Resenha Manifesto Comunista
Por: Paulo Andre de Barros Almeida • 18/7/2022 • Trabalho acadêmico • 1.308 Palavras (6 Páginas) • 143 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL DE NITERÓI
Tópicos Especiais em Fundamentos da Vida Social – Teoria do Estado e Serviço Social
Docente: Ana Paula Ornellas Mauriel
Paulo André de Barros Almeida
Resenha sobre o livro Manifesto Comunista – Karl Marx e
Friedrich Engels
O Manifesto Comunista foi um livro publicado, pela primeira vez, entre o final de fevereiro ou o começo de março do ano de 1848, em Londres. O livro foi escrito pelos “pais” do socialismo, Karl Marx e Friedrich Engels em um contexto histórico em que, nesse ano, ocorria o grande processo de lutas urbanas das Revoluções de 1848, chamadas também de Primavera dos Povos. Esse seguimento foi um processo revolucionário de quase um ano que atingiu os principais países Europeus e é uma análise da Revolução Industrial contemporânea a ela. Além disso, duas de suas maiores reivindicações foram reformas sociais, como a conquista da diminuição da jornada diária de trabalho de doze para dez horas e o voto universal que, antes, era apenas para os homens.
Vale ressaltar, ainda, que o Manifesto foi a plataforma da Liga dos Comunistas: uma associação de trabalhadores que antes era formada apenas por alemães, mas, que depois passou a ser integrada por membros internacionais, se tornando a primeira organização internacional marxista. Ela foi fundada em 1847 em Londres, na capital da Inglaterra, também por Marx e Engels. Sua criação foi consequência da reorganização da Liga dos Justos, associação secreta alemã de operários e artesãos, que surgiu na década de 1830. O lema da Liga dos Comunistas foi: "Proletários de Todos os Países Uní-vos!". Os principais pontos de apoio da Liga se encontravam em Londres, Paris, Bruxelas, Suiça e na Alemanha. Os membros da Liga tomaram parte ativa na revolução de 1848, principalmente na Alemanha, porém, depois da detenção da maioria de seus ativistas, a influência dos oportunistas se reforçou no seio da Liga. Dessa forma, em 1852, a Liga proclamou a sua autodissolução.
Logo nas primeiras partes do livro, Marx e Engels denunciam e denominam a burguesia como uma classe opressora, além de exemplificar as diversas formas de opressão social durante os séculos. Em contrapartida, apontam também seu grande papel revolucionário, tendo destruído o poder monárquico e religioso, valorizando a liberdade econômica extremamente competitiva e um aspecto monetário frio em detrimento das relações pessoais e sociais, que tratava o operário como uma simples peça de trabalho. Sobre o proletariado, afirmam que “Sua luta contra a burguesia começa com sua própria existência" (MARX, Karl & ENGELS, 1848). Os referentes autores afirmam que quando a classe operária toma conhecimento e consciência de toda essa situação ele tende a se organizar e lutar contra a opressão. O Manifesto Comunista faz uma dura crítica ao modo de produção capitalista e à forma como a sociedade se estruturou através dele. Busca organizar o proletariado como classe social capaz de reverter sua precária situação e descreve os vários tipos de pensamentos comunistas, assim como define o objetivo e os princípios do socialismo. Marx e Engels defendiam a especificidade e o contexto próprio de cada sociedade em sua luta de classes. Portanto, cada localidade também possuía partidos políticos e movimentos sociais diferentes, e os comunistas se aliariam a cada um conforme os seus objetivos. Em outras palavras, o objetivo comunista, de transformação radical da sociedade capitalista, é o que une pessoas que se identificam com essa luta política em todo o mundo, independentemente de sua nacionalidade.
Nesse sentido, no meio social é possível encontrar várias transformações, as vezes lentas, mas que estão sempre no sentido de modificar algo antigo em algo que está vigente na sociedade da época. Podemos pegar como exemplo a própria luta de classes entre proletariado e burguesia. A consciência de classe vai contra a ideologia é o momento em que os trabalhadores percebem que estão sendo explorados. Assim nos fragmentos retirados do texto temos que a revolução dos proletariados traria a renovação da organização social exprimindo a ordem mundial fazendo assim com que as velhas e oprimentes leis universais se deteriorem criando uma outra consciência coletiva melhor. Também podemos apontar no primeiro trecho que estaríamos frente de uma dialética na formação de conceitos dentro da sociedade. Os trechos abaixo retirados do livro caracteriza a questão:
As demarcações e os antagonismos nacionais entre os povos desaparecem cada vez mais com o desenvolvimento da burguesia, com a liberdade do comércio e o mercado mundial, com a uniformidade da produção industrial e as condições de existência que lhe correspondem. (MARX, Karl & ENGELS, 1848).
E no:
Na sociedade burguesa, o trabalho vivo é sempre um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é sempre um meio de ampliar, enriquecer e melhorar cada vez mais a existência dos trabalhadores. (MARX, Karl & ENGELS, 1848).
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