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Resenha de "Crises da Democracia"

Por:   •  17/6/2021  •  Resenha  •  558 Palavras (3 Páginas)  •  390 Visualizações

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O livro “Crises da Democracia” de Adam Przeworski, visa mostrar os principais fatores que possam causar crises em governos democráticos; sendo estes fatores econômicos, políticos de amplo aspecto,culturais, sociais. O autor divide seu livro em fases temporais ( passado ,presente e futuro ), mostrando uma linha de acontecimentos históricos que mostram o desenvolvimento e o amadurecimento de sistemas democráticos após enfrentar diversos colapsos ocasionados por agentes domésticos como, por exemplo, golpes governamentais e quedas na economia, ou de agentes externos como a Primeira e Segunda Guerras Mundiais e a quebra da bolsa de valores em 1929 que implicam diretamente na dinâmica do Sistema Internacional.

Na primeira parte do seu livro são demonstrados diversos fatores históricos e crises que aconteceram em países como França, Estados Unidos, Chile e Alemanha, relacionando suas dificuldades em determinados históricas como a estagnação econômica em decorrência do “crash” da bolsa de valores de 1929 e revoluções parlamentares e presidenciais em âmbito estatal e os desfechos decorrentes de cada situação para explicar de que forma afetaram a política geral desses países, que ao atravessar estes colapsos e retomarem a estabilidade vieram a consolidar-se como países de economia e sistemas políticos sólidos, diferente dos governos mais frágeis que tendem aos colapsos repentinos.

Posteriormente, o autor discorre sobre a ascensão da extrema-direita que gerou a criação de diversos partidos comunistas e totalitaristas após o período da Primeira Guerra Mundial, impulsionados pela devastação das economias e pelas crises sociais decorrentes das imposições auferidas as nações perdedoras do conflito. Assim possibilitando o surgimento de formas de governos mais rígidas, extremistas quanto ao nacionalismo/patriotismo e intolerantes quanto aos demais que concentravam os desejos e anseios daqueles desamparados pela guerra. Culminando em mais um conflito de escala global.

Após a segunda guerra, o contexto da Guerra Fria influencia a bipolarização do mundo em dois blocos : capitalista e comunista. Representados respectivamente por Estados Unidos emergindo ao nível de potência econômica mundial no pós-guerra e a URSS como uma potência bélica armamentista, como protagonistas dessa divisão e os demais Estados soberanos como coadjuvantes devendo escolher a que forma de governo se aliar e seguir.

Em decorrência disso, o autor destaca o declínio dos sindicatos e as lacunas abertas, além da observação que "à medida que os partidos democráticos vão se aburguesando, os partidos de direita se proletarizam".

Em sua terceira parte, o livro se dedica fortemente à conjuntura e especialmente à compreensão do conceito de democracia, baseada em seus atributos mais simplórios, o da existência de eleições competitivas, e direitos de expressão e associação assegurados, de modo que é a partir desta concepção mais ingênua de democracia que o autor vai estabelecer possíveis riscos e crises.

Por fim, o livro é um partilhar de experiências, uma observação dos elementos e fatores que pressionam as democracias, entretanto, até o final Adam Przeworski reforça que "arriscar previsões políticas é ainda pior [que as econômicas]. A incerteza é inerente, sejam quais forem as circunstâncias, e aumenta exponencialmente quando há grandes

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