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Resenha do texto: Enquanto isso no Brasil.

Por:   •  18/3/2016  •  Resenha  •  474 Palavras (2 Páginas)  •  324 Visualizações

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IOSCHPE, Gustavo. Enquanto isso, no Brasil. In: Veja. São Paulo, p. 80, Abril 2014.

O autor é economista e colunista da Revista Veja.

A questão principal que o autor aborda é a falta de ética nas escolas por parte dos profissionais e a utilização da “cola” como meio de mascarar o aprendizado.

De início, ele informa dados de pesquisas da Unesco, onde mostra que os “mestres” culpam o aluno pela incapacidade de aprovação no ano letivo, a grande maioria desse profissionais não assume a responsabilidade de seu fracasso. E, o que é pior, os a alunos aceitam esse fracasso. Eis o cúmulo, não somente nossos profissionais da educação vitimam nossos alunos, mas ainda conseguem transformar as vítimas em carrascos.

A manifestação mais clara dessa desagregação moral e cívica é a cola, o hábito de falsear. A cola é fenômeno entranhado nas instituições de ensino brasileiro, a mídia e as redes sociais disponibilizam “dicas”, resumos dos livros, e não se encontra manifestações de repúdio a essa praga.

Segundo Castro (2014), há suporte na literatura sustentar o fato de que o Brasil no ranking do quinto país mais exposto a fraude escolar. Aqui a cola é socialmente aceita. Só se pode colara tanto quando alguém faz vista grossa. E esse alguém é o professor.

 A falta de punição por parte dos professores torna banal a situação da cola, não se vê alunos sendo punido com zero, ser suspenso ou expulso da escola por colar. No Brasil a cola compensa.

O autor anuncia que a leniência tem pelo menos duas consequências. A primeira é que ela deslegitima todo o discurso da escola sobre o “formar cidadãos críticos e conscientes”, a escola sendo o lugar certo para as crianças aprender “valores”, porém o discurso é diferente na prática onde aqueles que criticam as autoridades também agem da mesma forma, a tolerância aos pequenos delitos em troca do bom convívio humano. A segunda é o famoso “pau que nasce troto nunca se endireita”: a escola injusta e antiética é a incubadora da sociedade injusta e antiética.

A escola precisa ser redesenhada, pelo poder que tem e pelo tempo que fica com os alunos em formação, precisa ser um fator dissuasivo. O autor ressalta que em países onde há mais cola na escola há mais desonestidade na vida adulta, e aqueles que mais colam são também os mesmo que, quando adultos, mais mentem para seus clientes.

É quase impossível supor que professores, que se dizem comprometidos com uma educação crítica e reflexiva rumo à emancipação dos seres humanos, após a leitura do artigo de Castro (2014), não se decidam a lutar por uma educação mais honesta onde a dramaturgia vivida pelos alunos que forjam suas notas seja derrubada, e comece a deslumbrar uma escola de honestidade, para realmente ser concebido por nossas crianças e jovens a ideia de que honestidade vai além de uma simples virtude.

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