: De onde viemos? Quem somos? Ou como se criou o universo. Vários destes, já foram respondidos por personagens humanos que cumprem seu papel de forma estupenda, a respeito dessa busca incessante, por respostas imprescindíveis a evolução da raça humana; de certa forma, acredito que tais respostas trariam justificativas e nos saciariam levando-nos enfim ao final dessa cruzada. Temos, portanto conhecimento de que são estes questionamentos os responsáveis pela atual posição evolutiva em parâmetros sociais no qual, nos encontramos hoje. A morte é mais uma das tantas questões que tanto afligem a nossa raça, gerando conflitos, aproximações e revoltas; em suma, nos influencia diretamente; e como de costume foram criadas respostas embasadas em crenças (dogmas), mitologias, dentre outras vertentes, muitas vezes usadas por nós homens para explicar o ainda inexplicável. No livro, o autor Norbert Elias aborda de forma peculiar a maneira com a qual nos portamos perante a morte e aos moribundos.
Durante vários séculos a morte foi vista por pensadores e filósofos como algo que faz parte da vida assim como o nascer; Epicuro em sua carta da felicidade refere-se a mortecomo a perda das sensações. Esta visão muda ao longo do tempo por vários fatores de cunho social; de acordo com alguns filósofos existencialista a morte passa de mera faticidade para Jean-Paul Sartre, a uma tragédia solitária segundo Sören Kierkegaard, adquire também uma visão individualista de acordo com Martin Heidegger, que considera a morte como um fato individual. Como este último, Norbert Elias em ‘A Solidão Dos Moribundos’ torna mais concreto este pensamento individualista da morte, uma das causa segundo o próprio autor, para o isolamento dos moribundos.
Vista por muitos como forma de punição, associamos geralmente a morte como algo violento, isto está muito bem expresso pelo autor quando afirma que hora ou outra ligamos a morte ao ato de matar. Norbert Elias expõe de maneira esplêndida seus argumentos perante o isolamento dos moribundos, a principal causa segundo ele para tal, é a proximidade da morte, pois esta se tornou um tabu nos tempos atuais, pouco falamos sobre este assunto, ou procuramos entendê-lo, talvez por adotarmos o comportamento Homo Clausus, citados várias vezes no texto do Norbert, nos fechamos emocionalmente, enclausuramos nossa personalidade, para nos mantermos dentro de uma margem de comportamento determinada a muito pela própria sociedade, com medo de que se apliquem sobre nós um meio de controle social, tememos ser zombados, expostos ao ridículo.
O controle de nossas emoções,como diz no livro, gera um ‘arrefecimento’, ou esfriamento, dessas emoções, perdemos o entusiasmo; esta constante repressão da maioria de nossos impulsos e instintos emocionais, associados a individualização dos dias atuais por fatores profissionais e motivacionais, de um modo geral sociais, são precursores determinantes da solidão, não apenas dos moribundos ao meu ver; o próprio autor cita no começo do livro ‘muitas pessoas morrem gradualmente, sua partida começa muito antes’. Considero este fato um tanto quanto curioso, já que vivemos num mundo globalizado, no entanto vejo que estando na era da internet, muitos de nós passamos boa parte de nossas vidas no mundo virtual, onde fazemos compras, amigos, nos divertimos, marcamos consultas médicas...e outros.
Acredito que para estar solitário não precisamos estar necessariamente sozinhos, o fato de estarmos em meio a várias pessoas para as quais em nada significamos, sequer dão conta de nossa existência, já nos coloca num estado de solidão. SOLIDÃO
Segundo o autor a duas formas de solidão; a primeira se aplica a ocultação de sentimentos que impedi a aproximação de outras pessoas; a segunda baseia-se, na solidão social – ‘quando uma pessoa vive num lugar ou tem uma posição que não lhe permite encontrar outra pessoa que deseje ou precise encontrar. Estas formas de solidão refletem diretamente na vida desse indivíduo quando idoso, ou moribundo.
“A
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