Resumo de Manifesto Comunista e Feuerbach - Fragmento I
Por: laluke • 5/12/2018 • Resenha • 2.680 Palavras (11 Páginas) • 236 Visualizações
KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS – O MANIFESTO COMUNISTA
I
BURGUESES E PROLETÁRIOS
Aluna: Giovanna Oliveira de Deus
Resumo
Marx e Engels iniciam afirmando que toda a história da sociedade é permeada pela luta de classes, travadas de forma ininterrupta, ora abertamente, ora oculta, o que reconfigurou de forma revolucionária toda a sociedade.
Em seguida os autores fazem uma comparação com outras épocas da história, onde se observam as gradações das classes sociais:
Na Roma antiga temos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média: senhores feudais, vassalos, burgueses de corporação, oficiais, servos, e ainda por cima, quase em cada uma destas classes, de novo gradações particulares (MARX; ENGELS, p. 29).
A sociedade burguesa moderna, segundo o autor, tem origem nas ruínas da sociedade feudal e traz novas classes, novas formas de opressão e também novas formas de luta. Só que neste caso as classes sociais foram simplificadas em apenas dois grupos: a burguesia e o proletariado.
A burguesia apresenta uma evolução: “dos servos da Idade Média saíram primeiras cidades e delas desenvolveram-se os primeiros burgueses” (Marx; Engels, p. 30). A ascensão foi rápida devido ao crescimento da navegação e do comércio em todo o mundo. O modo de produção até então feudal já não atendia as crescentes demandas. Assim a manufatura foi substituída e em seguida a divisão do trabalho em corporações foi trocada pela divisão do trabalho na oficina.
Com o aumento da oferta e da procura, a manufatura definitivamente não bastava. As máquinas revolucionam a produção industrial e surge a indústria moderna. Aqui entra em cena “os milionários industriais, os chefes de exércitos industriais inteiros, os burgueses modernos” (Marx; Engels, p. 30).
A burguesia desempenhou na história um papel revolucionário:
A burguesia, lá onde chegou à dominação, destruiu todas as relações feudais, patriarcais, idílicas. Rasgou sem misericórdia todos os variegados laços feudais que prendiam o homem aos seus superiores naturais e não deixou outro laço entre homem e homem que não o do interesse nu, o do insensível pagamento a pronto (MARX; ENGELS, p. 32).
Fica evidente que para os autores uma mudança profunda ocorreu nas relações de produção e nas relações sociais, que foram reduzidas a relações monetárias:
Resolveu a dignidade pessoal no valor de troca, e no lugar das inúmeras liberdades bem adquiridas e certificadas pôs a liberdade única, sem escrúpulos, de comércio. Numa palavra, no lugar da exploração encoberta com ilusões políticas e religiosas, pôs a exploração seca, direta, despudorada, aberta (MARX; ENGELS, p. 32).
Todas as mudanças advindas destas novas formas de produção levaram a falência antigas indústrias e a entrada crescente de matéria prima de outros países, dando origem à novas necessidades que acabaram por estrangular o comércio local que anteriormente bastava. Tudo isso, somado ao progresso dos meios de comunicação, o modo burguês é imposto a todo mundo, subordinando o campo à cidade, o camponês ao burguês, o Oriente ao Ocidente, os bárbaros aos povos civilizados. Dessa forma a burguesia:
Compele todas as nações a apropriarem o modo de produção da burguesia, se não quiserem arruinar-se; compele-as a introduzirem no seu seio a chamada civilização, i. é, a tornarem-se burguesas. Numa palavra, ela cria para si um mundo à sua própria imagem (MARX; ENGELS, p. 32).
Com a centralização dos meios de produção em poucas mãos, a conseqüência é a centralização política. Neste mesmo caminho surge a “epidemia da superprodução” (Marx; Engels, p. 35), e o sistema burguês se torna “demasiado estreitas para conterem a riqueza por elas gerada” (Marx; Engels, p. 35). A saída desse impasse ocorre pela:
(...) aniquilação forçada de uma massa de forças produtivas; por outro lado, pela conquista de novos mercados e pela exploração mais profunda de antigos mercados. De que modo, então? Preparando crises mais unilaterais e mais poderosas, e diminuindo os meios de prevenir as crises (Marx; Engels, p. 35).
Na medida em que a burguesia se desenvolve, o proletariado também se desenvolve, a oferta de trabalho só ocorre em virtude do aumento do capital. O proletário está sujeito a todas as dificuldades da concorrência já que ele é considerado uma mercadoria. Neste ponto o operário recebe o suficiente para seu sustento e reprodução de sua raça, e na medida em que cresce o horror causado pelo trabalho, diminui a oferta do trabalho; e na medida em que aumentam as máquinas e a divisão do trabalho, cresce a massa operária, causada por mais trabalho ou pelo funcionamento acelerado das máquinas. As diferenças de idade e sexo já não são importantes, já que são instrumentos de trabalho e tais parâmetros apenas implica na diversidade do custo.
Com relação aos movimentos de luta, no começo são os operários singulares, depois os da fábrica, os de um determinado ramo de trabalho numa determinada localidade onde são diretamente explorados. Os autores afirmam que não há união nem espírito de luta, os movimentos são difusos e os resultados não são imediatos:
Os operários formam uma massa dispersa por todo o país e dividida pela concorrência. A coesão maciça dos operários não é ainda a consequência da sua própria união, mas a consequência da união da burguesia, a qual, para atingir os seus objetivos políticos próprios, tem de pôr em movimento o proletariado todo, e por enquanto ainda o pode (MARX; ENGELS, p. 37).
Apesar dos obstáculos a união cresce, os meios de comunicação colocam operários de diversas localidades em contato e o proletariado encontra meios de forçar a burguesia a fazer concessões.
Somente o proletariado é considerado verdadeiramente revolucionário. Os pequenos burgueses são conservadores, “mais ainda, são reacionários, procuram fazer andar para trás a roda da história” (MARX; ENGELS, p. 39).
O proletariado não tem nada a perder e sua missão é “destruir todas as seguranças da propriedade privada” (MARX; ENGELS, p. 40).
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