Resenha: FREUD - As Neuropsicoses de defesa 1894
Por: 91042907 • 10/4/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 622 Palavras (3 Páginas) • 1.245 Visualizações
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Resenha: FREUD, S. As Neuropsicoses de defesa (1894). In: Primeiras Publicações Psicanalíticas (1893- 1899). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. V. III. Rio de Janeiro: Imago. 1986, p. 53-78
Aluna: Bruna Viviane Sordi Silva
A partir da leitura indicada podemos tecer alguns comentários em relação à formulação da teoria das neuropsicoses de defesa e, por conseguinte, da sua importância para a compreensão de alguns processos psíquicos. Antes de qualquer coisa, porém, é preciso retomar alguns conceitos, tal como o de histeria, que serviu de base para a definição das neuroses. Considero que o ponto de partida deste artigo de Freud diz respeito ao acordo “estabelecido” entre ele, Breuer e Janet, que se refere à ideia de que na histeria existe uma “divisão da consciência” (apesar de divergirem no tocante a origem desta). Focam, deste modo, no papel que esta divisão exerce na estrutura das neuroses. Como consequência, Freud dividiu a histeria em três tipos: histeria hipnóide, histeria de retenção e histeria de defesa. Somados a esta última, os conceitos de: obsessões e fobias.
Para o pai da psicanálise, em linhas gerais, a causa da histeria de defesa decorre da ocorrência de uma incompatibilidade representativa. Melhor dizendo, de um confronto do eu com uma representação incompatível e que resulta, posteriormente, em um afeto aflitivo, o qual o sujeito opta por esquecê-lo, mas se essa tentativa se frustra surgem às reações patológicas, tais como: a histeria, a obsessão, as psicoses, entre outras. Freud aponta ainda que pelo menos no caso da histeria feminina, essas ideias são geralmente oriundas de uma natureza sexual.
Nesse sentido, para ele, tal como a histeria, as obsessões e as psicoses, também partilham desta mesma característica causal, isto é, do fracasso do que o mesmo chama de “este tipo de ‘esquecimento’”. Em outras palavras, o ego não pode simplesmente ignorar a ideia incompatível, assim sendo, ele tenta enfraquece-la e, portanto, rouba do afeto a soma de excitação que este carrega. Por consequência, esta separação da ideia do afeto pode ocasionar um tipo de neurose. Seguindo esta perspectiva, Freud aponta algumas das características que separam esses tipos de neuroses defensivas.
Na histeria, por exemplo, existe uma conversão somática do afeto ou da soma de excitação, ou seja, ele é separado da ideia incompatível e manifesta-se por decorrência no corpo por meio de um sintoma físico. Isto é, o afeto “reprimido” se converte em um sintoma. Já na teoria psicológica das obsessões e das fobias, pelo que pude compreender, encontramos a mesma operação inicial, quer dizer, a separação da ideia do afeto, mas ao invés de ser convertido pelo corpo, o afeto liga-se a outra ideia, uma ideia que não é incompatível, ou seja, este afeto não é propriamente reprimido, ele permanece na esfera psíquica. Logo, este afeto agora “solto” “liga-se” a outras representações e graças a essa falsa ligação, tais representações se transformam em representações obsessivas.
Em relação às fobias, que seguem a linha das obsessões, Freud aponta que o que as diferem são os estados emocionais, pois nas fobias eles são sempre de angústia, enquanto que nas obsessões estes estados emocionais são variados. Exemplos, estados de: dúvidas, remorso, raiva, angustia, entre outros. Acrescenta também o fato de que nas obsessões o estado emocional é sempre justificado (e que a justificativa é geralmente de ordem sexual). Enquanto que nas fobias, não existe um justificativa, ou seja, a substituição não é a sua principal característica. O que podemos observar, na verdade são atos de alivio. Em síntese, nos mostra que as obsessões são variadas e mais especializas e as fobias são mais monótonas e típicas.
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