Resenha O Homem Cordial - Sérgio Buarque de Holanda
Por: Lorena Martins • 15/10/2018 • Resenha • 297 Palavras (2 Páginas) • 695 Visualizações
Universidade Federal do Espírito Santo
Ciências Sociais
Lorena Pinheiro Martins
Raízes do Brasil – Sérgio Buarque de Holanda
Capítulo 5 – O Homem Cordial
Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o “homem cordial” (p. 146).
Sérgio Buarque de Holanda escreve “O Homem Cordial” para o seu livro Raízes do Brasil, que foi publicado pela primeira vez em 1936, num período em que o Brasil questionava sua própria identidade. A vida pública brasileira teria sido altamente influenciada pelas relações familiares da época que eram de tipo primitivo patriarcal, pois essas relações que se criam na vida doméstica, sempre forneceram o modelo obrigatório de qualquer arranjo social entre nós brasileiros.
O homem cordial, o brasileiro, é aquele que não se usa de formalidades. Aquele que tenta estreitar distâncias a todo custo e prioriza o afetivo, as relações pessoais, o emocional. Pra ele tanto faz ser amado ou odiado, desde que nunca seja esquecido. E para deixar essa marca legitimamente brasileira, é dado a boa hospitalidade, a generosidade, o carinho e o afeto, todos virtudes que seria engano se pensássemos que signifiquem "civilidade".
Para Holanda, no "homem cordial" teria uma explicação, e para ele:
"... a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. Sua maneira de expansão para com os outros reduz o indivíduo, cada vez mais, à parcela social, periférica, que no brasileiro — como bom americano — tende a ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros. Foi a esse tipo humano que se dirigiu Nietzsche, quando disse: “ Vosso mau amor de vós mesmos vos faz do isolamento um cativeiro”'(P.147)
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